Após um discurso furioso na reunião de cúpula da OTAN, em que atacou a CNN e o New York Times por revelarem trechos de um relatório da inteligência americana questionando a eficácia do ataque a instalações nucleares do Irã, o presidente Donald Trump está ameaçando os dois veículos com a abertura de processos judiciais caso não se retratem,
Por meio de seu advogado, Alejandro Brito, Trump enviou nesta quinta-feira (26) cartas extrajudiciais à CNN e ao The New York Times, acusando-os de difamação.
As cartas exigem retratação imediata e pedidos formais de desculpas. Segundo Brito, os artigos seriam “falsos, difamatórios, irresponsáveis e prejudiciais à segurança nacional”.
Cartas extrajudiciais acusam CNN e NYT de difamação
“As reportagens minam os sacrifícios dos nossos militares e distorcem a verdade sobre uma das mais bem-sucedidas operações defensivas da história recente”, disse o advogado.
Em seus discursos na cúpula de líderes, Trump enfatizou o papel dos militares que executaram o ataque no último domingo, destacando sua coragem e precisão.
Reportagens questionam operação militar de Trump no Irã
As matérias, assinadas por Natasha Bertrand (CNN) e por correspondentes do New York Times, basearam-se em avaliações preliminares do setor de Inteligência dos EUA, cuja existência foi confirmada pelo governo.
Esses relatórios sugerem que os ataques aéreos ordenados pelo governo Trump teriam atrasado o avanço nuclear iraniano por apenas alguns meses.
A conclusão que contradiz diretamente o discurso do ex-presidente, que classificou a operação como um “golpe fulminante que paralisou completamente a ameaça iraniana”.
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Trump intensifica ataques à imprensa e à jornalista da CNN
Trump foi além das cartas legais e atacou pessoalmente os jornalistas envolvidos, especialmente Natasha Bertrand, exigindo que ela fosse demitida.
Ele a acusou de “mentir” e de tentar “destruir nossos pilotos patriotas” com sua cobertura.
A CNN confirmou o recebimento da carta e rejeitou as alegações.
A emissora declarou que apoia “100%” a jornalista e sua equipe, destacando que a reportagem deixava claro tratar-se de uma avaliação inicial, sujeita a mudanças.
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NYT e CNN respondem às ameaças de processo de Trump
O New York Times também se pronunciou, por meio de seu vice-conselheiro geral, David McCraw:
“Nenhuma retratação é necessária. Nenhum pedido de desculpas será feito.
Contamos a verdade da melhor forma possível e continuaremos a fazê-lo.”
Trump defende operação no Irã durante discurso na OTAN
Na cúpula da OTAN, realizada em Haia, Trump adotou tom combativo ao tratar da segurança global.
Ele usou os ataques ao Irã como exemplo da “nova doutrina de força preventiva” dos EUA e criticou a cobertura da mídia, classificando-a como “um desserviço aos aliados e ao Ocidente”.
“Enquanto alguns jornalistas estão ocupados tentando reescrever os fatos, eu prefiro defender os soldados e pilotos que arriscaram tudo para manter o mundo livre.”
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