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Sensação de que atentado de 11/9 mudou completamente o mundo vem diminuindo, mostra pesquisa no Reino Unido

Marco zero, Nova York (foto: David Mark/Pixabay)

Londres – Embora uma grande parte da população britânica ainda esteja convencida de que o mundo não seja mais o mesmo depois do atentado de 11/9 em Nova York, esse número vem diminuindo com o tempo. A tendência foi captada por um estudo do instituto de pesquisas YouGov, que comparou levantamentos realizados em 2011 e 2021.

Enquanto em 2011, dez anos após o atentado que matou quase 3 mil pessoas, 53% dos britânicos diziam que o evento tinha mudado completamente o mundo, esse número baixou para 42% na pesquisa realizada em agosto deste ano.

Outros 45% acreditam que o mundo mudou “um pouco”, índice pouco maior do que os 38% registrados em 2011.

Apenas uma em doze pessoas (8%) diz que não mudou muito ou não mudou nada, número  semelhante ao verificado uma década atrás (7%).

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Medo de ser vítima de atentado aumentou nos últimos dez anos

Embora a percepção do impacto do atentado de 11 de setembro no mundo venha diminuindo, o medo de ser vítima de novos atentados tem aumentado entre os britânicos nos últimos dez anos.

Enquanto em 2006 e 2011 a maioria (55%) dos britânicos acreditava que não havia virtualmente nenhuma chance ou uma chance muito baixa de eles ou um ente querido se tornarem vítimas de terrorismo, esse percentual baixou para 42% em 2021.

Em vez disso, a possibilidade mais considerada atualmente é “bastante baixa” com 36% – um índice de 5 a 6 pontos mais alto do que em 2011 e 2006.

Por outro lado, o número de pessoas que acredita numa chance alta ou razoavelmente alta de que elas ou alguém próximo a elas se machuquem ou morram em um ataque terrorista vem se mantendo estável. Esse percentual foi de 8% em 2021 contra 7% em 2011 e os mesmos 8% em 2006.

O fator preocupante é que um maior número de pessoas não souberam responder à questão este ano, o que pode causar distorções nas comparações.

Grande maioria ainda lembra de onde estava quando soube do atentado

Apenas uma em cada dez britânicos (10%) não consegue se lembrar onde estava ao ouvir a notícia, enquanto outros 8% eram muito jovens ou ainda não tinham nascido.

Britânicos com idades entre 50 e 64 (que tinham entre 30 e 44 anos na época) são os que mais se lembram desse dia, com 93% dizendo que ainda está fresco em sua memória.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, 7% se lembram de onde estavam quando souberam dos ataques, apesar de as pessoas mais velhas desse grupo terem apenas quatro anos na época.

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Maioria acredita que atentado teve mais impacto do que crise financeira de 2008

A lembrança tão vívida do ataque de 11 de setembro pode explicar porque na hora de comparar qual dos dois eventos teve maior impacto no mundo, os britânicos continuam a classificar o atentado em Nova York mais impactante do que a crise financeira de 2008.

Assim como na pesquisa de 2018, mais da metade dos britânicos consideram que o atentado de 11 de setembro teve mais impacto no mundo do que a crise de 2008. O índice, que era de 54% em 2018, subiu para 59% este ano.

Por outro lado, diminuiu o número de britânicos que considera que o impacto maior foi provocado pela crise de 2008 – que até a pandemia do coronavírus tinha sido a pior recessão desde a década de 20 do século passado. O percentual caiu de 32% em 2018 para 30% em 2021.

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