A Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas lançou nesta quarta-feira (12) durante a COP30, em Belém, uma declaração assinada por dez países assumindo compromissos para combater a desinformação sobre sustentabilidade e clima.
O documento estabelece compromissos internacionais compartilhados entre os membros, incluindo o Brasil, para promover informações precisas e baseadas em evidências científicas sobre questões climáticas.
A Iniciativa Global é uma coalizão lançada pelo governo brasileiro em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) durante a reunião do G20 realizada no Rio de Janeiro em 2024.
Os signatários da declaração firmada em Belém se comprometem a promover a integridade das informações relacionadas às mudanças climáticas em nível internacional, nacional e local, de acordo com a lei internacional dos direitos humanos e os princípios do Acordo de Paris.
Na COP30, 10 países comprometidos em combater desinformação climática
Elaborada em colaboração com membros da sociedade civil do Grupo Consultivo de Iniciativa Global, a Declaração foi endossada por dez países até agora – Brasil, Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Uruguai.
A Declaração apela aos governos, ao setor privado, à sociedade civil, à academia e aos financiadores que tomem medidas concretas para combater o crescente impacto da desinformação, desinformação, negacionismo e ataques deliberados a jornalistas, defensores, cientistas e pesquisadores ambientais que prejudicam a ação climática e ameaçam a estabilidade social.
“Devemos combater a desinformação e a desinformação, o assédio online e a lavagem verde”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Sem acesso a informações confiáveis sobre a interrupção do clima, nunca podemos esperar superá-la. Por meio dessa iniciativa, apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam questões climáticas, às vezes em grande risco para si mesmos, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que se enfurece nas mídias sociais”, afirmou Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, no lançamento da Iniciativa.
Compromissos da declaração assinada em Belém
Sob a Declaração, os signatários se comprometem a:
- Promover a integridade das informações relacionadas às mudanças climáticas, de acordo com a legislação internacional de direitos humanos, incluindo padrões de liberdade de expressão
- Apoiar a sustentabilidade de um ecossistema de mídia diversificado e resiliente para garantir uma cobertura precisa e confiável sobre questões climáticas e ambientais
- Apoiar a inclusão de compromissos de integridade da informação na agenda de Ação para o Empoderamento Climático sob a UNFCCC
- Promover ações climáticas informadas e inclusivas, promovendo o acesso equitativo a informações precisas, baseadas em evidências e compreensíveis para todos
- Promover a cooperação e a capacitação para lidar com ameaças à integridade da informação, protegendo aqueles que relatam e pesquisam questões climáticas
A Declaração pede ainda aos governos que garantam fundos para pesquisar a integridade das informações climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento.
E também insta o setor privado a se comprometer com a integridade da informação em suas práticas comerciais e garantir práticas de publicidade transparentes e responsáveis pelos direitos humanos que reforcem a integridade da informação e apoiem o jornalismo confiável.
A Iniciativa Global anunciou que Bélgica, Canadá, Finlândia e Alemanha se juntaram como novos países membros, elevando o total de membros dos Estados para treze.
Desde o seu lançamento em junho de 2025, o Fundo Global da Iniciativa para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas recebeu 447 propostas de quase 100 países.
Com financiamento inicial de US$ 1 milhão do Governo do Brasil, o Fundo começou a apoiar sua primeira onda de projetos em vários continentes, com quase dois terços das propostas elegíveis originárias do Sul Global.
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