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10 jornalistas mortos em Gaza em dois meses; Federação Internacional contabiliza 165 fatalidades

Hassan Majdi Abu Warda, jornalista palestino morto na guerra em Gaza

Hassan Majdi Abu Warda, jornalista palestino morto na guerra em Gaza no dia 25 de maio (foto: redes sociais)

Londres – O número de jornalistas mortos em Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas chegou a 165, informou a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ).

O caso mais recente é o de Hassan Majdi Abu Warda, diretor da agência Barq Gaza News, morto em 25 de maio em sua residência, atingida por um ataque aéreo israelense em Jabalia al-Nazla, no norte da Faixa de Gaza.

Segundo registros da IFJ e de outras entidades de liberdade de imprensa que acompanham a situação, nem todos os profissionais que perderam a vida estavam trabalhando no momento em que morreram, mas muitos estavam identificados ou eram conhecidos na comunidade local como comunicadores.

RSF reforça denúncia sobre jornalistas mortos em Gaza

A organização Repórteres Sem Fronteiras  (RSF) tem reiterado suas denúncias sobre possíveis ataques deliberados contra profissionais da mídia. A entidade sustenta que vários dos casos apresentam características de execuções direcionadas.

A RSF já apresentou quatro queixas ao Tribunal Penal Internacional destacando a necessidade de uma investigação formal sobre os ataques à imprensa em Gaza.

Cannes e o clamor pelos jornalistas mortos em Gaza

Durante o Festival de Cannes 2025, a diretora iraniana Sepideh Farsi juntou-se à RSF em um apelo público para interromper as mortes de jornalistas palestinos. O destaque foi para a história de Fatima Hassouna, fotojornalista que perdeu a vida em abril.

Hassouna havia sido informada da seleção de um documentário sobre sua trajetória para o festival apenas um dia antes de morrer em um bombardeio em Gaza City.

Jornalistas mortos em Gaza: os 10 casos registrados em abril e maio

Em 25 de maio, Hassan Majdi Abu Warda, diretor da Barq Gaza News, foi morto em sua casa durante um bombardeio em Jabalia al-Nazla, sendo uma das vítimas de uma ataque massivo de Israel ocorrido no fim da semana passada. 

Em 17 de maio, Aziz Al-Hajjar, fotojornalista freelancer, morreu com sua família em Beit Al-Naaja. No mesmo dia, Abdul Rahman Tawfiq Al-Abadla foi morto em Al-Qarara.

No dia 15, Hassan Sammour, da rádio Al Aqsa Voice, e Ahmed al-Helou, da Quds News Network, foram mortos em Khan Yunis.

Em 13 de maio, Hassan Aslih, diretor do site Alam24, morreu durante bombardeio ao Hospital Nasser. Ele já havia sido ferido em 7 de abril, quando uma tenda de jornalistas foi atingida.

No dia 7 de maio, Yahya Subaih morreu após ataque aéreo em Gaza City, enquanto Nour El-Din Abdo foi atingido em uma escola no bairro de Al-Tuffah.

Em 16 de abril, Fatima Hassouna perdeu a vida após ataque à sua residência em Gaza City.

No dia 8, Ahmed Mansour, do canal Palestine Today, morreu devido a queimaduras causadas por um bombardeio no dia anterior, que também matou Hilmi Al Faqawi, da Palestine TV.

Comunidade internacional pressionada após novos jornalistas mortos em Gaza

Entidades como a Federação Internacional de Jornalistas e a RSF têm cobrado ações concretas de organismos multilaterais para garantir a segurança da imprensa em zonas de guerra, bem como ações mais efetivas da comunidade internacional. 

A IFJ e o Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS) condenaram os assassinatos e os ataques contínuos a jornalistas, e pediram investigação imediata sobre suas mortes.

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