Londres – Um dos maiores nomes da fotografia documental da história, o brasileiro Sebastião Salgado recebeu em maio de 2024, exatamente um ano antes de sua morte, a homenagem Outstanding Contribution to Photography, concedida pela Organização Mundial de Fotografia. A distinção reconhece profissionais que marcaram a história da fotografia contemporânea.
A premiação ocorreu em Londres, como parte do Sony World Photography Awards. Salgado se juntou a nomes como William Klein, Elliott Erwitt, Graciela Iturbide e Martin Parr — todos homenageados anteriormente por suas contribuições extraordinárias ao meio.
A lembrança ganha novo peso com a notícia de sua morte, ocorrida em Paris no dia 23 de maio, aos 81 anos. Referência mundial em projetos de longo prazo com forte impacto social e ambiental, Salgado deixa um legado reverenciado por fotógrafos, jornalistas e amantes da imagem em todo o mundo.
Sebastião Salgado disse:
“Sinto-me honrado por receber essa homenagem, e por saber que o meu trabalho na fotografia atinge o público.
A fotografia é o meu modo de vida, é a minha linguagem, e ao longo da minha carreira sempre tive interesse em captar o momento histórico em que vivemos e contar as histórias da nossa espécie e do nosso planeta”.
Homenagem reconheceu carreira de mais de 50 anos de Sebastião Salgado
Um dos fotógrafos mais talentosos e mundialmente celebrados, Sebastião Salgado alcançou renome internacional por suas notáveis composições em preto e branco feitas ao longo de uma carreira de mais de 50 anos.
Como parte da homenagem, dezenas de fotografias de Sebastião algado foram expostas na mostra Sony World Photography Awards, no centro cultural Somerset House Londres.
A seleção das imagens, feita pelo próprio fotógrafo, destacou os principais temas e marcos ao longo últimas cinco décadas de sua carreira, incluindo exemplos de seus primeiros projetos e séries mais recentes.
Entre as fotos da exposição escolhidas por ele estavam registros feitos em três países: Kuwait, Equador e Etiópia, retratando dramas humanos, a vida selvagem e ameaças ao meio ambiente.
Nesta imagem, Salgado capturou a desolação de refugiados esperando do lado de fora do campo de Korem, envoltos em cobertores para se protegerem do vento frio da manhã.
Em Galápagos, o fotógrafo brasileiro registrou em preto e branco um dos animais mais coloridos da natureza, dando destaque ao seu comportamento.
A Iguana Marinha (Amblyrhynchus cristatus), como outros répteis ectotérmicos, precisa regular a sua própria temperatura corporal: assim que o sol nasce, ela fica plana e bem esticada, aquecendo a maior parte possível do corpo até que a temperatura atinja 35,5°C. Em seguida, muda de posição para evitar superaquecimento.
No Kuwait, o brasileiro documentou a luta contra o fogo em poços de petróleo.
Fotógrafo brasileiro reconhecido no mundo
Nascido em 1944 em Aimorés (MG), Sebastião Salgado formou-se em economia e trabalhou na área antes de iniciar uma carreira em tempo integral na fotografia em 1973, quando passou a morar na França, tendo trabalhado com as principais agências fotográficas do mundo: Sygma, Gamma e Magnum.
Nas décadas de 1980 e 1990 ele viajou pelo mundo produzindo séries aclamadas que continuam a influenciar a cultura visual até hoje.
Com sua esposa Lélia, Salgado fundou o Instituto Terra, uma iniciativa para reflorestar e reconstruir a biodiversidade da Mata Atlântica brasileira.
Leia também | ‘Carona’ de cracas em bola de futebol flutuante é a imagem do ano em prêmio de fotografia da natureza
