Londres – A magia da aurora boreal e registros espetaculares da galáxias, do sol, da lua e da Via Láctea estão entre as imagens finalistas do concurso de fotografia astronômica organizado anualmente pelo Observatório Real de Greenwich, lar da hora universal. 

As fotos escolhidas pelo júri entre mais de 4 mil imagens inscritas por profissionais e amadores de 64 países revelam alguns detalhes impossíveis de serem vistos a olho nu, e também imortalizam paisagens terrestres iluminadas, como fez o fotógrafo Filip Hrebenda ao registrar a aurora boreal na Praia de Vikten (Ilhas Lofoten, Noruega).

Foto aurora boreal na Noruega é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Filip Hrebenda / APY15

Concurso de fotografia astronômica recebeu imagens de 64 países

A astrofotografia combina ciência, arte e técnica fotográfica, mas não precisa necessariamente de equipamentos caros. Smartphones mais modernos têm recursos que permitem capturar imagens do céu. 

A primeira astrofotografia da história data de 1840: uma imagem da lua feita com um daguerreótipo por John William Draper, professor de Química na Universidade de Nova York. 

Primeira astrofotografia da lua

Hoje em dia, a mesma lua aparece mais “bonita na foto” pelas mãos dos astrofotógrafos munidos de câmeras, telescópios, inspiração e conhecimento científico para saber onde encontrar as melhores cenas e mostrar ângulos inusitados dos corpos celestes e das luzes de fenômenos como a aurora boreal. 

Nosso sol, nossa lua

O concurso de fotografia astronômica do Observatório Real de Greenwich tem uma categoria dedicada a imagens do sol e da lua. 

O britânico Carl Evans registrou uma lua cheia tão alaranjada que até parece um sol sobre a pequena ilha Church Rock, na cidade de Broadhaven. 

Foto lua cheia que parece sol é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Carl Evans / APY15
Lua crescente em um pôr do sol mágico, de Eduardo Shaberger Poupeau, Argentina

A foto mostra uma imagem composta por três elementos: o pôr do sol, a lua crescente com 16% de sua superfície iluminada e as nuvens em um vermelho intenso. A imagem foi capturada em Rafaela, Santa Fé, Argentina.

Foto da lua crescente no pôr do sol é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Eduardo Shaberger Poupeau / APY15
Ball of rock, por Rich Addis, Reino Unido

A foto de uma lua 78% iluminada foi combinada com a de uma lua cheia, gerando a imagem que é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica este ano. 

Foto da lua cheia é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Rich Addis / APY15
Explosão solar, por Mehmet Ergün, Alemanha

O registro do sol no momento de uma grande explosão (vista à esquerda) feito em Trainsen, Alemanha, também foi destacado como finalista. As explosões são erupções repentinas de energia magnética na superfície do sol. 

Foto de uma explosão solar é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Mehmet Ergün / APY15
Solar flare X1 de AR2884 em ‘motion’, por Miguel Claro, Portugal

A imagem mostra uma explosão solar ocorrida em 30 de abril de 2022. Foi capturada em Alqueva, em Évora, Portugal. A cena final é o resultado de vários registros feitos em pequenos intervalos de tempo durante 27 minutos para documentar a explosão. 

Foto de uma explosão solar é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Miguel Claro / APY15

Veja os finalistas de outras categorias do concurso de astrofotografia

Nebulosas

Os fotógrafos Mark Hanson e Mike Selby produziram duas fotos de nebulosas usando o telescópio do Observatório de El Sauce, em Río Hurtado, Chile.

 RCW 58: Bolha Wolf Rayet

 A nebulosa de bolha Wolf Rayet é formada a partir do material ejetado da estrela WR 40, que brilha no centro da bolha.

Foto da nebulosa bolha Wolf Rayet é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Mark Hanson e Mike Selby / APY15
NGC 3521: Marquesa no céu

O NGC 3521 é uma galáxia espiral intermediária floculenta (composta por uma infinidade de braços espirais e irregulares).

Ela está cercada por poeira cósmica e possui diversas áreas de formação estelar e um centro luminoso. Jatos alfa de hidrogênio raramente vistos também aparecem na imagem.

