Londres – O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou neste sábado (30) sanções a 32 neozelandeses sob a justificativa de ” russofobia contra cidadãos russos”.
O comunicado publicado no site do Ministério afirma que a entrada das pessoas listadas no país está proibida, “em resposta às sanções do governo da Nova Zelândia aplicadas a um número crescente de cidadãos russos – tanto funcionários quanto membros de suas famílias, bem como representantes da comunidade empresarial e da mídia”.
Fazem parte da lista negra repórteres e colunistas de jornais neozelandeses, professores universitários, prefeitos de várias cidades, parlamentares municipais e integrantes das Forças Armadas do país.
Sanções visas como ‘russofobia’ pela Rússia
Logo após o início da guerra com a Ucrânia, o parlamento da Nova Zelândia aprovou uma lei contendo sanções comerciais, financeiras, políticas e impedindo a entrada de “elites políticas, econômicas e militares e desinformação e agentes cibernéticos maliciosos”, incluindo o presidente Vladimir Putin e membros do Conselho de Segurança do país.
Outras sanções foram sendo acrescentadas à lista inicial, com base na lei votada em 11 de março, e vistas pela Rússia com ato de “russofobia”
Em maio, oito russos foram proibidos de entrar no país. Entre eles estavam Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo; Oleg Dobrodeyev, diretor geral da emissora de TV VGTRK; Alexei Pimanov, presidente da empresa que edita o jornal oficial do Ministério da Defesa, Krasnaya Zvezda, e co-fundador do portal de notícias NewsFront, Mikhail Sinelin.
Assinado pela Ministra das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, o comunicado justificava o veto a “indivíduos e entidades envolvidos na campanha de desinformação de Putin” como “completa rejeição das tentativas de Moscou de enganar a comunidade internacional”.
Neste sábado, o governo russo deu o troco, à russofobia da Nova Zelândia, anunciando as sanções a 32 cidadãos do país.
“Em conexão com a introdução […] de sanções sem precedentes que afetaram os principais líderes da Federação Russa, uma parte significativa dos parlamentares, membros do governo e parlamentares da Nova Zelândia estão incluídos na “lista negra” russa no base da reciprocidade”.
A lista negra de jornalistas proibidos de entrar na Rússia inclui John Anthony, colunista do New Zealand Herald; Matthew Hooton, repórter do mesmo jornal; Keith Green, colunista do Dominion Post e Whena Owen, âncora da TVNZ.
Prefeitos das cidades de Christchurch, Auckland, Nelson e Dunedin também foram listados, assim como parlamentares de câmaras municipais dessas cidades e integrantes das Forças Armadas com alta patente.
Tiveram a entrada vetada no país o Vice-Comandante da Marinha, Shane Arndell, o Comandante Operacional da Marinha, Garin Golding e a Vice-Comandante das Forças Terrestres, Rose King.
O Ministério das Relações Exteriores sinalizou que outras sanções podem estar a caminho.
“Considerando que Wellington não pretende abandonar sua rota anti-Rússia e continua produzindo novas restrições, a atualização da ‘lista negra’ continuará”, diz a nota oficial.
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