Londres – Uma nova campanha da organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) escancara a realidade por trás de destinos turísticos aparentemente perfeitos para quem viaja, mas perigosos para jornalistas que vivem e trabalham nesses locais.
Com foco em países como México, Colômbia, Filipinas, Egito, Grécia, Camboja e Indonésia, a ação usa uma estética publicitária irônica para destacar violações severas à liberdade de imprensa em nações que recebem milhões de visitantes a cada ano.
A campanha sobre destinos turísticos perigosos para o jornalismo foi lançada junto com o novo Global Press Freedom Index de 2025, que trouxe um alerta global: o nível de liberdade de imprensa no mundo caiu ao seu ponto mais baixo da história.
Brasil melhora no índice e não aparece na campanha dos destinos perigosos para jornalistas
O Brasil, no entanto, seguiu caminho oposto, subindo 19 posições no ranking e ficando fora da lista de alerta visual da campanha da RSF.
Essa conquista reforça a importância de políticas públicas e mobilizações sociais em defesa da imprensa livre — especialmente diante de um cenário global cada vez mais opressor.
A campanha, desenvolvida pela agência The Good Company, é formada por postagens para redes sociais, um filme publicitário e um spot de rádio, com forte apelo para viralização nas redes.
As peças utilizam imagens típicas de agências de viagem — paisagens paradisíacas, slogans sedutores — mas com textos que expõem censura, intimidação, violência e assassinatos de jornalistas, que ocorrem com frequência nesses locais.
O contraste deliberado é uma forma de impactar o público fora dos círculos ativistas e provocar uma mudança de perspectiva sobre países idealizados por sua beleza, mas perigosos para a imprensa.
Nem sempre essas ameaças são percebidas por turistas que ficam restritos a locais protegidos, e muitas vezes não entendem o idioma local para acompanhar os acontecimentos do país visitado.
Mas em alguns deles, como o México, a violência local que se estende a jornalistas que denunciam o crime organizado também submete turistas a riscos, com casos de sequestros e exposição a tiroteios.
Leia também | Dia Internacional da Liberdade de Imprensa: 42 países vivem situação “muito grave”, diz RSF