O Brasil caiu seis posições e deixou de figurar entre os Top 30 do Índice Global de Soft Power, a pesquisa mais abrangente sobre o poder de cada país de influenciar de acordo com seus interesses a atuação dos demais, utilizando-se de recursos como cultura, valores, comércio e relações internacionais. É o oposto do hard power, forma de chegar aos mesmos objetivos por meios menos sutis, como o poder militar, por exemplo. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (25/2) em Londres pela Brand Finance, maior consultoria global de avaliação de marcas.

O país ficou na 35ª posição entre os 105 países avaliados. Em relação ao ano passado, quando o estudo abrangeu 60 países, o Brasil foi ultrapassado por Qatar (26º), Turquia (27º), Grécia (31º), Tailândia (33º) e Egito (34º). Também ficaram à frente Islândia (30º) e Luxemburgo (32º), que entraram na lista este ano.

O Brasil só superou a Índia, que caiu nove posições e aparece colada em 36º lugar.

Após um ano definido por lockdowns, restrições a viagens e medidas de distanciamento social, o estudo ressalta que as percepções de soft power foram significativamente influenciadas pela atuação das nações em relação à pandemia.

Os países mais bem-sucedidos aumentaram seu índice. Não à toa a Nova Zelândia foi a que adicionou mais pontos (5,9) ao seu resultado.

Pandemia passou a contar para o ranking 

Por outro lado, a maioria dos 13 países que perderam pontos em relação ao ano passado foi castigada pela má percepção de sua gestão da pandemia, entre eles o Brasil. O país perdeu 1,3 ponto e ficou com 38,1 de 100 possíveis. Os resultados específicos dessa categoria, na qual o Brasil ficou com a segunda pior percepção global da gestão da Covid,já tinham sido divulgados previamente em dezembro.

 

 

 Colaboraram para essa má percepção da gestão da pandemia os ataques à imprensa feitos pelo presidente Bolsonaro, que tornou-se objeto de uma campanha global lançada no dia 22 de fevereiro pela organização Repórteres sem Fronteiras denunciando esse comportamento.

Os Estados Unidos foram os que mais perderam pontos (11,2) e os que tiveram o pior índice do mundo na percepção da gestão da Covid, métrica incorporada à pesquisa neste ano. Outras perdas significativas foram as da China (4,4), Índia e Reino Unido (3,9) e França (3,2).

Quase 76 mil entrevistados em 53 idiomas

No final de 2020, duas pesquisas online foram realizadas. A primeira, com 90% de peso no resultado, ouviu  75 mil pessoas de 102 países com idade variando de 18 a 75 anos, de acordo com os perfis de cada população. Os 30 países considerados mais importantes, incluindo o Brasil, têm tamanhos  maiores de amostra. Também foram ouvidos 778 especialistas de 47 países, representando categorias identificadas como alvos e canais de soft power, incluindo líderes empresariais, acadêmicos, jornalistas e ONGs.

Cada entrevistado era apresentado a um conjunto de nações e falava sobre a familiaridade que tinha com cada um deles. Para os países que conhecia, era solicitada uma avaliação sobre a reputação, a eficácia de sua gestão da pandemia, a influência exercida sobre seu país e no cenário mundial e seu desempenho nos sete pilares do soft power para exercer essa influência: cultura (filmes e séries, por exemplo), negócios e comércio (como marcas e produtos desejados), governança (liderança política), relações internacionais (poder em organismos multilaterais), media e comunicação (veículos e divulgação influentes), educação e ciência (liderança em tecnologia e inovação) e pessoas e valores (modelo inspiracional).

Brasil ganha pontos em sete das dez categorias

Das categorias pesquisadas no ano passado, o Brasil ganhou pontos em sete e ficou com o mesmo índice em uma (familiaridade). Perdeu pontos em Cultura e em Governança, o que fez esta última despencar da 40ª para a 58ª posição.

