O Brasil está entre os países em que as pessoas estão mais preocupadas com o uso de inteligência artificial do mundo. Dados de uma pesquisa do Pew Research Center mostram que 48% dos adultos do país estão mais preocupados do que animados com a IA.
Enquanto isso, 37% dos brasileiros entrevistados disseram estar igualmente animados e preocupados, e apenas 10% afirmaram que estão mais animados do que preocupados com a inteligência artificial.
O resultado coloca o país na quarta colocação mundial entre os países mais preocupados com uso de IA. OS EUA estão no topo da lista, seguidos de Itália e Austrália.
A pesquisa levantou dados em 25 países. Coreia do Sul, Índia e Israel são os países com menor preocupação em relação aos riscos da IA.
Na outra ponta, Israel é o país com a maior taxa de entusiasmo entre os países pesquisados. Lá, 29% dos entrevistados disseram que estão mais animados do que preocupados com a tecnologia.
Na maior parte dos locais, a parcela de pessoas que estão tão preocupadas quanto animadas é a maior.
São 19 os países em que a maioria dos entrevistados ficou na faixa do meio, com destaque para a Coreia do Sul, onde 61% escolheram a resposta moderada.
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Conhecimento sobre IA
A pesquisa também mediu a relação entre a taxa de renda e o conhecimento das pessoas sobre IA.
Os resultados apontam que em países onde a renda média – medida pelo PIB per capita – é maior, as pessoas tendem a ter ouvido mais sobre inteligência artificial do que em países de baixa renda per capita.
O levantamento do Pew Research Center mostra que cerca de metade da população de Japão, Alemanha, França e Estados Unidos ouviram falar muito sobre IA. Por outro lado, apenas 14% dos indianos e 12% dos quenianos dizem o mesmo.
Neste quesito, o Brasil está na parte de baixo da tabela, com apenas 22% das pessoas dizendo que já ouviram falar muito sobre inteligência artificial, enquanto 47% dizem que já ouviram falar um pouco e 30% dizem que nunca ouviram falar.
Confiança na regulação da IA
Outro ponto medido pela pesquisa foi a confiança das pessoas nos governos para a regulação do uso da inteligência artificial.
Os entrevistados foram perguntados sobre quanto confiam no próprio país, na União Europeia, nos Estados Unidos e na China para a regulação.
Os resultados dizem que a maioria confia nos próprios países. Os destaques são a Índia, com 89% de confiança, a Indonésia, com 74%, e Israel, com 72%. Na outra ponta, apenas 22% dos gregos confiam no próprio país.
No Brasil, 36% das pessoas confiam no próprio governo para regular a IA, enquanto 45% não confiam. 19% não sabem.
“Em geral, pessoas mais entusiasmadas com IA têm maior probabilidade de confiar em seu país para regulamentar a tecnologia. E, em muitos países, as opiniões sobre essa questão estão relacionadas à filiação partidária ou ao apoio à coalizão governista”, diz o texto de divulgação da pesquisa.
Já quando se trata de outras entidades e governos reguladores, a União Europeia é a que inspira mais confiança. Uma média de 53% dos adultos confiam no órgão europeu, enquanto 37% confiam nos Estados Unidos e 27% confiam na China.
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