Falta pouco para a chegada do streaming da CNN, o CNN+, nos Estados Unidos, mas mesmo antes da estreia a plataforma já enfrenta críticas dos pares no mercado.

A Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos (NAHJ, na sigla em inglês) publicou uma nota de repúdio pelo fato do CNN+ não contar com nenhum latino no quadro de profissionais anunciado.

A entidade se disse “chocada” com a falta de jornalistas latinos na programação do novo serviço de streaming, e cobrou nominalmente do novo CEO, Chris Licht, o compromisso de proporcionar mais diversidade na plataforma.

CNN+ vai custar US$ 5,99 e com oferta especial para aumentar fidelização

O comunicado da NAHJ foi publicado apenas um dia antes de a CNN revelar o preço do seu serviço de streaming. Ainda sem a data de lançamento confirmada, o CNN+ custará US$ 5,99 por mês ou US$ 59,99 por ano.

A empresa da WarnerMedia também divulgou uma promoção especial na tentativa de fidelizar o máximo de assinantes possível logo de cara: quem contratar o serviço nas primeiras quatro semanas após a estreia pagará metade do preço, ou seja, US$ 2,99, de forma vitalícia enquanto a conta estiver ativa.

O chefe do CNN+, Andrew Morse celebra a chegada da plataforma:

“Não existe nada como o CNN+. Não há oferta de assinatura de streaming de notícias e de conteúdo não-ficção disponível hoje, e somente a CNN pode criar e entregar um produto de notícias global com essa qualidade.”

O CNN+ vai oferecer aos assinantes três tipos de conteúdo: programação ao vivo, on demand e interativo, que a empresa define como uma “maneira totalmente nova de se envolver com o jornalismo”.

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Falta de representatividade é desrespeitosa, diz NAHJ

Na nota publicada no site da NAHJ, a associação teceu críticas duras à falta de representatividade na programação do novo serviço de streaming da CNN.

“A Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos está chocada com a falta de jornalistas latinos na programação do CNN+ . Essa falta de representação não é apenas desrespeitosa com nossa comunidade diversificada, mas também desconsidera o qualificado grupo de talentos latinos dentro da organização.”

A CNN anunciou o conteúdo on demand no final de fevereiro, que inclui programas apresentados pelos veteranos da casa Wolf Blitzer, Kate Bolduan, Don Lemon, Anderson Cooper e Sara Sidner; juntamente com atrações comandadas pelo ex-apresentador da Fox News Chris Wallace e as ex-âncoras da ESPN Jemele Hill e Cari Champion.

Além da ausência de latinos, chama a atenção a maioria de jornalistas brancos à frente dos conteúdos da nova plataforma.

A indicação do próximo CEO global da CNN, Chris Licht, motivou a NAHJ a cobrar diretamente dele que os “apresentadores da CNN reflitam as comunidades que cobrem e que candidatos diversos tenham oportunidades iguais.”

“Para construir uma forte base de jornalistas latinos, é essencial que o CNN+ desenvolva e cultive diversos talentos em seus programas de notícias, não apenas para representar com precisão as comunidades em todo o país, mas também para contribuir positivamente para a programação em evolução da rede.”

“Apesar de um ‘acerto de contas’ contra o preconceito motivar muitos líderes a se comprometerem em diversificar suas redações, muitas organizações de notícias continuam a fazer um triste trabalho. A NAHJ exige que os líderes da CNN retifiquem esse descuido.”

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Novo CEO trocou Colbert por CNN

O jornalista Chris Licht, da Discovery, será o novo CEO global da CNN. O nome que substituirá Jeff Zucker foi confirmado por sua atual emissora na segunda-feira (28).

A previsão é que o jornalista assuma o cargo quando a Discovery e a WarnerMedia, dona da CNN, concluírem a fusão prevista para abril, na sequência das saídas de Zucker e do âncora Chris Cuomo.

Até o anúncio como novo chefe da CNN, Chris Licht era o showrunner (profissional que dirige todas as etapas de um programa) do “The Late Show with Stephen Colbert”, além de vice-presidente executivo de programação especial da ViacomCBS.

A troca de Colbert pela emissora jornalística feita por Licht foi divulgada primeiro pelo site Puck, no sábado (26). Dois dias depois, a CNN confirmou a informação.

O cargo principal na CNN ficou vago no início de fevereiro, quando Jeff Zucker pediu demissão da emissora ao revelar um relacionamento secreto que mantinha com a vice-presidente executiva e diretora de marketing da empresa, Allison Gollust.

Ela também renunciou semanas depois do caso vir à tona. Ambas as saídas resultaram de uma investigação interna que começou quando o âncora do horário nobre Chris Cuomo foi demitido em dezembro passado.

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