A 27º edição do concurso de fotografia latino-americano ‘Los trabajos y los dias’ está com inscrições abertas até o dia 4 de novembro. As inscrições são gratuitas e os vencedores de cada categoria ganharão um prêmio de US$ 750.
A organização do concurso é da Escuela Nacional Sindical (ENS), uma das mais importantes organizações colombianas dedicadas a defender os direitos dos trabalhadores do país. Cerca de mil fotógrafos de 30 países participam todo ano, enviando em média 4 mil imagens.
A competição é realizada desde 1994 para reconhecer o valor dos trabalhadores e a importância da fotografia documental do trabalho como forma de expressão artística e pesquisa sociológica.
Consequências da pandemia sobre o trabalho
Este ano, o concurso focará nas consequências da pandemia sobre o trabalho no Brasil e na América Latina, incluindo aspectos como o subemprego, a informalidade, o teletrabalho, a migração e o desemprego.
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Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 26 milhões de empregos foram perdidos durante a pandemia na América Latina.
As inscrições podem ser feitas em cinco categorias: Trabalhadoras Mulheres, Trabalhadores Homens, Infância Trabalhadora, Trabalho Migrante e Trabalho Doméstico.
Fotojornalista brasileiro já venceu três vezes
O fotojornalista Tadeu Vilani, de Porto Alegre, é um dos grandes ganhadores da competição, que já venceu três vezes.
A primeira vez foi em 2016, com a série “Emú”, na categoria Trabalhadores Homens. No ano seguinte, com a série “Coqueiros”, venceu em Conflitos Trabalhistas. O tricampeonato veio em 2018, quando triunfou na categoria Trabalho Doméstico, com a série “Toda casa tem uma mãe”.
Tadeu Vilani
A série mostra o dia a dia de uma mãe cadeirante que cuida da casa, do filho e da família.
O trabalho acompanha a ocupação pacífica da Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul/RS, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
As imagens mostram vaqueiros caçando emas com o uso de boleadoras, que eram usadas pelos índios que viviam nos pampas argentinos para caçar e guerrear.
Os outros campeões nacionais
Outros quatro brasileiros já triunfaram na competição. O primeiro foi Marcelo Buainain, em 2013. Ele ganhou na categoria Trabalhadoras Mulheres, com o trabalho “Mulheres no sisal”.
Marcelo Buainain
A série mostra o trabalho precário das mulheres que fazem a seleção das fibras de sisal, em condições que favorecem doenças pulmonares.
Na categoria Infância Trabalhadora o país já teve tivemos dois campeões. O fotojornalista Fábio Teixeira ganhou em 2016 com a série “Meninos do cemitério”.
Fábio Teixeira
A série mostra meninos que trabalham limpando, pintando e cuidando das sepulturas do cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.
E em 2018 foi a vez de Tadeu Miceli Fava, com a foto ‘Meninas Piratas’.
Tales Miceli Fava
O flagrante mostra meninas que navegam em uma embarcação pelo Rio Amazonas, no Pará, para tentar vender produtos extraídos da floresta.
Fechando a galeria dos campeões nacionais, Jean Souza Lopes, triunfou na categoria Trabalhadores Homens, em 2015, com a série ‘Bravos’.
Jean Souza Lopes
A série acompanha o esforço de homens que trabalham de forma rudimentarna extração da cera de carnaúba, no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte.
Quem sabe não é a hora de um novo vencedor brasileiro? Inspire-se abaixo nas imagens ganhadoras de nossos compatriotas. E aproveite para fazer sua inscrição clicando aqui.