Morre Martin Parr, premiado fotógrafo britânico que por mais de 50 anos registrou a vida das pessoas comuns

Martin Parr, fotógrafo que em mais de 50 anos construiu um panorama visual único da história do Reino Unido e de seus habitantes anônimos, sem se render ao fascínio das celebridades pop e da realeza, morreu neste domingo (7)  aos 73 anos, em Bristol.

Ele havia sido diagnosticado com câncer em 2021. A morte foi anunciada pela Fundação Martin Parr, em um comunicado emotivo: “Martin fará muita falta”.

Membro da prestigiada agência de fotografia Magnum, ele recebeu em vida diversas homenagens. Um das mais importantes foi a de “Mestre da Fotografia” na exposição Photo London realizada na Somerset House, em 2023.

Parr sempre foi apontado por críticos como o “padrinho” da fotografia britânica, tanto pelo seu trabalho quanto pelo apoio a fotógrafos jovens ou sem oportunidades por meio da fundação que criou em 2017 em Bristol, um dos celeiros da criatividade e da arte no país.

Nascido em Epson, na Inglaterra, ele herdou o amor pela fotografia do avô e consagrou seu nome como um dos fotógrafos documentais mais conhecidos de sua geração.

Parr ficou famoso como fotógrafo, autor de livros e curador

Com mais de 100 livros de sua autoria publicados e outros 30 que editou como curador, Martin Parr foi membro da agência Magnum Photos desde 1994 e presidiu a entidade entre 2013 e 2017.

Na abertura da exposição em sua homenagem, ele contou sobre sua história na fotografia e por que escolheu registrar cenas do cotidiano.

“Quando comecei a fotografar em cores, retratei moradias populares em Liverpool e temas como pessoas fazendo compras em Salford e a vida da classe média em Bath e Bristol.”

“Penso nessas imagens como uma interpretação das muitas emoções confusas que sinto em relação à minha terra natal. É quase uma relação de amor e ódio, e lidar com isso é como uma forma de terapia.”

Ele retratou o fascínio pelo litoral e documentou o a vida de famílias em situações diversas, como as tradicionais festas de verão dos britânicos e outros encontros familiares.

“Novas descobertas estão sempre sendo feitas, como a maravilhosa feira de locomotivas a vapor em Dorset, ou a Pride em Bristol”

Outro projeto importante de Parr foi Beach Therapy (Terapia de Praia), resultado de seu fascínio pelo litoral, mas com um olhar diferente.

“São imagens capturadas com uma teleobjetiva explorando figuras distantes na praia, geralmente com vegetação desfocada em primeiro plano.

“Embora cada um seja um trabalho individual, eles se tornam um panorama fascinante quando colocadas juntas.”

“Finalmente, há meia dúzia de espreguiçadeiras fotográficas, também na na praia, para dar oportunidade às pessoas de contemplarem o trabalho que acabaram de ver.”

O trabalho de Parr faz parte da coleção de grandes museus, como Tate, Pompidou e o Museu de Arte Moderna de Nova York.

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