Em reação a um documentário da BBC veiculado em fevereiro passado, o Facebook anunciou na sexta-feira (8/10) medidas para interromper a venda de terras protegidas na Amazônia por meio de suas plataformas.
No comunicado, a gigante de mídia digital diz ter atualizado as políticas de comércio “para proibir explicitamente a compra ou venda de terras de qualquer tipo em áreas de preservação ecológica em nossos marketplaces no Facebook, Instagram e WhatsApp”.
O problema de venda de terras é mais um a ser administrado pelo Facebook, que nas últimas semanas vive uma crise de imagem depois da série de denúncias feitas pelo jornal Wall Street Journal sobre pesquisas indicando males causados ao bem-estar emocional de jovens que utilizam o Instagram.
Na semana passada, a empresa dirigida por Mark Zuckerberg viveu dias difíceis, com a paralisação de mais de cinco horas de seus serviços e o depoimento prestado no Senado americano pela ex-funcionária Frances Haugen, que vazou os dados para o Wall Street Journal.
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Vendendo a Amazônia
O documentário Selling the Amazon (Vendendo a Amazônia) mostrou que vendas eram feitas no espaço virtual, onde usuários podem negociar de itens pessoais a propriedades rurais.
A BBC registrou tentativas de venda de terras dentro de unidades de conservação, como a Floresta Nacional do Aripuanã, no Amazonas, e da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, em Rondônia.
A fim de provar que os anúncios eram reais, a rede britânica organizou reuniões entre vendedores e um agente infiltrado se passando por um advogado e alegando representar investidores. O ministro Ricardo Salles, que comandava a pasta de meio ambiente na época, foi entrevistado pela BBC.
O Facebook disse na reportagem, exibida há oito meses, que não tolerava as práticas, e que estava pronto a trabalhar com as autoridades brasileiras.
Supremo mandou investigar
O Supremo Tribunal Federal brasileiro ordenou uma investigação sobre a venda pelo Facebook de áreas protegidas da floresta amazônica.
Segundo a empresa, uma base de dados da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre áreas protegidas será usada para filtrar os anúncios irregulares feitos por usuários.
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O comunicado informa que as listagens no Facebook Marketplace serão comparadas ao banco de dados oficial de uma organização internacional de áreas protegidas para identificar as listagens que podem violar esta nova política:
“As áreas protegidas são cruciais para a conservação de habitats e ecossistemas e são essenciais para enfrentar a crise global da natureza.
Com base em critérios específicos, o Facebook buscará identificar e bloquear novos anúncios nessas áreas. Ao usar fontes de informações complementares como este banco de dados, estamos adicionando outra barreira para as pessoas que tentam listar esses terrenos no marketplace.”
O Facebook disse que “a fiscalização começará a aumentar”. E com o tempo, observará como o processo funciona para serem feitas melhorias.
A rede social lembrou sutilmente que não é a única culpada, afirmando que “a venda de terrenos em áreas de conservação acontece em outras plataformas e também off-line”.
Mas afirma ter o compromisso de “continuar trabalhando com parceiros e autoridades de sustentabilidade para resolver esse problema em nossos aplicativos da melhor forma possível no longo prazo”.
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Google e YouTube
A três semanas da abertura da COP26, em que a desinformação sobre mudança climática nas redes sociais deverá estar na pauta da imprensa e de organizações, o Google anunciou uma nova política de monetização para combater o negacionismo do clima em sua plataforma.
Em um comunicado publicado no dia 7 de outubro, a gigante digital afirmou que vai proibir anúncios e monetização de conteúdo que não esteja de acordo com o consenso científico sobre a existência e as causas das mudanças climáticas.
A política vale para anunciantes, editores e criadores do YouTube e do Google. Embora publicada antes da conferência, só entrará em vigor em novembro, sem data marcada.
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