Londres – Uma das pessoas mais fotografadas da história, a rainha Elizabeth II teve toda a sua vida documentada em fotos oficiais e registros íntimos, segundo uma tradição de família, iniciada com a rainha Vitória e o príncipe Albert, entusiastas da nova tecnologia do século 19 com potencial revolucionário para mudar a imagem pública da família real.
Como parte das comemorações pelos 70 anos da monarca britânica no trono, o Palácio de Kensington fez em março uma coletânea de 200 anos da realeza britânica em imagens, destacando as mulheres da família.
Desde então, a fotografia nunca mais saiu do reino. Da rainha Elizabeth II à Kate Middleton, passando pela princesa Diana até a chegada das redes sociais, a monarquia britânica está eternizada em imagens profissionais e amadoras — algumas, feitas pelos próprios integrantes da família real e agora reunidas em uma coletânea pelo Palácio de Kensington.
Fotos da família real ganham exposição histórica
Algumas imagens foram encomendados por Vitória e Albert a fotógrafos pioneiros do século 19. Entre os registros estão este da rainha Vitória em seu Jubileu de Diamante, com ar sisudo que se tornou sua marca registrada.
Os 60 anos de reinado seriam ultrapassados por sua neta Elizabeth, que em fevereiro celebrou 70 anos no trono. Uma foto de 1969 que faz parte da coletânea lembra o estilo da avó.
Neste registro, a rainha-mãe, Elizabeth I, aparece em um gramado iluminada pelo sol entre as árvores, duplamente protegida por um chapéu e uma sombrinha.
“Desde que a rainha Victoria e o príncipe Albert adotaram a nova e revolucionária tecnologia da fotografia, o meio moldou a forma como o mundo vê a monarquia britânica”, diz Claudia Acott Williams, curadora do Historic Royal Palaces.
“[A fotografia] permitiu à família real oferecer insights fascinantes sobre sua vida e obra, transformando a imagem real e criando uma relação sem precedentes entre a coroa e os súditos.”
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Imagem inédita da princesa Diana
Uma das mulheres mais emblemáticas que integrou a família real britânica, a princesa Diana teve uma vida conturbada ao lado do príncipe Charles e travou uma batalha interna para manter as aparências diante das câmeras.
Uma foto inédita, tirada em 1988 pelo célebre fotógrafo David Bailey, faz parte da exposição do Palácio de Kensington. Na época com 27 anos, o retrato é um exemplo da força e personalidade marcante da princesa de Gales.
Naquele ano, Diana se juntou a Charles em viagens oficiais pela Tailândia e Austrália. Ela também apareceu em muitos passeios com seus filhos pequenos, William, na época com 6 anos, e Harry, de 4.
Ela foi esquiar com Sarah Ferguson, fez uma viagem a Paris e venceu a corrida da mãe no dia de esportes da escola de William.
No entanto, em particular, seu casamento estava desmoronando à medida que ela e Charles estavam ficando cada vez mais distantes.
Norman Parkinson, com um histórico em fotografar a realeza, foi o primeiro nome sugerido para fotografar Diana. Ela, porém, fez questão de escolher Bailey, conhecido por seu minimalismo ousado.
Cecil Beaton, o fotógrafo da família real
A exposição também explora o impacto do fotógrafo Cecil Beaton e seu trabalho na redefinição das fotos da família real moderna.
Imagens da rainha Elizabeth II e da mãe Elizabeth, a Rainha Mãe, ambas entre as modelos mais fiéis de Beaton, revelam como seu trabalho moldou as percepções do público sobre imagem da monarquia.
A família real também produziu vários fotógrafos amadores, e uma seleção de fotos tiradas pelos próprios membros da realeza será exibida no Palácio de Kensington pela primeira vez.
Entre elas, está o trabalho de Antony Armstrong-Jones, mais tarde Lord Snowdon – marido da princesa Margaret – que, como um dos fotógrafos mais conhecidos da Grã-Bretanha, executou algumas das imagens mais reveladoras e “modernas” da monarquia do século 20.
A icônica fotografia que Lord Snowdon tirou da princesa Margaret usando a tiara Poltimore – desenhada pelo joalheiro real Garrard em 1870 e usada pela princesa no dia de seu casamento em 1960 – na banheira de sua casa no Palácio de Kensington junta-se à exposição, ilustrando como seu trabalho trouxe um lado diferente, às vezes rebelde, fashion e mais informal da imagem pública da família.
Em outras partes da exibição, sessões de fotos de revistas icônicas, incluindo a capa do Duque de Cambridge na Attitude Magazine e a edição centenária da Vogue britânica com Kate Middleton, em 2016, exploram como a fotografia e a imagem permanecem centrais para a percepção do público da família real moderna hoje.
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