Londres – A mídia está incorporando a DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) em suas práticas na mesma velocidade cobrada por ele próprio das empresas e organizações públicas?

Por que inclusão importa não apenas para jornalistas, mas também – ou principalmente – para quem consome notícias? Qual a situação da diversidade na imprensa e as soluções para aumentar inclusão das redações e alcançar equidade? 

Esses são alguns dos temas abordados em um novo Especial MediaTalks publicado no Dia da Imprensa (1º de junho). 

Diversidade na mídia, com olhar brasileiro 

Entre os entrevistados está Luis Albornoz, professor e pesquisador da Universidade Carlos III de Madri. Ele foi escolhido pela Unesco para escrever o capítulo “Diversidade de Vozes na Mídia” do relatório Re|Shaping Policies For Creativity 2022, que analisa os avanços na implementação dos preceitos estabelecidos na Convenção de 2005 para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, incluindo as mídias de entretenimento e de notícias. 

O especial tem ainda a participação de experientes e reconhecidas correspondentes brasileiras em cinco países. 

Da Argentina, Márcia Carmo fala sobre como o movimento Ni Una Menos impactou a diversidade de gênero na mídia do país.

Da França, Deborah Berlinck relata o ‘susto’ que a imprensa local tomou com os protestos dos subúrbios em 2005, e o que mudou desde então. Ela conta ainda a história do Bondy Blog, que virou fonte de informação para a grande imprensa e hoje é um jornal digital comunitário. 

Da Itália, Fernanda Massarotto mostra como o país amigável com imigrantes também os aceita melhor do que outros nas redações, mas ainda são poucos exemplo. Um deles é do jornalista albanês Leonardo Berberi, entrevistado por Fernanda para falar de sua experiência como imigrante que virou repórter de negócios do Corriere della Sera. 

De pontos opostos do planeta, Catarina Freire (Canadá) e Liz Lacerda (Austrália) contam como a grande imprensa local ainda não conseguiu incluir pessoas não brancas e os povos originários, segregados em canais próprios. E o que está sendo feito para reverter esse quadro. 

A edição traz também entrevistas com jornalistas como Sylvia Zappi (Le Monde), Belén Spinetta (Associação Civil para Comunicação pela Igualdade /Argentina), Leonard Berberi (Corriere della Sera)  e especialistas em diversidade como Marita Caballo (socióloga argentina que presidiu a Associação Mundial de Pesquisa de Opinião Pública); Madeleina Kay (diretora do projeto europeu Get The Trolls Out) e Cristiane Fontes, autora de um estudo sobre representação de povos indígenas na mídia brasileira. 

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O relatório mostra que o problema da diversidade na mídia varia de acordo com o país e afeta vários grupos sociais e profissionais – de mulheres cientistas relegadas em segundo plano como fontes a jornalistas esportivas desrespeitadas em seu trabalho.

A boa notícia é que em todas as nações há iniciativas que podem inspirar a busca por mais inclusão e equidade nas redações e na representação de diferentes raças, etnias, gêneros, indivíduos LGBTQIA+, pessoas com deficiência, imigrantes, povos indígenas e outros grupos marginalizados. 

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