Quando se pensa na Escócia, as primeiras imagens que vêm à mente da maioria das pessoas são as paisagens verdejantes e os cenários medievais imortalizados em filmes como Coração Valente.
Mas poucos imaginam que o país tem uma rica e colorida vida subaquática.
O professor de química, mergulhador e fotógrafo amador Ross McLaren reúne-se uma vez por semana com amigos no Kilmarnock Sub-Aqua Club para explorar o rio Clyde e os lagos marítimos ao redor de Oban, Argyll e Bute.
Já fez mais de 300 mergulhos e capturou milhares de imagens de animais e plantas aquáticas.
McLaren conta que as pessoas olham para as águas escuras dos mares e lagos da Escócia e não imaginam o que se esconde lá embaixo.
“Existe uma vida marinha absolutamente incrível e diversa”.
Mergulhar em águas turvas e bem mais frias dos que o mar morno do Caribe – nos meses mais quentes a temperatura beira os 15º – não é para qualquer um. Quem não se aventura a tanto pode conhecer aqui o Ross McLaren descobriu.
A imagem preferida: um anêmona em close
Perguntado sobre sua foto preferida, ele disse que é difícil escolher o melhor momento no fundo do mar, em meio a uma diversidade grande de peixes, plantas, corais e esponjas. E que sua melhor foto foi obtida em um dia de sorte.
Ele conta que conseguiu capturar uma imagem de uma anêmona Fireworks (fogos de artifício) que acabou lembrando um rosto, devido ao movimento da corrente.
“Eu gostaria de dizer que tinha enquadrado a foto, mas sendo honesto, nem percebi que o que tinha registrado até chegar em casa e olhar o cartão de memória”.
Scapa Flow e os navios naufragados na Primeira Guerra
Um um dos locais favoritos de Ross McLaren é Scapa Flow, onde existem sete navios naufragados, abrigando muitas plantas e animais.
A história do local remonta à Primeira Guerra Mundial, quando a marinha alemã levou sua frota para Scapa Flow para se render. Mas após acreditar que as negociações de paz haviam falhado, o contra-almirante Ludwig von Reuter deu a ordem de afundar seus 52 navios para que não caíssem nas mãos do inimigo.
Uma vida rica e diversificada
Caranguejo ermitão
O caranguejo ermitão se adaptou para ocupar conchas de moluscos para proteger seu esqueleto frágil. Existem mais de 800 espécies de caranguejos ermitões, a maioria com um abdômen assimétrico escondido por uma concha.
Dogfish/Catshark
O tubarão gato malhado, também conhecido como peixe cachorro malhado ou morgay, é assim chamado por causa das pintas pequenas que cobrem a sua pele.
Anêmona
Um close de uma anêmona. Muito encontradas do norte do estuário de Clyde ao longo da costa oeste da Escócia, especialmente em lagos marítimos.
Verme pavão
O verme pavão vive dentro de um tubo liso de lama fina ou partículas de areia unidas com muco. O tubo fica em pé com a extremidade inferior presa a pedras, e a extremidade superior projetando-se do fundo do mar. Quando coberto pela água, o verme estende seus tentáculos para fora do tubo para se alimentar.
Goby
Goby é um nome comum para muitas espécies de peixes de nadadeiras raiadas de pequeno a médio porte, normalmente com cabeças grandes e corpos cônicos, que são encontrados em ambientes marinhos, salobros e de água doce.
Anêmona e vermes tubulares
Pequenas anêmonas do mar e vermes tubulares presas nos suportes de concreto de uma estrutura antiga e agora em ruínas, os ‘A-Frames’, que fornecem um habitat artificial de recife para uma grande quantidade de vida marinha em Loch Long.
Anêmona dália
A anêmona dália é encontrada em costões rochosos e no fundo do mar até profundidades de 100 m. Tem uma ampla gama de belas cores, incluindo rosa, roxos, amarelos e laranjas e embora sejam mais comumente um marrom avermelhado.
Lesma do mar
Nudibrânquio coryphella lineata, a lesma do mar, tem muitos tentáculos no dorso e linha visível no meio da base.
Lula Boptail
Concha Flame
Um encontro inusitado
Apesar da imensa beleza, às vezes acontecem situações inusitadas no fundo do mar. Uma vez Ross viu de longe uma ‘forma’ emergindo e estava convencido de que era uma água-viva bem grande. Na época ele estava com uma câmera GoPro. Quando a imagem se materializou na escuridão, o fotógrafo viu a inscrição “I’m back”.
“Ficou claro que, a menos que as águas-vivas tivessem adotado a moda das tatuagens, aquilo era apenas um saco plástico. Infelizmente eu percebi como é fácil para a vida marinha confundir plástico com comida”.
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