Londres – A COP29 vai chegando ao fim no Azerbaijão em clima de tensão máxima diante da dificuldade de um acordo satisfatório para financiar a adaptação às mudanças climáticas, e não é por falta de aviso da imprensa.
Os riscos para o futuro do planeta ganham cada vez mais visibilidade por meio de reportagens, fotos e até ilustrações.
Como parte das celebrações pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que este ano teve como tema o valor do jornalismo como instrumento no combate às mudanças climáticas, a Unesco uniu-se à organização francesa Cartooning of Peace em uma campanha de conscientização sobre os riscos sofridos pelo planeta usando charges como forma de expressão.
Um dos participantes da iniciativa é o brasileiro Thiago, que desenhou pedaços de carne na forma de mapa-múndi assando numa churrasqueira para chamar a atenção sobre como a temperatura global vem aumentando por causa da ação humana.
A COP29 vai chegando ao fim no Azerbaijão em clima de tensão máxima diante da dificuldade de um acordo satisfatório para financiar a adaptação às mudanças climáticas, e não é por falta de aviso da imprensa.
Os riscos para o futuro do planeta ganham cada vez mais visibilidade por meio de reportagens, fotos e até ilustrações.
Como parte das celebrações pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que este ano teve como tema o valor do jornalismo como instrumento no combate às mudanças climáticas, a Unesco uniu-se à organização francesa Cartooning of Peace em uma campanha de conscientização sobre os riscos sofridos pelo planeta usando charges como forma de expressão.
A Cartooning for Peace foi criada na Suíça em 2006, após as reações vioentas contra a publicação de uma caricatura do profeta Maomé no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, em 2005. O então secretário-geral da ONU Kofi Annan, detentor do Prêmio Nobel da Paz, foi escolhido como presidente honorário.
O braço francês da organização foi fundado dois anos depois na sede do jornal Le Monde, onde trabalha o célebre cartunista Plantu, presidente da fundação Cartooning for Peace.
O objetivo da iniciativa é usar o humor – ou a ironia – para chamar a atenção da sociedade sobre questões relacionadas aos direitos humanos, como a crise da mudança climática, tema da campanha em conjunto com a Unesco.
Os desenhos foram feitos por cartunistas de diversos países, muitas vezes dispensando palavras para transmitir a mensagem.
Cartoons como instrumento de mobilização para a crise da mudança climática
Confira os demais cartoons que fazem parte da campanha.
O jordaniano Emad Hajjaj mostra um globo que, mesmo em chamas, prefere não ver, ouvir ou falar sobre a mudança climática.
Os franceses Plop e KanKr preferiram ilustrar o perigo comparando a crise climática a uma bomba congelada que pode explodir a qualquer momento, caso o aquecimento global não seja revertido e continue a derreter o mundo.
O carton do cubano Falco chama a atenção para o perigo representado pelas fake news, mostrando um frágil mundo correndo o risco de naufragar apenas com uma pontinha das notícias falsas que buscam amenizar os riscos da mudança climática.
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Sob o título “Onda de calor”, o francês Ysope mostra os seres humanos tentando se proteger sob a última árvore que permaneceu de pé, depois que eles cortaram todas as outras.
O sírio Saoud realça a importância dos jornalistas na defesa dos valores globais por meio de um cartaz “Procura-se” e a silhueta marcada pela sombra de um jornalista em ação, com a câmera em punho.
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O iraniano Mohsen Izadi chama a atenção para o estado alarmante da poluição que domina o mundo e o esforço necessário para que as novas gerações possam respirar ar puro.
O canadense Côte abusa do bom-humor para denunciar a dramática situação em que nos encontramos, ao retratar um garotinho perguntando à colega o que ela pretende fazer quando crescer. A resposta é direta: “Sobreviver às mudanças climáticas”!
Em um cartoon tão lindo quanto triste, o mexicano Solís chama a atenção para o possível futuro de um mundo no qual as mudanças climáticas extinguiram os animais. A presença deles se resume às ilustrações de suas imagens espalhadas pelo cenário cotidiano, lembrando a época em que davam outro colorido à vida no planeta.
O ucraniano Kazanevsky mostra com seu cartoon como líderes mal intencionados podem, com seus atos e palavras, tornarem-se os principais agentes poluidores do planeta.
O italiano Nardi se inspira no desespero da tela de Guernica, de Picasso, para ilustrar outro quadro desesperador, desta vez provocado pelo calor insuportável gerado pelo aquecimento global.
O espanhol Kap critica o ceticismo daqueles que insistem em não ver o problema com uma bela ilustração de um homem envolto pela densa poluição gerada pelas chaminés ao seu redor. Em meio ao solo desértico e rodeado de restos de animais mortos, ele nega o óbvio: “Mudanças Climáticas? Eu não vejo nada!”
O egípcio Sherif Arafa ilustra o cenário de um crime, cercado pelas fitas de isolamento da polícia. Um guarda mantém a integridade das provas, enquanto um repórter fotografa a posição em que o cadáver foi encontrado: mais um crime, cada vez mais comum, de um sem-número de árvores covardemente assassinadas.
Em seu cartoon, o suíço Hermann deposita as esperanças na responsabilidade das novas gerações por um mundo melhor, superando a crise da mudança climática. Sob o título “COP 26: a juventude protesta em Glasgow”, a cena mostra um passeata exigindo mudanças no sistema dirigente, não no clima.
Assistindo à cena, uma criança pergunta aos pais, que já perderam a motivação pela mobilização: “Com que idade nos tornamos irresponsáveis?”