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Comitê pede segurança após ataques a repórteres na Itália e invasão a TV na Eslovênia por cobertura da Covid-19

(RTVSLO.si/Ergyn Žjeći/Divulgação CPJ)

Londres – Dois episódios recentes de ataques a jornalistas na cobertura da pandemia de Covid-19 levaram a organização global  Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) se manifestar cobrando segurança para profissionais de imprensa na Itália e na Eslovênia, onde uma emissora de TV chegou a ser invadida.

Na Itália, a repórter Antonella Alba, do canal Rai News 24, foi ofendida e agredida quando acompanhava uma manifestação em Roma no último dia 28, contra o “Green Pass”, versão local do passaporte de vacina, documento exigido para frequentar locais fechados, como academias e bares, além do transporte público, no país.

Ao notarem que se tratava de uma jornalista no protesto, os manifestantes abordaram Alba chamando-a de “terrorista”, e tentando arrancar o telefone celular da mão de suas mãos. Ela sofreu arranhões e escoriações, segundo relatou ao CPJ.

Alba afirma que abordou os manifestantes fazendo perguntas “muito simples” sobre os motivos da manifestação. “Eles responderam com insultos, ofensas verbais e, finalmente, agressão. “Foi realmente assustador”, afirmou.

O Reino Unido também vem registrando ataques à imprensa. Em agosto houve uma tentativa de invasão a um estúdio desativado da BBC. Duas semanas depois, os manifestantes conseguiram entrar no prédio da emissora ITV, mas foram contidos pela polícia.


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Jornalista foi agredido com socos no rosto por filmar protesto em Roma

Em outro ataque a jornalista na capital italiana, em 30 de agosto, Francesco Giovannetti, videojornalista do diário La Repubblica, cobria um protesto contra as medidas do governo para conter a Covid-19, quando recebeu diversos socos no rosto por estar filmando. 

Segundo o CPJ, um boletim de ocorrência aponta que a polícia interveio e prendeu o agressor, e que Giovannetti foi levado ao hospital e tratado de ferimentos na cabeça.

“Os jornalistas na Itália devem ser capazes de cobrir a pandemia de COVID-19 e protestos relacionados sem medo de serem perseguidos e atacados por manifestantes”, disse Gulnoza Said, coordenador do programa do CPJ para a Europa e Ásia Central.

Agressões a profissionais de imprensa durante manifestações começaram a acontecer na Itália desde o fim de 2020, assim como na Alemanha. Grupos de extrema-direita foram apontados como organizadores dos ataques. 


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Na Eslovênia, manifestantes invadem emissora e tentam impedir transmissão

Na Eslovênia, a invasão a um estúdio de TV aconteceu no dia 3 de setembro. Por volta das 20h30, cerca de 20 manifestantes contra restrições devido à pandemia de Covid-19 conseguiram entrar na sede da emissora RTV Slovenija (RTVS) em Ljubljana, a capital do país, relataram jornalistas ao CPJ.

Cerca de cinco  manifestantes invadiram o escritório e, em seguida, 12 a 15 outros se juntaram a eles. Sem máscaras protetoras, o grupo se queixava sobre a cobertura da RTVS sobre a pandemia do coronavírus, exigiram tempo de transmissão para suas opiniões e tentaram entrar em escritórios, estúdios e na redação para interromper o noticiário das 22h da emissora.

Policiais retiraram os manifestantes após cerca de uma hora, e nenhum funcionário da RTVS ficou ferido durante o ataque.

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Em nota, a emissora condenou o incidente e chamou a invasão de “não apenas um ataque à nossa instituição, mas também ao trabalho jornalístico livre e independente”.

Manica Janežič Ambrožič, editora-chefe de notícias, disse ao CPJ que manifestantes se posicionam do lado de fora da empresa desde maio e ocasionalmente insultam e filmam funcionários que entram e saem do prédio.

“Informamos a polícia várias vezes sobre os riscos desses manifestantes fora de nossa sede, mas a polícia não interveio”, disse ela. “Foi pura sorte desta vez ninguém ter se ferido.”

A polícia de Ljubljana abriu uma investigação sobre o incidente, de acordo com o relatório da RTVS.

Em Londres, grupo antivacina invadiu emissora de TV e sede do Google

A onda de ataques a jornalistas por integrantes de movimentos antivacina e antilockdown em Londres teve como alvo também o prédio do Google. 

Em 23/8, a sede do grupo ITN foi invadida por manifestantes, que em seguida tentaram entrar no prédio da plataforma de mídia digital, localizado nas proximidades, no bairro de Camden.

Um grande efetivo de policiais foi deslocado para conter o avanço e retirar os que tinham conseguido entrar no prédio. Os profissionais de imprensa ficaram isolados e o trabalho das equipes foi interrompido.

Um porta-voz da ITN disse:

“Os funcionários da ITV News, Channel 4 News e Channel 5 News foram aconselhados a permanecer no prédio ou afastar-se enquanto a situação está sendo resolvida. As organizações de notícias foram uma fonte vital de informações durante a pandemia.”

“O abuso de jornalistas por causa de suas reportagens sobre o coronavírus é um desenvolvimento preocupante que o ITN tem monitorado de perto, garantindo  que a equipe esteja ciente das precauções para evitar qualquer dano. Essa ação fez com que os jornalistas fossem impedidos de realizar suas atividades de coleta de notícias, algo que o ITN condena veementemente”.

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