Um controvertido bispo de Nova York virou notícia no mundo por ter sido assaltado enquanto pregava, com as cenas transmitidas ao vivo em seus próprios canais nas redes sociais.
Lamor Miller-Whitehead se tornou uma celebridade pelo seu estilo pouco alinhado aos princípios de austeridade pregados pela maior parte das religiões, dirigindo um automóvel Rolls Royce e usando pesadas jóias e roupas de grife em cultos e em aparições públicas.
Mas ele garante que não foram o terno Gucci, as correntes de ouro ou o Rolex que usava durante o sermão no domingo (24) os responsáveis pelo assalto. Em transmissão no Facebook, disse que ‘tem o direito de comprar o que quiser’ – e culpou a imprensa por ter exibido seu estilo de vida.
No assalto ao bispo em Nova York, ladrões teriam levado US$ 1 milhão
As imagens dramáticas mostradas nas plataformas ao vivo de mídia social do pastor capturaram o momento em que três homens armados encapuzados e mascarados entraram no tempo da congregação Ministérios Internacionais Líderes do Amanhã, no bairro do Brooklin, diante dos fiéis que estavam no local e que assistiam em casa.
Ele vestia um vistoso terno marrom com gola e punhos dourados, usava uma longa corrente de ouro e um grande anel em cada dedo. Também estaria com um relógio Rolex.
N0 momento em que foi rendido, o religioso pregava sobre a fé diante de situações adversas:
“Quantos de vocês perderam a fé porque viram outra pessoa morrer?”
Ao ouvir a onde de um dos assaltantes, “não se mexa”, ele responde “tudo bem, tudo bem” e se joga no chão. O vídeo foi compartilhado por veículos de imprensa e circulou pelo mundo nas redes sociais.
Os homens teriam levado US$ 400 mil (R$ 2,1 milhão) em joias de Whitehead, de sua esposa e possivelmente frequentadores da igreja, segundo a polícia. Mas a imprensa americana falou que o roubo poderia chegar a US$ 1 milhão.
Nas redes circularam suspeitas de que o ato poderia ter sido planejado por ele, diante de sua calma. O homem que assiste a tudo permanece imóvel.
O prefeito de Nova York, Eric Adams, que é amigo do bispo, prometeu caçar os ladrões.
“Ninguém nesta cidade deve ser vítima de assalto à mão armada, muito menos nossos líderes religiosos e fiéis em uma Casa de Deus”, disse ele ao jornal New York Daily News.
Whitehaad tinha sido notícia pela última vez em maio, quando tentou negociar a rendição de um acusado de atirar no metrô, mas as autoridades prenderam o suspeito sem o seu envolvimento. Ele já cumpriu cinco anos de prisão por fraude de identidade e furto.
Em uma transmissão em suas redes sociais após o ocorrido, sem usar jóias mas com uma chamativa camisa pink combinado com os óculos, o bispo assaltado em Nova York disse que ao ver os homens armados, percebeu que era especificamente para ele e para a mulher, e que se preocupou em proteger o rebanho, papel de um pastor.
No início ele parece um pouco desorientado, repetindo várias vezes a saudação “good afternoon” (boa tarde). Em longos 56 minutos, ele conta o que aconteceu, diz que seu papel era proteger o rebanho, como faz um pastor.
Ofereceu uma recompensa de US$ 50 mil pela captura dos ladrões – um bom negócio caso consiga recuperar o que foi roubado.
Disse que os homens estavam mascarados, mas que as câmeras de segurança capturaram a placa do carro. Ele ainda tentou perseguir os homens.
Ele comentou sobre sua reputação de bispo chamativo, dizendo que não acha “chamativo”, e que não vê sentido em parecer que é pobre.
“É minha prerrogativa comprar o que quero comprar, vestir o que quero, morar onde moro e dirigir o carro que dirijo”, disse ele. “Se eu trabalhar duro para isso, posso comprar o que quero comprar.”
Whitehead culpa os que não elevam a mente por criticarem seu estilo.
E acabou colocando a culpa do assalto na imprensa. Falando à CBS New York, o bispo disse que ficou em evidência depois do caso da tentativa de negociar a rendição do acusado do metrô.
“A mídia me chamou de bispo bling-bling. Ela exibiu meu carro Rolls Royce por toda parte, em todos os lugares, e sinto que isso contribuiu [para o assalto]”, disse ele.
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