Foto nebulosa marquesa do céu é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Mark Hunson e Mike Selby / APY15
Nebulosa da Água-viva, por Peter Larkin, Suíça

A nebulosa IC 443, conhecida como Água-viva, é uma remanescente de supernova (SNR) na constelação de Gêmeos. A imagem feita por Larkin permite ver as delicadas estruturas.

Foto nebulosa da água-viva é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Peter Larkin / APY15
A majestosa nebulosa da Tarântula, por Steeve Body, Austrália

A foto de uma nebulosa da Tarântula (NGC 2070), localizada na Grande Nuvem de Magalhães, capturada em Bentleigh, Austrália, é umas imagens que concorre ao prêmio do concurso de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich. 

Foto de nebulosa da Tarântula na Austrália é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Steeve Body / APY15

Véu oriental: NGC6992/6995, por Jia You, China

A imagem da Nebulosa do Véu, uma remanescente de supernova na constelação de Cygnus, concorre ao prêmio de Melhor Fotógrafo Iniciante.  A foto foi feita com um telescópio em Jiuliancheng, província de Hebei, China.

Foto nebulosa véu oriental é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Jia YoU / APY15

 Aurora Boreal
 Artic Gates, por Daniel Viñé Garcia, Islândia

 A aurora boreal aparece sobre o relógio de sol Arctic Henge, inspirado na mitologia nórdica. O Henge está localizado em Raufarhöfn, cidade ao norte da Islândia.

Foto da aurora boreal na Irlanda é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Daniel Viñé Garcia / APY15
Raízes esmeraldas, por Lorenzo Ranieri Tenti, Islândia

Flutuando sobre montanha islandesa Vestrahorn, a aurora boreal é refletida na praia de areia preta. A lua nascente faz com que as ondulações da areia pareçam douradas no lado direito da imagem. 

Foto aurora boreal Islândia é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Lorenzo Ranieri Tenti / APY15
Aurora sobre o grande arco do mar Pollet, por Brendan Alexander, Irlanda

A imagem foi capturada enquanto a lua se escondia, revelando a aurora boreal sobre o grande arco do mar de Pollet, em Donegal, Irlanda.

Foto aurora boreal no arco do Mar Pollet é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Brendan Alexander / APY15

A foto foi feita logo após um lançamento de massa coronal (CME) do sol – grandes erupções de gás ionizado a alta temperatura, em 24 de fevereiro de 2023. Nesse dia,  a aurora boreal foi vista em grande parte do Reino Unido, algo incomum. 


Planetas, cometas e asteroides

Em 2022, a imagem rara de um pedaço da cauda do popular cometa Leonard foi a campeã do concurso de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich. Este ano, outra foto do cometa concorre ao prêmio.

C/2021 AI (Leonard) no céu, por Alex Savenok, Israel

O Leonard (C/2021 A1) também foi registrado  no deserto de Negev, Israel, quando fez sua aproximação mais próxima da Terra, em 2021/2022.

Foto cometa Leonard em Israel é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Alex Savenok / APY15
Saturno colorido, por Damian Peach, Reino Unido

A foto mostra os anéis e faixas e as zonas coloridas de Saturno em sua atmosfera. A Divisão de Cassini, lacuna de quase 5 mil km de largura entre as duas principais estruturas do anel, é claramente vista.

Foto Saturno colorido é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Damian Peach / APY15
Dança das luas, por Damian Peach, Reino Unido

Júpiter aparece cercado por duas de suas muitas luas, Io e Europa. Europa é a lua branca gelada, lançando uma sombra sobre a superfície de Júpiter. Io é o círculo amarelo-laranja coberto de lava no canto inferior esquerdo.

A grande mancha avermelhada é vista com a sombra de Europa cortando a borda sul do planeta.

Foto dança das luas é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Damian Peach / APY15
Cassinificado, por Sergio Díaz Ruiz

Inspirando-se na ‘Carte de la lune’, de Jean-Dominique Cassini, de 1679, um dos primeiros mapas científicos da lua, o fotógrafo usou dados da NASA para gerar uma imagem monocromática de Plutão.

Foto monocromátca de Plutão é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Sergio Diás Ruiz / APY15

Usando esta imagem, Ruiz converteu intensidades de pixel em espessura de linha, a fim de simular uma impressão gravada, usou a paleta de cores da ‘Carte de la lune’, fornecida pela Biblioteca da Universidade de Utrecht e adicionou ondulações e efeitos para dar uma acabamento mais realista.


