MediaTalks em UOL

Getty Images oferece bolsa para fotos e vídeos que ajudem a melhorar representação feminina na publicidade

Foto: Sophie Mayanne/Getty Images (divulgação)

O banco de imagens Getty está com inscrições abertas para a bolsa de fotografia #ShowUs Body Positivity, que vai fornecer apoio financeiro para projetos desenvolvidos por artistas mulheres, indivíduos com identidade feminina ou pessoas não binárias que tenham como objetivo ajudar a transformar a representação feminina na mídia e na publicidade.  

Os trabalhos devem promover a diversidade na fotografia e videografia comerciais, explorando experiências positivas na relação com o corpo e a quebra de estereótipos. 

Podem participar profissionais e amadoras. A dotação é de US$ 5 mil (R$ 27,5 mil), e as inscrições vão até 24 de outubro.

Além da bolsa em dinheiro, as escolhidas poderão licenciar o conteúdo produzido por meio da bolsa nos bancos de imagens Getty e  iStock, com taxa de 100% de royalties. Um contrato será assinado com a Getty para permitir a distribuição do conteúdo.

Os vencedores que optarem por licenciar as imagens receberão orientação e mentoria de um dos diretores de arte da empresa. Terão também exposição no site Creative Insights da Getty Images e promoção em redes sociais.

Leia mais | Diversidade é a “coisa certa” e caminho para o lucro, aponta estudo sobre mídia, cinema, esporte e games

Julgamento e inscrições

O julgamento dos projetos será feito por um painel internacional formado por Imogen-Blue Hinojosa (artista e cineasta), Sarah Waiswa (fotógrafa e fundadora da African Women in Photography), Shina Peng (fotógrafa), Reya Sehgal (gerente de Insights Criativos da Getty Images) e Leandro Barreto, brasileiro que é vice-presidente global da Dove, patrocinadora da inciativa. 

A seleção será baseada no portfólio, na relevância da ideia e na capacidade de executar o projeto com uma narrativa visual comercial atraente, empregando imagens estáticas ou em movimento.

A inscrição deve incluir histórico profissional, resumo do projeto proposto e explicação sobre como ele irá contribuir para os objetivos do projeto #ShowUs, do qual a bolsa de fotografia, criada em 2020, faz parte. 

As inscrições podem ser feitas aqui

Leia também |Anúncio do chocolate Snickers criticado por homofobia é retirado do ar na Espanha; veja o vídeo

Representatividade feminina na publicidade

O projeto #ShowUs foi lançado em 2019, resultado de uma parceria entre a Getty Images, a Dove e a Girlgaze, plataforma que reúne profissionais mulheres e pessoas não binárias atuando em várias áreas de criação publicitária. 

A coleção é uma biblioteca global de imagens refletindo como as pessoas realmente são, e não como os outros acham que deveriam ser. As imagens da Getty são utilizadas no mundo inteiro por meios de comunicação, agências de publicidade, criadores de conteúdo e empresas.  

Ao completar dois anos, em março, o acervo contabilizava mais de 14 mil imagens, baixadas mais de 42 mil vezes por 49 mil usuários em todo o mundo. 

Leia também:IBM vai usar inteligência artificial para medir diversidade na propaganda

Segundo a Getty, após o lançamento da coleção as pesquisas aumentaram 150% para ‘mulher real’, 100% para ‘beleza natural’ (mais de 100%) e 470% para ‘corpo positivo’. E surgiram novos termos, como ‘não retocada’ e ‘mulher autêntica’.

Mas a empresa observou que apesar do interesse, sinalizando que a indústria de publicidade caminha para se tornar mais inclusiva, ainda há um longo caminho a percorrer para representar mulheres diferentes em idade, etnia, formato e tamanho corporal, expressão de gênero e crenças religiosas.

Os vencedores da última rodada da bolsa de fotografia 

Ao abrir as inscrições da nova rodada, a Getty Images anunciou as escolhidas para receber a bolsa Leadership Grant, que também faz parte do projeto #ShowUs.

Uma delas é a fotógrafa polonesa Zula Rabikowska, que vive entre Londres e Cracóvia e vai explorar a identidade de gênero contemporânea na Europa Central e Oriental.

Zula Rabikowska – Perfil

Ela percorrerá países da antiga Cortina de Ferro (que separava o bloco soviético da Europa Ocidental entre 1945 e 1991), encontrando-se com mulheres, pessoas não binárias e trans para compreender e documentar como o pós-comunismo molda a identidade de gênero. 

No projeto, Zula examinará estereótipos sexistas, padrões de beleza restritivos e o impacto da religião e da política na expressão contemporânea de gênero na região. Veja alguns exemplos do trabalho da fotógrafa.

Zula Rabikowska – Getty Images #ShowUs Grant 
Zula Rabikowska – Getty Images #ShowUs Grant 
Zula Rabikowska – Getty Images #ShowUs Grant 

A outra selecionada é Alex Sanchez, de Miami, que trabalha com fotografia e documentários. Seu projeto investigará a dinâmica interna de seis famílias e os papéis de liderança das mães dentro delas. 

Concentrando-se em famílias de diferentes nacionalidades, origens e famílias religiosas, culturais e não tradicionais, Alex fará a pergunta ‘como é a maternidade’? , confrontando as normas sociais e representações da maternidade em famílias na Palestina, Camboja, Flórida, Nicarágua, Laos e Egito.

O projeto já foi iniciado, e a bolsa ajudará a concluir, em um momento de transformações: 

“Nossos líderes estão mais comumente se tornando mulheres e essas mulheres são mães em suas várias formas. O papel tradicional de uma matriarca mudou e é fascinante em ver no que isso vai resultar no futuro . ”

Algumas fotos já produzidas mostram diferentes expressões do matriarcado.

Tampa, Florida, EUA – A mãe descansa a cabeça no colo da filha antes de colocá-la para dormir
Presillas, Nicarágua 
Gerações femininas: avó, tia, mãe e filha na casa da avó
Aswan, Egito
Uma tia observa os sobrinhos brincando na sala, em pose matriarcal

Leia também

Filho bissexual do Superman segue tendência iniciada nos anos 80 em cartoons infantis, mostra pesquisa

Sair da versão mobile