Londres – As contas oficiais da família real britânica nas redes sociais  estão exibindo neste fim de semana um novo vídeo com imagens da vida do príncipe Philip, que ficou casado 73 anos com a Rainha Elizabeth e morreu em 9 de abril de 2021. 

Um narrador lê “Os Patriarcas, uma elegia”, escrito pelo poeta Simon Armitage após a morte do príncipe, enquanto uma sequência de fotos mostra o duque de Edimburgo quando criança, mais velho em atividades militares e beneficentes e em momentos com a família. 

Um desses momentos é uma imagem de Philip com a cabeça apoiada no ombro de Elizabeth, transmitindo uma ideia de intimidade e paz. 

Philip era considerado esteio da família real britânica

A divulgação do vídeo é mais um movimento da bem azeitada máquina de relações públicas da família real britânica, que mantém uma eficiente estratégia de uso das redes sociais para promover sua imagem, desgastada recentemente com problemas como o processo de abuso sexual enfrentado pelo príncipe Andrew.

O Duque de Edimburgo é uma figura com altos índices de admiração entre os súditos.

De família nobre – era o príncipe da Grécia e da Dinamarca, ele se casou com Elizabeth II quando ela era uma princesa, filha do Rei George VI. A morte prematura do pai levou-a ao trono aos 25 anos. 

Historiadores especializados em contar a história da família real britânica são unânimes em apontar  Philip como uma influência importante sobre a rainha, que nunca escondeu o valor dado ao apoio recebido do marido em decisões importantes. 

Ele teve também um papel fundamental na construção da reputação positiva da monarquia britânica.

A atuação como militar reforçou a imagem de serviço ao país que a monarquia tenta transmitir para neutralizar críticas sobre gastos públicos para ajudar a manter palácios e viagens de seus integrantes representando o Reino Unido. 

O poema destaca sua atuação como militar. Um dos versos diz: “lutou guerras engenhosas, triunfos finalizados no mar / com barcos de chamariz flamejantes e torpedos escalonados.”

Depois que deixou as forças armadas, Philip teve uma participação intensa em eventos públicos, patrocinando causas como a defesa do meio ambiente e apoio a jovens.

Ele também viajava pelo mundo com a rainha. Em 1968, estiveram no Brasil e encantaram multidões.

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O duque morreu perto de completar 99 anos. Ele havia feito um plano detalhado para a cerimônia fúnebre, denominado Forth Bridge, que não pôde ser executado porque o Reino Unido estava sob lockdown severo devido à covid-19.

Apenas 30 pessoas podiam participar de enterros. Uma foto da rainha solitária, sentada na pontinha do banco da capela do Palácio de Windsor comoveu o país. 

Patriarca da família real britânica lembrado por gafes

No período de uma semana entre a morte e o sepultamento do príncipe Philip, a imprensa britânica não falava de outra coisa. 

Apesar de toda a solenidade, a cobertura da mídia lembrou um dos aspectos curiosos de sua biografia: as gafes. Que para um ultramonárquico jornal como o Daily Mail foram chamadas de frases de efeito para alegrar o nosso dia.

Uma das matérias da extensa cobertura do jornal, intitulada“Dane-se a diplomacia”, lembrou os melhores momentos com direito a um vídeo. Até um fotógrafo entrou na mira do duque, que ganhou dele um impaciente “tira logo a f*** foto”. 

Príncipe Andrew, sombra na popularidade da família real 

No dia 29 de março, Elizabeth II provocou controvérsia ao escolher o filho Andrew, com imagem abalada por envolvimento em um escândalo de abuso sexual, para acompanhá-la na entrada na Abadia de Westminster no memorial religioso em homenagem ao príncipe Philip. 

Em sua primeira aparição pública ao vivo após várias semanas reclusa devido a problemas de saúde, a Rainha Elizabeth usou a cerimônia religiosa para marcar o primeiro ano da morte do príncipe Philip para mandar um recado aos que especulavam sobre o destino familiar do príncipe Andrew, escolhendo-o para acompanhá-la no caminho até seu assento na igreja. 

Philip e a popularidade da família real britânica 

Lembrar entes queridos nas redes sociais é uma prática comum entre famílias.

Mas como tudo o que acontece em torno da família real britânica, lembrar o príncipe Philip traz um benefício adicional: ele continua sendo um elemento importante para alimentar os índices de aprovação da monarquia,  desafiada por movimentos anti-monárquicos que defendem seu fim após a morte de Elizabeth II. 

Segundo o Instituto YouGov, que acompanha regularmente a popularidade dos integrantes da realeza, Philip caiu pouco em aprovação depois de sua morte. 

O neto William assumiu seu lugar em segundo, logo atrás da Rainha Elizabeth, mas a apenas dois pontos do duque de Edimburgo.

Já o futuro rei não consegue avançar, continuando em sexto lugar em admiração de seus súditos. 

Os eventos do jubileu de platina começarão a acontecer a partir das próximas semanas e se estendem até junho.

Há muitas especulações são sobre o papel de Andrew nas cerimônias e sobre a própria participação da rainha, que tem cancelado aparições públicas devido a problemas de saúde sobre os quais os assessores de comunicação da família real pouco falam. 

A julgar pela decisão de entrar com Andrew na igreja, Charles e William podem ser voto vencido nas decisões sobre o duque de York, que muitos dizem ser o filho preferido da mãe. 

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