A única categoria em que o Brasil ficou entre os Top 10 foi a de Cultura, na 8ª posição, a mesma do ano passado. O País ficou entre os Top 30 em Familiaridade (12º, subindo uma posição), Pessoas e Valores (19º, subindo sete posições), Influência (22º, caindo uma posição), Reputação (27º, subindo cinco posições), Mídia e Comunicação (29º, subindo nove posições) e Comércio (30º, subindo cinco posições). As de pior avaliação foram Relações Internacionais (33º, subindo quatro posições), Educação e Ciência (37º, caindo duas posições) e Governança (58º, caindo 18 posições), além da gestão da Covid. Os índices destas duas últimas foram os que mais contribuíram para o rebaixamento do país no ranking.

Todos os países líderes regionais, à exceção do Brasil, melhoraram seus índices em relação ao ano passado: Alemanha (Europa), Japão (Ásia), Canadá (América do Norte), Austrália (Oceania), Emirados Árabes Unidos (Oriente Médio e África setentrional) e África do Sul (África Meridional).

O Brasil manteve-se como a maior potência de soft power da região da América Latina e Caribe, mas viu a diferença para o segundo colocado diminuir.

No ranking global de Mídia e Comunicação, Brasil foi o segundo que mais ganhou posições e reassume a liderança na América Latina

A categoria em que o Brasil ganhou mais posições foi a de Mídia e Comunicação. A categoria faz parte da avaliação dos países por parte da Brand Finance porque um setor de comunicações forte, confiável e bem estruturado colabora para a influência de um país sobre os outros.

Sua conquista de nove posições foi a segunda maior dentre os 60 países pesquisados desde o ano passado. O País passou a integrar os Top 30, na 29ª colocação. Nesse grupo, a ascensão do Brasil foi a maior, à frente da Espanha, que subiu oito posições, e da Itália, que galgou seis colocações. Ainda dentro dos Top 30, as maiores quedas na categoria Mídia e Comunicação foram de Holanda (-7 posições), Irlanda (-6) e China (-5).

Com a subida, o Brasil tirou do Chile a liderança na categoria de Mídia e Comunicação da região da América Latina e Caribe. Os chilenos estavam na 35ª colocação e aparecem na 53ª posição este ano. A maior escalada no ranking global da categoria foi a do Egito, que subiu impressionantes 17 posições, passando do 51ª para a 34ª lugar.

A liderança do ranking global da categoria mudou de mãos: o Reino Unido assumiu a liderança, trocando de posição com os Estados Unidos. A Alemanha aparece em terceiro e na sequência outra mudança: o Canadá trocou de posição com a França e assumiu a quarta colocação.

O show da Alemanha

A nova potência global do soft power desbancou em grande estilo os Estados Unidos, que tiveram a maior queda entre os Top 10, despencando para o 6º lugar. O show alemão garantiu uma das cinco primeiras colocações em 9 das 11 categorias pesquisadas. O índice geral alcançou 62,2 pontos em 100 possíveis. De quebra, a chanceler Angela Merkel foi entronizada como a líder mais respeitada do mundo.

David Haigh, CEO da Brand Finance, enfatizou o bom trabalho da gestão da pandemia feita por Merkel, com o público especialista percebendo a Alemanha como a nação que lidou melhor com a pandemia, enquanto o público em geral classificou a performance alemã em quinto lugar:

“Por sua  formação científica, a resposta de Merkel foi exclusivamente baseada em dados, e o resultado foi um dos melhores em comparação com seus vizinhos da Europa Ocidental. Ela comanda a Alemanha e a Europa desde 2005 e, apesar das opiniões divergentes sobre sua liderança em seu próprio país, ela é saudada como a líder mais respeitada do mundo.

