O jornalista Dylan Lyons (24 anos), da TV Spectrum News 13, foi morto na Flórida enquanto fazia a cobertura de um caso de assassinato. Não está claro se Lyons foi atingido por conta de sua atuação como repórter, embora ele estivesse no local a serviço. 

Na sequência de sua morte, também foi vítima uma menina de nove anos. O fotógrafo Jesse Walden e a mãe da menina foram baleados e feridos pelo mesmo atirador – eles foram encaminhados para atendimento hospitalar.

A política local identificou e prendeu o suspeito, que foi apontado como sendo também responsável pelo assassinato de uma jovem ocorrido horas antes.

Jornalista morto na Flórida reacende debate sobre tiroteios

Apesar de ser, em geral, considerado um país seguro para a atuação da imprensa, o medo de tiroteios e assassinatos em série cresce nos Estados Unidos.

E os jornalistas, muitas vezes entre os primeiros que chegar a zonas de crimes, podem acabar na linha de frente de tiroteios.

No caso de Lyons, segundo o relato da polícia local, a equipe da Spectrum News 13 estava cobrindo, por volta das 16h, o assassinato de uma mulher ocorrido naqueles mesmo dia pela manhã.

O suspeito então voltou à cena do crime, na região de Orlando, e abriu fogo contra os dois jornalistas – o repórter Dylan Lyons e o fotógrafo Jesse Walden.

Na sequência, ele fugiu para uma casa próxima, onde atacou uma menina e sua mãe.

A coordenadora do Comitê de Proteção a Jornalistas  para os EUA e Canadá, Katherine Jacobsen, disse :

“É profundamente perturbador que um jornalista tenha sido morto enquanto cobria a violência armada que se tornou uma realidade doentia de viver nos Estados Unidos.

Os repórteres devem ser capazes de cobrir as notícias sem ter que temer por suas vidas.”

Segundo o xerife do condado, John Mina, os jornalistas estavam dentro ou perto de seu veículo, que não se parecia com o veículo oficial de uma estação de TV.

Ele levanta a hipótese de que o suspeito tenha confundido os jornalistas com policiais e, talvez por isso, atirado neles.

A polícia local identificou Keith Moses, de 19 anos, como o suposto atirador e conseguiu detê-lo. Ele estava armado e não quis cooperar com os agentes.

O suspeito, segundo o xerife Mina, tem um longo histórico criminal, incluindo acusações por porte de arma, agressões, roubo e furto.

https://twitter.com/OrangeCoSheriff/status/1628577832426258439?s=20

Aparentemente, o jovem era conhecido da mulher assassinada pela manhã – a primeira vítima do dia e que originou a cobertura do caso pela imprensa.

Ainda não se sabe se há alguma ligação do suspeito com os repórteres – a polícia disse que irá investigar se o atirador mirou neles propositalmente.

Jornalistas mortos nos EUA

Pelo menos 67 jornalistas morreram em 2022 no exercício de sua profissão, segundo os dados do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ). Apenas um deles era norte-americano.

O repórter investigativo Jeff German, do Las Vegas Review-Journal, foi esfaqueado até a morte em setembro de 2022. Ele estava em frente à sua casa em Las Vegas.

Nesse caso, o principal suspeito é Robert Telles, que era o administrador público do Condado de Clark e perdeu a reeleição por conta de reportagens de German.

Segundo a investigação, seu DNA bate com o encontrado nas unhas do repórter. Ele está em prisão preventiva e deve ir a julgamento em abril deste ano.