MediaTalks em UOL

Fome extrema ameaça jornalistas palestinos em Gaza, clamam agências de notícias em nota conjunta

Bashar Taleb, jornalista de imagem da AFP, divulgou apelo dramático por fome de profissionais de imprensa em Gaza

Bashar Taleb, fotógrafo da AFP, divulgou apelo dramático sobre fome impedindo jornalistas de continuarem a cobrir a crise humanitária em Gaza (foto: Facebook)

Em meio à escalada da crise humanitária em Gaza, grandes agências de notícias internacionais — entre elas BBC, Reuters, Associated Press (AP) e Agence France-Presse (AFP) — lançaram um apelo coletivo e urgente às autoridades israelenses: que garantam condições mínimas de sobrevivência aos jornalistas palestinos que permanecem na região e sofrem com a fome que afeta toda a população.

A BBC enfatizou a necessidade de livre acesso à Faixa de Gaza, apontando que atualmente os correspondentes estrangeiros estão impedidos de entrar no território, tornando os jornalistas locais a única fonte confiável de notícias.

“Eles são os olhos e ouvidos do mundo. Sua presença é vital”, declarou a emissora britânica em comunicado.

Fome em Gaza compromete cobertura jornalística

A AFP foi enfática ao denunciar a fome extrema enfrentada por seus colaboradores. Um de seus fotógrafos afirmou em um post no Facebook:

“Não tenho mais forças para trabalhar. Passo o dia tentando conseguir comida para minha família”.

A agência pediu autorização para retirar urgentemente de Gaza seus profissionais e familiares, alertando para o risco de morte por inanição.

 

A Reuters e a AP também se juntaram ao coro de preocupação, apontando que sem intervenção internacional, os últimos repórteres independentes em Gaza correm risco de desaparecer, seja pela fome, seja pela violência.

Em comunicado conjunto, as agências solicitaram que governos pressionem Israel e Egito para abrir canais de entrada e saída para jornalistas e permitir ajuda humanitária.

 

Um grupo coletivo de jornalistas locais em Gaza divulgou um apelo dramático:

“Sem comida, sem descanso, sem segurança. Se não houver ação imediata, morreremos — e com isso, o mundo perderá sua janela para a verdade.”

Agências alertam para risco de morte de jornalistas de Gaza por fome 

As principais agências de notícias do mundo emitiram o comunicado conjunto, expressando profunda preocupação com a situação de seus colaboradores locais.

O documento denuncia que os jornalistas palestinos estão enfrentando fome extrema, falta de água potável, exaustão física e mental, além de riscos constantes de morte por bombardeios e inanição.

“Estamos desesperadamente preocupados com nossos jornalistas em Gaza, que estão cada vez mais incapazes de alimentar a si mesmos e suas famílias”, afirma o comunicado.

As agências destacam que, desde o início do conflito em outubro de 2023, os jornalistas locais têm sido os “olhos e ouvidos do mundo”, já que Israel impede a entrada de correspondentes estrangeiros no território.

A AFP, em nota separada, alertou que seus últimos repórteres em Gaza “vão morrer de fome” se não forem evacuados imediatamente.

A Sociedade de Jornalistas da AFP também emitiu um alerta sobre o risco iminente de morte de seus colaboradores, afirmando que a situação é “insustentável”.

Bloqueio dificulta acesso à ajuda humanitária

O bloqueio imposto por Israel desde outubro de 2023 foi parcialmente aliviado em maio, mas continua a restringir severamente o acesso a alimentos, medicamentos e combustível.

Segundo o Escritório de Imprensa de Gaza, são necessários 500 mil sacos de farinha por semana para evitar um colapso humanitário.

A ONU e mais de 100 ONGs denunciaram que toneladas de suprimentos permanecem intocados em armazéns, enquanto organizações humanitárias são impedidas de distribuí-los.

O governo israelense afirma que o Hamas dificulta a distribuição da ajuda e que parte dos suprimentos é saqueada ou desviada para revenda — uma alegação que o grupo palestino nega veementemente.

O porta-voz israelense David Mencer declarou:

“É uma situação difícil causada pelo Hamas”.

Profissão sob risco: jornalistas mortos em campo

Desde o início da guerra em Gaza, cerca de 200 jornalistas foram mortos, sendo pelo menos 44 durante o exercício da profissão, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A maioria dos jornalistas que conseguiu entrar em Gaza o fez acompanhada pelo Exército israelense, sob censura militar.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também se juntou ao apelo, pedindo que o mundo aja imediatamente para proteger, alimentar e permitir o descanso dos profissionais locais, enquanto outros jornalistas possam entrar para substituí-los.

Sair da versão mobile