Londres – “Uma exploração gráfica e visual da natureza para realçar a beleza que nos rodeia e que muitas vezes é esquecida”. Assim o fotógrafo italiano Paolo Pettigiani define o projeto Infraland, que o fez percorrer o mundo documentando paisagens com a técnica da fotografia infravermelha.
O mundo cor-de-rosa de Pettigiani é resultado de uma combinação de ciência e criatividade para capturar a radiação eletromagnética infravermelha da luz, cujos comprimentos de onda não são visíveis ao olho humano.
“O Infraland é um convite para explorar o conhecimento e as relações humanas com novos pontos de vista”, disse o artista.
A fotografia infravermelha
Formado em Design e Comunicação Visual pela Universidade Politécnica de Turim, na Itália, o fotógrafo começou a trabalhar com a luz infravermelha impulsionado pelo desejo de retratar lugares conhecidos sob outra ótica.
Pettigliani explica que a fotografia infravermelha (IR) é um olhar para o mundo invisível.
“O olho humano pode ver comprimentos de onda de cerca de 400nm-720nm (nanômetros) — o arco-íris clássico.
O comprimento de onda infravermelho é a luz além de 720nm.”
Superfícies que possuem clorofila, como grama, folhas e árvores, refletem fortemente essa luz infravermelha invisível, segundo o artista.
A clorofila é refletida pela planta para os 20% no verde, visível aos olhos humanos, enquanto os outros 80% são refletidos no espectro infravermelho que não podemos ver”.
Ao remover o filtro de corte infravermelho que está sobre o sensor da câmera e substituí-lo por um filtro de passagem especial, o equipamento torna-se totalmente sensível ao infravermelho.
Dessa forma, o fotógrafo consegue produzir efeitos únicos com cores surreais, paisagens ou fotografias em preto e branco de alto contraste.
Fotografia infravermelha vai além da arte
Paolo Pettigiani detalha que além do apelo artístico, a fotografia infravermelha é usada para análise de plantas agrícolas, na medicina, em aplicações forenses e para dar maior sensibilidade à luz em imagens capturadas em locais com pouca luminosidade, entre outros usos.
As imagens em infravermelho do projeto Infraland
No projeto Infraland, o italiano usou a fotografia infravermelha para documentar cenas urbanas de locais conhecidos como Nova York, Dubai, ilhas Maldivas, Alpes e a América do Sul.
Confira o mundo cor-de-rosa da fotografia infravermelha.
NOVA YORK
“Quando cheguei a Nova York me apaixonei pelo Central Park, com sua grandiosidade e o contraste da natureza com os famosos arranha-céus da Big Apple.
Decidi criar este projeto pessoal para destacar esse contraste usando a fotografia infravermelha e convidando os espectadores para um novo mundo invisível”.
A cena mostra como a fotografia infravermelha transforma as folhas naturais.
“Bloqueei a lente para a luz visível, capturando apenas o invisível. Outros elementos como asfalto, tijolos, água e demais superfícies não refletem a luz infravermelha e mantêm as mesmas cores”.
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OÁSIS NA AMÉRICA DO SUL
“Este projeto fotográfico foi feito na ‘Antígua Carretera Panamericana Sur’ a 590 metros acima do nível do mar, durante uma viagem de um mês ao Peru.
Vindo da costa oeste em direção a Nazca, depois de centenas de quilômetros de estrada no meio do nada, uma planície verde aparece de repente no meio dos picos das montanhas, como um oásis no deserto”.
“A cena foi capturada no distrito de Rio Grande, um dos cinco que fazem parte da província de Palpa, no Peru, onde a quantidade média de precipitação anual é de 0,5 mm.
Usei a fotografia infravermelha para destacar o poder da natureza do local, fotografando com uma Canon EOS R de espectro total e filtros de 590 nm.”
PERU
Veja as outras “viagens” da fotografia infravermelha de Paolo Pettigiani pelo mundo.
DOLOMITAS – ITÁLIA
DUBAI
MALDIVAS
ALPES
BOLÍVIA
As imagens do projeto de fotografia infravermelha foram publicadas com a autorização do fotógrafo Paolo Pettigiani e não podem ser reproduzidas.
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