O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a agitar o cenário internacional nesta segunda-feira ao anunciar, por meio de uma postagem na rede Truth Social, sua intenção de impor uma tarifa de 100% sobre todos os filmes estrangeiros ou produzidos fora dos Estados Unidos.
“Nossa indústria cinematográfica foi roubada dos Estados Unidos da América por outros países, como se rouba um doce de uma criança.
Para resolver esse problema interminável, vou impor uma tarifa de 100% sobre qualquer filme feito fora dos Estados Unidos”, escreveu Trump.
A proposta, que reacende uma ameaça feita anteriormente por ele em maio, visa proteger a indústria cinematográfica americana, segundo o presidente.
Trump também culpou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, por permitir que produções migrassem para outros países, como Canadá, Reino Unido e Austrália, que oferecem incentivos fiscais atrativos.
Hollywood reage com preocupação
Executivos de grandes estúdios como Netflix, Warner Bros. e Paramount expressaram preocupação com a proposta.
Um representante da Motion Picture Association (MPA), que reúne os principais estúdios de Hollywood, afirmou sob anonimato ao site especializado em entretenimento Deadline:
“Essa medida, se implementada, pode prejudicar gravemente a colaboração internacional que sustenta a produção de filmes atualmente.
Muitos filmes americanos são parcialmente filmados ou produzidos fora dos EUA por razões criativas e econômicas.”
Além disso, especialistas jurídicos questionam a viabilidade da tarifa, já que filmes são considerados propriedade intelectual e serviços, não bens físicos — o que complica a aplicação de tarifas comerciais tradicionais.
Imposto de Trump afeta ações do mercado de filmes e entretenimento
Após a postagem do presidente, ações de empresas de mídia e entretenimento registraram leve queda, refletindo a incerteza sobre o impacto da medida.
Analistas apontam que, se levada adiante, a tarifa pode encarecer produções, reduzir a diversidade de conteúdo e afetar empregos tanto nos EUA quanto em países parceiros.
Governos de países com forte presença na indústria cinematográfica, como Reino Unido, Índia e França, ainda não se pronunciaram oficialmente, mas fontes diplomáticas indicam que o tema pode gerar tensões comerciais.