Hoje, 10 de outubro, é o Dia Mundial da Saúde Mental, data que visa conscientizar e remover estigmas negativos acerca de fatores que causam sofrimento e levam a atos extremos.
Atualmente, tem-se documentado cada vez mais crianças e adolescentes que sofrem com problemas de saúde mental, como mostra a pesquisa KidsRights Index.
Em 2025, o levantamento aponta que 14% das crianças e adolescentes – entre 10 e 19 anos de idade – do mundo estão enfrentando problemas de saúde mental.
O KidsRights Index aponta ainda que a média global de suicídio está em 6 a cada 100 mil entre os adolescentes de 15 a 19 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), suicídio é a terceira causa de morte entre jovens (15 a 29 anos).
Saúde mental de crianças e adolescentes pode ser ainda pior
Especialistas apontam que os números reais podem ser ainda mais altos, uma vez que ainda há muita subnotificação devido a estigmas negativos, classificações erradas e mecanismos de registro inadequados.
Os pesquisadores afirmam que, de forma geral, há muitos poucos dados disponíveis sobre a saúde mental de crianças e adolescentes.
Mark Dullaert, presidente e fundador da KidsRights Foundation, atribui em parte os problemas de saúde mental à falta de proteções e garantias no ambiente digital, incluindo as redes sociais.
Ele aponta que países estão tentando regular e, em alguns casos, proibir o acesso de crianças ao ambiente digital. “No entanto, essas soluções rápidas (…) irão privá-las de conteúdos benéficos educativos e de bem-estar, levar ao seu isolamento social e podem revelar-se contraproducentes para a sua saúde mental”.
“Os governos devem priorizar a segurança das crianças, mas também devem adotar uma abordagem equilibrada para garantir que o direito das crianças à participação e à privacidade não seja violado.”
O que é o KidsRights Index
KidsRights Index é uma pesquisa feita anualmente e que ranqueia os países de acordo com o respeito aos direitos das crianças e adolescentes.
Ela é uma iniciativa da KidsRights Foundation em colaboração com a Erasmus University Rotterdam: Erasmus School of Economics e com o Instituto Internacional de Estudos Sociais.
São analisados cinco domínios: Direito à vida, direito à saúde, direito à educação, direito à proteção e ambiente propício para os direitos da criança.
Nesta pesquisa, são avaliados dados de todos os 194 países membros da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil está na posição 99, ou seja, na metade mais baixa da tabela.
Grécia, Islândia e Luxemburgo obtiveram as melhores classificações. Afeganistão, Sudão do Sul e República Centro Africana têm os piores indicadores de direitos das crianças e adolescentes.
Leia a pesquisa completa em inglês aqui.
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