A partir de entrevistas com mais mais de 3 mil jornalistas da América do Norte, Europa e Ásia, o estudo oferece insights valiosos sobre como os assessores podem melhorar sua atuação, adaptando-se às demandas atuais das redações.
Alguns não são novidade para os que começaram na atividade nos tempos dos releases “batidos” em máquinas de escrever e distribuídos nas redações por office-boys, enquanto outros refletem a era das redes sociais e o uso crescente da inteligência artificial (IA).
O que jornalistas mais valorizam na assessoria de imprensa
Segundo o estudo, 63% dos jornalistas reconhecem valor nos assessores que os conectam com fontes relevantes. Outros 57% destacam a importância de facilitar o acesso a pessoas e locais-chave.
Oferecer ideias de pautas (43%), acesso a conteúdo exclusivo (39%) e fornecer contexto e detalhes (34%) completam o conjunto de ações mais valorizadas.
Conteúdo certo, no formato certo: o que os jornalistas preferem
Entre os formatos mais desejados pelos jornalistas estão os comunicados de imprensa (72%), conteúdos exclusivos (57%) e relatórios de pesquisa originais (55%).
O interesse por entrevistas com especialistas (38%) e materiais multimídia (32%) também foi mencionado, evidenciando que a oferta de informação estruturada e visualmente atraente segue sendo essencial.
Pesquisa mostra erros comuns na assessoria de imprensa
A pesquisa de boas práticas de assessoria de imprensa também revela o que afasta os jornalistas: spam (78%), sugestões de pauta irrelevantes (86%), mensagens com tom promocional (70%), falta de fontes (56%) e personalização insuficiente.
Esses são fatores críticos para rejeição ou bloqueio de contatos.
Para se destacar, a sugestão ideal deve conter dados ou estatísticas confiáveis (54%), um ângulo original (49%), informações de contato (43%) e elementos visuais como imagens e vídeos (36%). Imagens, em especial, são o tipo de multimídia mais utilizado pelos jornalistas (70%).
Contato com a imprensa: preferências regionais e boas práticas
O e-mail é o canal preferido para envio de sugestões (96% globalmente). O tamanho ideal da mensagem varia entre 100 e 300 palavras.
A maioria dos jornalistas aceita um único follow-up, (62%), enquanto 30% preferem não ser contatados novamente.
Construindo confiança entre jornalistas e assessores
Apresentar-se por e-mail, com clareza sobre o motivo do contato, é considerado essencial por 85% dos jornalistas.
Esse gesto, mesmo que não haja uma pauta específica, contribui para estabelecer uma relação de confiança.
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O impacto da inteligência artificial na assessoria de imprensa
Mais da metade dos jornalistas (53%) já usa ferramentas de IA para auxiliar no trabalho.
Entre os usos estão a pesquisa de temas (25%), transcrição de entrevistas (23%) e resumo de textos (20%).
A maioria também aceita que assessores usem IA, desde que com critério: 73% estão abertos ou neutros quanto ao uso. As principais preocupações são erros factuais (72%), excesso de conteúdo de baixa qualidade (58%) e perda de autenticidade (54%).
Dicas da pesquisa para uma assessoria de imprensa mais eficiente
A pesquisa da Cision apontando boas práticas assessoria de imprensa deixa recados claros:
- Pesquise antes de contatar: conheça o jornalista e o que ele cobre.
- Traga dados verificados: o jornalismo valoriza informações confiáveis.
- Evite promessas vazias: transparência é essencial.
- Respeite o tempo das redações: responda rapidamente a pedidos.
- Personalize os e-mails: mensagens genéricas têm pouco efeito.
- Use multimídia com critério: imagens e vídeos ajudam a destacar pautas.
- Adapte-se às diferenças regionais: o que funciona em um lugar pode falhar em outro.
- Ao usar IA, revise sempre: o conteúdo deve ser preciso e humano.
No conjunto, a pesquisa reforça a importância de uma atuação colaborativa, relevante e apoiada em dados, mostrando que em um cenário de transformação digital e pressão por agilidade, boas práticas seguem sendo a chave para relações produtivas com a imprensa.
A pesquisa completa pode ser vista aqui.
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