Pessoas e Espaços

 Os finalistas da categoria Pessoas e Espaços do prêmio de astrofotografia do Observatório Real de Greenwich retrataram imagens coloridas e brilhantes da Via Láctea.

Sperrgebiet, por Vikas Chander, Namíbia

Esta foi feita em Bogenfelsin, deserto da Namíbia e mostra uma área que já foi ocupada pela mineração colonialista alemã de diamantes. Os assentamentos agora são cidades fantasmas.

Foto via láctea na Namíbia é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Vikas Chander / APY15
Dolbadarn, lar dos príncipes galeses, por Robert Price, Reino Unido

A foto mostra o Castelo Dolbadarn, do século XII localizado em Llanberis, País de Gales. O núcleo da Via Láctea pode ser visto atrás do castelo e da cadeia de montanhas Snowdon (Yr Wyddfa).

Foto via láctea no Reino Unido é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Robert Price / APY15
A caixa de Pandora, Derek Horlock, Grécia

A Via Láctea aparece por trás de um grafite de Pandora feito por Wild Drawing, um artista balinês, na ilha grega de Naxos.

Na mitologia grega, Pandora abriu um caixa liberando todos os males da humanidade. A parede faz parte de um complexo hoteleiro de praia abandonado, agora coberto por grafites. 

Foto via láctea na Grécia é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Derek Horlock / APY15

Paisagens do céu
St. Agnes, por Derek Horlok, Reino Unido

A Via Láctea sobre as Ilhas Scilly. A imagem foi capturada na remota ilha de St. Agnes. Como não há poluição luminosa no local, há uma grande quantidade de estrelas visíveis no céu. 

Foto via láctea na ilha St.Agnes é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Derek Horlok / APY15
Cometa 2022 E3 acima do Monte Etna coberto de neve, por Dario Giannobile, Itália

Outra imagem finalista do prêmio de astrofotografia de Greenwich mostra o Cometa 2022 E3 sobrevoando o Monte Etna, na Sicília, enquanto vapores vulcânicos saem da cratera. O verde turquesa brilhante do corpo celeste contrasta com o céu noturno e a paisagem nevada.

Foto cometa e monte Etna é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Dario Giannobile / APY15
Equador celestial acima do memorial da trincheira da Primeira Guerra Mundial, por Louis Leroux-Gere, França

O fotógrafo registrou a trilha de estrelas acima das trincheiras preservadas da Primeira Guerra Mundial no Parque Memorial Nacional Canadense de Vimy, norte da França. Para capturar a rotação do céu revelando as estrelas coloridas foi preciso mais de cinco horas de trabalho.

Foto trilha de estrelas acima da trincheira da 1a. guerra é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Louis Leroux Gere / APY15
Solargraph 209 dias, por Ksawery Wróbel, Estados Unidos

‘Solargraph’é um conjunto de fotografias tiradas com uma câmera pinhole caseira (um tipo de câmera sem lente) que registra a trajetória do sol. 

Cada faixa de luz na imagem ‘solargraph’ representa um dia. Faixas de luzes ausentes indicam que o sol está obstruído por nuvens.

Foto feita com a técnica solargraph usada para capturar trajetória do sol é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Ksawery Wróbel / APY15
A Via Láctea, por Kush Chandaria, África

Kush Chandaria concorre na categoria Jovem Fotógrafo do concurso de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich.

A foto da Via Láctea foi produzida no Delta do Okavango, em Botswana, África. O local não tem poluição luminosa e a Via Láctea pode ser vista a olho nu.

Foto via láctea na África é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: Kush Chandaria / APY15
Rádio Polaris, por João Yordanov Serralheiro, Reino Unido

Serralheiro concorre ao prêmio de Melhor Fotógrafo Iniciante com um registro de rastros de estrelas capturados por uma antena de radiotelescópio desativada no Mullerd Radio Astronomy Observatory, Cambridge, Reino Unido.

Foto de rastros de estrelas é uma das finalistas do prêmio de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich Londres
Foto: João Yordanov Serralheiro / APY15

As imagens foram publicadas com autorização da organização do prêmio de fotografia Astronomy Photographer of The Year 2023 do Observatório Real de Greenwich e não podem ser reproduzidas.