A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ)  e o Sindicato de Jornalistas Palestinos (PJS), emitiram nesta terça-feira (11/5) um comunicado condenando a violência contra jornalistas palestinos nos conflitos em Israel, que se agravaram nos últimos dias, apelando às Nações Unidas para fornecer proteção de campo urgente. Hoje (12/5), soltaram novo comunicado denunciando ataques a sedes de veículos de imprensa em Gaza ocorridos na noite passada.

Na noite de 11 de maio, os militares israelenses bombardearam a torre Al-Jawhara, localizada em Gaza, que abriga os escritórios de 13 organizações de mídia e ONGs. O sindicato afirma que o ataque foi deliberado e direcionado.

Não houve feridos porque os jornalistas deixaram as redações depois que o exército israelense avisou que o prédio seria bombardeado.

No entanto, as organizações de mídia perderam seus equipamentos. A IFJ disse que o governo israelense deve compensar a mídia por suas perdas financeiras.

Segundo o comunicado, os escritórios de diversas organizações – Agência Nacional de Informação, Jornal Palestina, Canal Al-Arabi, TV Al-Ittijah, TV Al-Nujaba, TV Síria, Canal Al-Kufiya, canal Al Mamalaka, Agência APA, Agência Sabq 24, Bawaba 24, o Fórum da Mídia Palestina, o Fórum Palestino para o Diálogo e Desenvolvimento Democrático – foram completamente destruídos. Os escritórios da TV Al-Jazeera, adjacentes ao prédio alvo do ataque, também teriam sido danificados.

Um vídeo postado no Twitter mostra o momento do ataque. 

O correspondente da agência de notícias espanhola EFE em Jerusalém disse no Twitter que seu correspondente em Gaza teve que fugir de seu escritório na torre Al-Jawhara após uma mensagem de alerta dos militares israelenses.

Além dos ataques direcionados contra organizações de mídia em Gaza, o PJS relatou que as forças israelenses prenderam o fotojornalista Hazem Nasser na Cisjordânia, no dia 12 de maio. Desde o início dos conflitos recentes em Jerusalém, as autoridades israelenses prenderam pelo menos 27 profissionais de mídia, segundo a IJF. 

Ataques em manifestações 

No comunicado anterior, a entidade havia informado que pelo menos 19 jornalistas palestinos tinham sido agredidos e espancados pela polícia israelense enquanto cobriam os confrontos entre civis palestinos e autoridades de Israel. 

O Sindicato informou que 12 profissionais foram feridos enquanto cobriam o ataque militar israelense à mesquita de Al-Aqsa, Bab Al-Amoud e bairros de Sheikh Jarrah em Jerusalém. Outros três jornalistas sofreram ataques enquanto cobriam eventos em Camp Salem, localizado ao norte de Jenin, e quatro foram alvejados durante a cobertura de eventos na cidade de Aqraba, ao sul de Nablus. Muitas das agressões foram gravadas e denunciadas nas redes sociais.

A imprensa internacional noticiou também que centenas de pessoas ficaram feridas na segunda-feira, 10, em novos confrontos entre palestinos e a polícia israelense na Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém.  

Apelo à ONU

O PJS enviou um apelo às Nações Unidas para fornecer proteção de campo urgente para jornalistas e para fazer cumprir a Resolução 2222 do Conselho de Segurança da ONU, que garante proteção para jornalistas. 

O chefe da ONU, Antonio Guterres, pediu a Israel que “respeite o direito à liberdade de reunião pacífica” e exortou as autoridades israelenses a “cessar as demolições e despejos” nos territórios palestinos.

Anthony Bellanger, Secretário Geral da FIJ, conclamou a comunidade internacional a agir para impedir e punir os crimes contra jornalistas palestinos. 

Leia também

Entidades globais lançam site com live ininterrupta em apoio à jornalista filipina Maria Ressa, perseguida pelo governo