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‘Slanted eye pose’: Swatch tira campanha do ar na China por gesto ofensivo a asiáticos

Críticas viralizaram nas redes sociais e influenciadores pediram boicote à Swatch

Modelo puxando canto dos olhos campanha Swatch China

Reprodução campanha Swatch



A Swatch foi obrigada a se desculpar e a retirar do ar uma campanha publicitária na China exibindo um modelo asiático puxando o canto dos olhos, gesto considerado ofensivo. 

O gesto remete a estereótipos racistas historicamente usados contra pessoas asiáticas. Em inglês, é conhecido como slanted eye pose.

Milhões de usuários denunciaram o conteúdo como discriminatório, e influenciadores com milhões de seguidores convocaram boicotes à Swatch e ao grupo suíço que controla marcas como Omega, Longines e Tissot.

Gesto em campanha vira onda negativa contra Swatch nas redes

A peça fazia parte da coleção Swatch Essentials e provocou forte reação nas redes sociais chinesas. A hashtag relacionada ao anúncio entrou rapidamente nos trending topics da rede social Weibo.

Críticos acusaram a empresa de promover estereótipos racistas e desrespeitar a aparência asiática.

As críticas não se limitaram ao público: especialistas em diversidade também destacaram a falha de sensibilidade cultural por parte da Swatch.

Pedido de desculpas não encerra a crise da Swatch

A revolta não diminuiu mesmo depois de a Swatch ter publicado um pedido de desculpas, no dia  16 de agosto, nas versões em inglês e chinês, por meio do Instagram e do Weibo:

“Reconhecemos as preocupações recentes e removemos todos os materiais relacionados [ à campanha] em escala global. Pedimos sinceras desculpas por qualquer desconforto ou mal-entendido que isso possa ter causado.”

A resposta, no entanto, foi considerada insuficiente por muitos consumidores. Comentários como “O dano já foi feito. Nenhuma desculpa apaga o insulto” se multiplicaram nas redes sociais.

Polêmica da campanha na China atrai cobertura global

A crise ultrapassou as fronteiras chinesas e foi amplamente noticiada por veículos internacionais como The Guardian, Le Monde, CNN e El País.

A China representa cerca de 27% da receita global do Swatch Group.

Em 2024, as vendas na região já haviam caído 14,6%, e no primeiro semestre de 2025, a queda foi de mais 11,2%. O novo episódio ameaça aprofundar essa crise.

Após a repercussão negativa, as ações da empresa chegaram a cair 4%.

Analistas alertam que o impacto pode se estender no longo prazo, comprometendo a imagem da Swatch em um dos principais mercados do luxo mundial.

Campanhas polêmicas anteriores na China

Outras marcas ocidentais já enfrentaram fortes reações por campanhas consideradas ofensivas ou insensíveis à cultura local, inclusive pelo mesmo motivo que provocou a revolta contra a Swatch. 

Dior (2023)

Foi Acusada de racismo ao divulgar uma campanha com modelo asiática fazendo o mesmo gesto com os olhos. A imagem viralizou com mais de 37 milhões de visualizações no Weibo. A marca retirou o conteúdo, mas não se desculpou formalmente.

Dolce & Gabbana (2018)

Lançou vídeos com uma modelo chinesa tentando comer pratos italianos com hashis. A campanha foi acusada de reforçar estereótipos e provocou o cancelamento de um desfile em Xangai. Os fundadores da marca pediram desculpas em vídeo.

H&M, Nike, Uniqlo e outras (2021)

Foram alvo de boicotes após se posicionarem contra alegações de trabalho forçado em Xinjiang. As marcas foram removidas de plataformas online e mapas digitais na China.