MediaTalks em UOL

Relevância, dados e personalização: pesquisa revela o que jornalistas esperam dos assessores de imprensa

Jornalistas com blocos e canetas em coletiva de imprensa

Foto: Difisher / Pixabay

Londres -A nova edição da pesquisa anual State of the Media 2025,  publicada pela plataforma de distribuição de releases Cision nesta semana, traz uma visão direta dos jornalistas sobre boas práticas das assessorias de imprensa na relação com as redações. 

A partir de entrevistas com mais mais de 3 mil jornalistas da América do Norte, Europa e Ásia, o estudo oferece insights valiosos sobre como os assessores podem melhorar sua atuação, adaptando-se às demandas atuais das redações. 

Alguns não são novidade para os que começaram na atividade nos tempos dos releases “batidos” em máquinas de escrever e distribuídos nas redações por office-boys, enquanto outros refletem a era das redes sociais e o uso crescente da inteligência artificial (IA). 

O que jornalistas mais valorizam na assessoria de imprensa

Segundo o estudo, 63% dos jornalistas reconhecem valor nos assessores que os conectam com fontes relevantes. Outros 57% destacam a importância de facilitar o acesso a pessoas e locais-chave.

Oferecer ideias de pautas (43%), acesso a conteúdo exclusivo (39%) e fornecer contexto e detalhes (34%) completam o conjunto de ações mais valorizadas. 

Conteúdo certo, no formato certo: o que os jornalistas preferem

Entre os formatos mais desejados pelos jornalistas estão os comunicados de imprensa (72%), conteúdos exclusivos (57%) e relatórios de pesquisa originais (55%).

O interesse por entrevistas com especialistas (38%) e materiais multimídia (32%) também foi mencionado, evidenciando que a oferta de informação estruturada e visualmente atraente segue sendo essencial.

Pesquisa mostra erros comuns na assessoria de imprensa

A pesquisa de boas práticas de assessoria de imprensa também revela o que afasta os jornalistas: spam (78%), sugestões de pauta irrelevantes (86%), mensagens com tom promocional (70%), falta de fontes (56%) e personalização insuficiente.

Esses são fatores críticos para rejeição ou bloqueio de contatos.

Para se destacar, a sugestão  ideal deve conter dados ou estatísticas confiáveis (54%), um ângulo original (49%), informações de contato (43%) e elementos visuais como imagens e vídeos (36%). Imagens, em especial, são o tipo de multimídia mais utilizado pelos jornalistas (70%).

Contato com a imprensa: preferências regionais e boas práticas

O e-mail é o canal preferido para envio de sugestões (96% globalmente). O tamanho ideal da mensagem varia entre 100 e 300 palavras.

A maioria dos jornalistas aceita um único follow-up, (62%), enquanto 30% preferem não ser contatados novamente.  

Construindo confiança entre jornalistas e assessores

Apresentar-se por e-mail, com clareza sobre o motivo do contato, é considerado essencial por 85% dos jornalistas.

Esse gesto, mesmo que não haja uma pauta específica, contribui para estabelecer uma relação de confiança.

O impacto da inteligência artificial na assessoria de imprensa

Mais da metade dos jornalistas (53%) já usa ferramentas de IA para auxiliar no trabalho.

Entre os usos estão a pesquisa de temas (25%), transcrição de entrevistas (23%) e resumo de textos (20%). 

A maioria também aceita que assessores usem IA, desde que com critério: 73% estão abertos ou neutros quanto ao uso. As principais preocupações são erros factuais (72%), excesso de conteúdo de baixa qualidade (58%) e perda de autenticidade (54%).

Dicas da pesquisa para uma assessoria de imprensa mais eficiente

A pesquisa da Cision apontando boas práticas assessoria de imprensa deixa recados claros:

  • Pesquise antes de contatar: conheça o jornalista e o que ele cobre.
  • Traga dados verificados: o jornalismo valoriza informações confiáveis.
  • Evite promessas vazias: transparência é essencial.
  • Respeite o tempo das redações: responda rapidamente a pedidos.
  • Personalize os e-mails: mensagens genéricas têm pouco efeito.
  • Use multimídia com critério: imagens e vídeos ajudam a destacar pautas.
  • Adapte-se às diferenças regionais: o que funciona em um lugar pode falhar em outro.
  • Ao usar IA, revise sempre: o conteúdo deve ser preciso e humano.

No conjunto, a pesquisa reforça a importância de uma atuação colaborativa, relevante e apoiada em dados, mostrando que em um cenário de transformação digital e pressão por agilidade, boas práticas seguem sendo a chave para relações produtivas com a imprensa.

A pesquisa completa pode ser vista aqui. 

Sair da versão mobile