Covid e clima: nem a pandemia conseguiu desbancar crise ambiental como maior ameaça ao mundo
Edição Especial COP26
Foto: Pete Linforth/Pixabay
Londres – A comparação entre Covid e mudanças climáticas pode parecer distante, já que a pandemia tem efeitos mais imediatos e visíveis para boa parte da população do mundo.
Mas não é isso que mostram as pesquisas. Em 2020, ano em que o coronavírus transformou o mundo, a crise climática voltou a ser apontada como a maior ameaça internacional em uma pesquisa realizada anualmente pelo Pew Research Center em 26 países.
Foi o terceiro ano consecutivo em que a emergência ambiental ocupou o primeiro posto de maior perigo para o planeta, a despeito das mortes, internações e efeitos econômicos trazidos da pandemia do coronavírus.
Covid e mudanças climáticas, os grandes riscos
Segundo a pesquisa do Pew Research Center, desde 2013 o percentual de pessoas que temem os efeitos da mudança do clima como a maior ameaça mundial só vem aumentado. Pulou de 53% naquele ano para 63% em 2017, 68% no ano seguinte e 70% em 2020.
O Acordo Climático de Paris, que desde 2015 deu mais visibilidade aos efeitos do aquecimento global, contribuiu para que a emergência climática assumisse a liderança entre os demais fatores que atemorizam o mundo, superando antigos medos como o do Estado Islâmico e novos como o do coronavírus.
Percentual dos que temem danos das mudanças climáticas cresce desde 2015
A parcela de pessoas que sentem que a mudança climática vai provocar danos pessoais vem aumentando significativamente desde 2015 em quase todos os países onde o Pew Research Center tem dados de tendências disponíveis.
Em pesquisas do instituto conduzidas nos anos de 2019 e 2020, uma média de 70% dos entrevistados em vinte países disse que a mudança climática está afetando em alguma ou em muita proporção o local onde vivem.
Mulheres e jovens são os mais preocupados com as mudanças climáticas
As mulheres se mostram mais preocupadas do que os homens com os prejuízos pessoais que podem sofrer com as mudanças climáticas. Isso ficou comprovado nos resultados das pesquisas de todos os 13 países analisados pelo Pew Research Center no primeiro trimestre de 2021. Em nove deles, a diferença em favor das mulheres foi de pelo menos 10%.
Os jovens, que a cada cúpula do clima vêm exercendo maior pressão e assumindo a linha de frente dos protestos, demonstram maior preocupação do que os mais velhos a respeito dos prejuízos que as mudanças climáticas podem causar ao longo do tempo de suas vidas.
Nos oito países pesquisados pelo Pew Research Center no primeiro trimestre de 2021, o índice de preocupação dos jovens de 18 a 29 anos com a emergência climática foi maior do entre pessoas acima de 65 anos. A diferença foi maior na Suécia, lar de Greta Thunberg, a estrela do ativismo ambiental juvenil.
Ideologia também influi
A pesquisa mostrou que até a inclinação política tem seu pesa na opinião. Aqueles que se definem à esquerda do espectro ideológico são os mais propensos a se preocupar com os efeitos da mudança climática em suas vidas.
Esse padrão está presente em todas as 14 nações onde a influência da ideologia foi medida. O caso mais gritante foi o dos Estados Unidos, com 87% dos liberais preocupados com o tema, contra apenas 28% dos conservadores.
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