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Vaticano

Papa defende jornalismo e diz que é direito a ser protegido: ‘Ser jornalista não é crime’

Leão XIV se encontrou com profissionais da imprensa e destacou importância do trabalho da imprensa

Papa Leão XIV com jornalistas

Papa Leão XIV participou da 39ª Conferência da Associação MINDS International - Foto: Vatican News



O Papa Leão XIV defendeu a importância do trabalho jornalístico ao participar de uma conferência com profissionais de agências de notícias. Ele afirmou que "ser jornalista nunca pode ser crime".


O Papa Leão XIV se encontrou com profissionais da imprensa nesta quinta-feira (9) e defendeu a importância do jornalismo. “Ser jornalista nunca pode ser considerado um crime, mas sim um direito a ser protegido”, disse.

O pontífice participou 39ª Conferência da Associação MINDS International, uma rede que reúne agências de notícias do mundo todo. Ele fez um discurso destacando o papel essencial dos meios de comunicação.

“A informação é um bem público que todos devemos proteger. […] Todos os dias há repórteres que se arriscam pessoalmente para que as pessoas possam saber como as coisas realmente são.

Não devemos esquecê-los! Se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em tantas outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso, em grande parte, a eles.”

Papa defendeu ética e abordou ferramentas de IA

Falando especificamente às agências de notícias e sobre a agilidade com que dão as notícias, Leão XIV disse:

“O serviço de vocês é precioso e deve ser um antídoto contra a proliferação da chamada ‘informação-lixo’; portanto, exige competência, coragem e senso ético”.

Em seu discurso, o papa aproveitou para fazer um alerta em relação ao uso da tecnologia e da inteligência artificial. Ele questionou sobre quem está no controle destas ferramentas.

“A inteligência artificial está mudando a forma como nos informamos e comunicamos — mas quem a dirige, e com quais objetivos?”, indagou.

“Devemos estar atentos para que a tecnologia não substitua o ser humano, e para que a informação e os algoritmos que hoje a regem não fiquem nas mãos de poucos”, defendeu.

Ele falou ainda sobre a necessidade de uma “informação livre, rigorosa e objetiva”, e como isto pode agir como barreira para o totalitarismo.

Ele citou a filósofa Hannah Arendt ao lembrar que o maior aliado de um regime ditatorial é “a pessoa para quem já não há diferença entre realidade e ficção”.

“Com o trabalho de vocês – paciente e rigoroso – podem ser uma barreira contra aqueles que, por meio da antiga arte da mentira, buscam criar divisões para governar separando.”

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