Seu longo mandato no comando da nação proporcionou uma presença forte e estável, em contraste com alguns de seus pares imprevisíveis e erráticos. 2021 marca o ano em que a Europa e a Alemanha terão de lidar com o legado deixado por Merkel, que se prepara para deixar o cargo. Tanto seu país quanto os europeus esperam a continuidade da história recente da Alemanha de liderança confiável.”

O fim da influência dos Estados Unidos?

Leia também: os ataque s de Donald Trump à imprensa

Essa é a pergunta feita pelos responsáveis do estudo, que atribuem ao último ano marcado por turbulência generalizada a queda acentuada dos Estados Unidos no Índice Global Soft Power 2021, de 67,1 para 55,9 pontos.

Mesmo assim, o país aparece entre os cinco primeiros em sete categorias, sendo que em Familiaridade e Influência figura como líder.

Porém, a hesitação de Donald Trump em reconhecer a gravidade e a extensão da Covid fizeram com que os Estados Unidos amargassem a pior percepção da gestão da pandemia de todo o planeta, na opinião de Haigh:

“A fúria do vírus nos Estados Unidos, combinada com o ceticismo do ex-presidente Trump foram os fatores mais prováveis pelo declínio do status de modelo exemplar norte-americano em um momento em que uma liderança global sensata era o item mais necessário.”

Japão na vice-liderança

Além da liderança na Ásia, o Japão teve o segundo melhor desempenho geral (60,6), subindo duas posições este ano. O estudo aponta que o país continua a colher os frutos de suas marcas fortes e altos níveis de investimento empresarial, garantindo a posição de líder global em Negócios e Comércio, repetindo a dose do ano passado. Além disso, o Japão observou uma melhora em sua pontuação em Educação e Ciências, assumindo a liderança da categoria. E ficou com a segunda melhor avaliação de gestão da pandemia, logo atrás da Nova Zelândia.

Os Top 30 

Com a saída do Brasil dos Top 30, a região da América Latina e Caribe deixou de figurar nesse grupo, assim como a África Meridional, que já não fazia parte no ano passado. As 30 primeiras posições são dominadas pela Europa, com 18 países. Muito atrás, com quatro cada, aparecem a Ásia e a região do Oriente Médio e Norte da África. Completam a lista a América do Norte e a Oceania, com dois países cada.

Com relação ao ano passado, além da saída do Brasil, também deixou o grupo a Índia, diminuindo a participação da Ásia. Nessas duas vagas entraram mais um país europeu e um da região do Oriente Médio e do Norte da África. O domínio europeu foi ampliado com a estreia da Islândia na pesquisa, já no 30º lugar. E o Qatar engrossou a representação do Oriente Médio depois de subir cinco posições, passando do 31º no ano passado para o 26º este ano.

Nova Zelândia, a vitória da transparência 

Mais impressionante ainda foi a ascensão da Nova Zelândia, que fez uma escalada de seis posições, a maior dos Top 30. Aclamado como o maior exemplo de sucesso na gestão da pandemia, o país aparece este ano na 16ª posição, com um índice de 49,3.

O país aparece entre os cinco primeiros na categoria Pessoas e Valores e é o líder global na percepção da gestão da pandemia, com o incrível índice de 5,9 – cinco vezes maior do que o dos Estados Unidos.

A ação rápida e elogiada em todo o mundo de fechar as fronteiras e impor a quarentena obrigatória deixou a nação livre de Civid-19 por meses.

O governo teve tanto sucesso na supressão da doença que o distanciamento social não é mais necessário, tornando possível um até então impensável festival de música em dezembro, com a participação de dezenas de milhares de pessoas.

David Haigh, da Brand Finance, aponta a liderança da primeira-ministra Jacinda Ardern como a chave para o sucesso do país:

Aclamada como um dos dez líderes mais respeitados do mundo, tem uma liderança confiante e decisiva, que está no cerne do crescente reconhecimento da Nova Zelândia no Índice Global de Soft Power”.

