Até o próximo dia 1º de dezembro os jornalistas brasileiros podem concorrer às bolsas de estudo de US$ 80 mil (R$ 425 mil) oferecidas pela Fundação Nieman para passar um ano na Universidade de Harvard desenvolvendo suas habilidades profissionais e capacidades de liderança.

Os candidatos precisam ter pelo menos cinco anos de experiência profissional em tempo integral em veículos de mídia impressa, radiofusão, digital ou audiovisual. É necessário também falar, ler e escrever em inglês fluente.

Vários brasileiros já aproveitaram essa oportunidade e a última delas foi Natália Viana, co-fundadora e diretora da Agência Pública, selecionada para a classe de 2022.

Bolsas de estudo para doze jornalistas internacionais

Todos os anos, a Fundação Nieman seleciona até doze jornalistas dos EUA e doze internacionais para bolsas de estudo no ano acadêmico que inicia em agosto. O programa formou até hoje mais de 1.600 jornalistas, de 99 países.

O primeiro brasileiro a conquistar uma bolsa de estudo do programa foi Rosental Calmon Alves, em 1988. Atualmente ele dirige o Centro Knight para o Jornalismo da Universidade do Texas.

Bolsistas podem escolher cursos e aulas de interesse

Os bolsistas terão a oportunidade de passar dois semestres em Harvard estudando, pesquisando e participando de seminários, palestras, master classes e conferências com alguns dos maiores pensadores da universidade.

Os bolsistas podem escolher seus próprios cursos em Harvard, devendo pelo menos elaborar um trabalho de conclusão de curso a cada semestre.

Alguns usam o ano para aprofundar seus conhecimentos em um campo de interesse, enquanto outros procuram ampliar seus conhecimentos em várias áreas ou se preparar para uma nova tarefa.

Além do currículo oferecido pela Universidade de Harvard, os bolsistas terão acesso livre também às aulas oferecidas no MIT Media Lab e na Fletcher School of Law and Diplomacy da Tufts University.

Com o conhecimento que ganham no campus e os relacionamentos que constroem, os bolsistas geralmente retornam aos seus países de origem como empreendedores de jornalismo, inovadores do setor ou cargos de gerência em suas redações.

Bolsistas podem levar família e cônjuges têm acesso às atividades

A bolsa de estudo de US$ 80 mil será paga ao longo de nove meses, e a fundação oferece apoio na busca de estadia e na aclimatação à nova rotina, além de ajuda de custo para seguro de saúde e cuidados infantis.

Caso o bolsista selecionado opte por levar a família, os cônjuges ou companheiros podem frequentar as aulas e bibliotecas e participar de quase todas as atividades oferecidas pela Fundação.

A curadora da Fundação Newman, Ann Marie Lipinski, ressalta que a bolsa de estudo oferecida é uma oportunidade de aprendizado extraordinária e transformadora aberta a jornalistas que trabalham em todos os meios de comunicação em todos os países do mundo:

“Eu vi novos líderes emergirem e retornarem às suas redações com uma visão expandida. Eu vi inovações em contar histórias, notícias, tecnologia e organização emergir do trabalho singular e coletivo de nossos colegas. Eu vi o jornalismo se tornar mais forte.”

Quem é elegível para as bolsa de estudo

Todos os candidatos devem ser jornalistas profissionais com pelo menos cinco anos de experiência em tempo integral em organizações de mídia.

Os candidatos podem ser freelancers e não há limites de idade ou pré-requisitos acadêmicos, e um diploma universitário não é necessário.

A única restrição é que durante os dois anos anteriores à inscrição o candidato não tenha usufruído de outras bolsas de estudo com duração de mais de três meses.

Requisitos para a inscrição

Todos os candidatos devem preencher um formulário de inscrição on-line. Na inscrição, os interessados devem explicar como suas propostas beneficiarão o jornalismo e o foco de seu interesse.

A última brasileira selecionada, Natália Viana, conquistou sua bolsa com a proposta de estudar a erosão da democracia no Brasil e na América Latina e a ascensão dos movimentos de extrema direita, com foco nas campanhas de desinformação e manipulação da mídia.

Para formalizar a inscrição, os interessados devem enviar também alguns documentos como carta de motivação, perfil profissional, amostras do trabalho como jornalista, proposta de estudos, resumo do plano de estudos e três cartas de recomendação.

Para facilitar, o site apresenta alguns exemplos dos documentos a serem apresentados. Para obter mais informações e fazer a inscrição clique aqui.