Sucesso na pandemia não foi contagiante

Enquanto o soft power da Nova Zelândia pegou um elevador com a pandemia, a Itália, país que mais sofreu com o contágio do vírus na primeira onda do ano passado, foi também o que sofreu o maior tombo nos Top 30, despencando oito posições e caindo para o 19º lugar, com 48,3 pontos. A queda só não foi maior porque o país firmou-se como um dos cinco primeiros na categoria Familiaridade e tirou da França a liderança global em Cultura e Patrimônio.

As respostas consideradas fracas de outras potências tradicionais dos Top 30 também fizeram seu soft power enfraquecer com a ação do vírus. A Espanha, também muito sacrificada com taxas de mortalidade entre as mais altas da pandemia, perdeu seis posições e rolou para a 22ª posição, com 47,5 pontos. Mas nem por isso deixou de figurar entre os cinco primeiros em Cultura e Patrimônio Cultural.

A queda da França foi menos drástica: só um degrau, da sexta para a sétima posição, com 55,4 pontos. O país figurou entre os cinco primeiros em cinco categorias, mas perdeu a liderança em Cultura e Patrimônio. Por outro lado, experimentou apenas uma queda marginal de 0,1 ponto na categoria Negócios e Comércio, atribuída pelos pesquisadores ao fato de a França ser vista cada vez mais como uma das principais nações europeias na atração de investimento estrangeiro.

Mas não foi só o soft power das potências da Europa que estremeceu com o vírus. No Oriente, China e Rússia também perderam. Os chineses caíram três posições, deixaram os Top 5 e tiveram que se contentar com um honroso 8º lugar, com 54,3 pontos. Mas continuam com a vice-liderança em Influência, atrás dos Estados Unidos, e entre os cinco primeiros em Negócios e Comércio e Educação e Ciências.

A Rússia também perdeu três posições, mas rolou mais abaixo, deixando os Top 10 e parando na 13ª posição, com 50,5 pontos, sem nem o consolo de figurar entre os cinco primeiros em alguma das categorias.

Com sonda em Marte, soft power dos Emirados Árabes Unidos chega às alturas

O grupo de países da região do Oriente Médio e da África Setentrional já é o segundo mais expressivo dos Top 30, puxado pelo líder regional, os Emirados Árabes Unidos, que consolida seu soft power com mais 2,4 pontos no índice. Isso valeu ao país mais uma posição, chegando ao 17º lugar, com 48,4 pontos.  Mas não foi só o líder que cresceu. Dos 15 países da região que figuram no ranking deste ano, oito já participavam da pesquisa no ano passado – todos esses tiveram ganhos em relação a 2020.

Para Haigh, da Brand Finance, a estabilidade política dos Emirados Árabes Unidos tem contribuído para aumentar o soft power do país:

“À medida que os Emirados Árabes Unidos se aproximam do 50º aniversário, em dezembro, continuam a mostrar sua impressionante trajetória de crescimento. A bem-sucedida Missão Emirates Mars é um exemplo claro de como a nação consegue encarar a corrida com os pesos-pesados ​​globais China e os EUA, e da jornada de diversificação de sua economia com vistas ao crescimento de longo prazo.”

Governança, o calcanhar de Aquiles do soft power do Brasil na América Latina

Desconsiderando a categoria excepcional da gestão da pandemia, na qual o Brasil teve não apenas o pior índice da América Latina como o segundo pior do mundo, o País lidera em todas as 10 categorias que compõem o índice geral, com exceção de uma: a Governança. Nessa, ostenta o quinto lugar, atrás da líder República Dominicana, seguida de Uruguai, Paraguai e Costa Rica.

E o pior: trata-se da única categoria em que o País sai como perdedor tanto na edição deste ano como na do ano passado.

Outra área delicada é a de Educação e Ciência, na qual o Brasil empata na liderança, sem conseguir se destacar nem na edição do ano passado nem na deste ano. No ano passado, empatava com o Chile. Este ano o empate foi triplo, com Argentina e Paraguai.

Em duas categorias nas quais o Brasil ocupava a segunda colocação, ocorreram viradas. Em Mídia e Comunicação, em que perdia por 0,1 ponto para o Chile, passou a liderar por 0,3 ponto sobre a Colômbia. Em Pessoas e Valores, em que perdia para o México por 0,1 ponto, tornou-se líder com 0,5 ponto à frente de Jamaica e Colômbia.

Em duas categorias a folga na liderança diminuiu. Em Familiaridade, a diferença de 0,6 pontos caiu para 0,4 sobre o mesmo vice-líder, o México. Na Reputação a folga na liderança ficou mais apertada. Era de 0,2 ponto e caiu para apenas 0,1 sobre o mesmo segundo colocado, a Argentina.

Em Influência, a vantagem sobre o mesmo vice-líder nas duas edições permaneceu igual: 0,4 ponto sobre o México.

Em três categorias a folga na liderança ampliou-se. Em Relações e Internacionais, a vantagem, que era de 0,2 ponto sobre o Chile, passou para 0,5 nesta edição, sobre a Argentina. E em Negócios e Comércio, em que era de 0,1 ponto também sobre o Chile, subiu para 0,8 este ano, sobre a República Dominicana. A vantagem mais folgada é em Patrimônio Cultural, que já era de 0,9 ponto e passou para 1,4 nesta edição, sobre o mesmo vice-líder, o  México.

No índice geral, a liderança ficou menos folgada. No ano passado, o Brasil tinha um índice de 39,4 pontos contra 35,6 do México, com uma folga de 3,8 pontos. Este ano, os índices dos dois caíram: o do Brasil passou para 38,1 e o do México, para 34,4, também prejudicado pela má percepção de sua gestão da Covid-19.

Só que no período o índice da  Argentina passou de 33,9 para 36,1. Resultado: ultrapassou o México, e diminuiu a diferença para a liderança para quase a metade: apenas 2 pontos.

“Vários fatores impediram o Brasil de ter uma posição melhor no ranking, destacando-se a forma caótica como lidou com a pandemia, o baixo investimento em promoção internacional, a baixa representatividade em rankings globais de marcas, e a necessidade de inovação tecnológica e de produtos com maior valor de mercado”, avalia Eduardo Chaves, diretor da Brand Finance América Latina.

No ranking do ano passado, o grupo da América Latina e Caribe era formado por sete países. Desses, três diminuíram seus índices (além de Brasil e México, também a Venezuela) e quatro aumentaram: Argentina, Colômbia, Chile e Peru.

Este ano o total de países da região passou para 17. Os cinco líderes do ano passado continuam à frente este ano. Depois de Brasil, Argentina e México, na sequência houve uma troca de posições: como o índice da Colômbia teve um crescimento maior, ela ultrapassou o Chile.

Completando o ranking regional, no ano passado apareciam Peru e Venezuela. Em sua estreia este ano, Uruguai e Cuba aparecem depois do Chile e deixam o Peru na oitava colocação. Em seguida aparecem todos os demais estreantes, mantendo a Venezuela na última colocação da região, como no ano passado.

A íntegra do relatório (em inglês) pode ser vista aqui.


Aldo De Luca, Conselheiro e colaborador do MediaTalks byJ&Cia, é jornalista brasileiro radicado em Londres. Formado em Jornalismo pela UFF (Universidade Federal Fluminense), foi repórter especial do jornal O Globo em 1987 e 1988. Fundou junto com Luciana Gurgel a agência Publicom, que se tornou uma das maiores empresas do setor no Brasil e em 2016 foi adquirida pela WeberShandwick (IPG Group). Além de jornalista, é Engenheiro pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Integra a FPA (UK Foreign Press Association).
O conteúdo do MediaTalks J&Cia pode ser reproduzido desde que citados a fonte e o autor 

Leia também 

sustentabilidade jornalismo