Hamburgo – A Ucrânia celebra seu Dia da Independência neste 24 de agosto, ao mesmo tempo em que se defende da invasão russa. Embora possa parecer que todos os olhos estão voltados para o país desde que Vladimir Putin lançou o ataque, em fevereiro, seis meses depois uma queda no interesse global começou a se instalar.
Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano, sempre esteve ciente sobre o quanto seria crucial seria para o sucesso de seu país que a atenção e as simpatias das potências (e do povo) ocidentais fossem mantidas.
Isso pode ser confirmado pelos muitos discursos que ele fez a governos de todo o mundo, bem como pelos pedidos públicos contínuos de apoio financeiro e militar.
Fadiga de notícias aos seis meses de guerra da Ucrânia
Como mostram os dados do Google, no entanto, a guerra já perdeu espaço para a maioria dos usuários do Google News.
Depois de um pico de interesse quando o conflito eclodiu em fevereiro, a popularidade da pesquisa por ‘Ucrânia’ no site já voltou aos níveis quase pré-guerra.
Essa queda não significa necessariamente que as pessoas se importem menos, mas sim um sintoma de um fenômeno conhecido como “fadiga das notícias”.
Conforme descrito para o Euronews por Steinar Ellingsen, professor de jornalismo da Universidade de Wollongong, a fadiga das notícias acontece com qualquer cobertura de notícias de grandes eventos, particularmente com notícias explosivas e coisas traumáticas.
“Há um padrão quando o novo ciclo avança após a primeira onda.”
Magnus Alselind, editor-chefe do jornal sueco Expresssen, acrescenta:
“O público e a mídia só têm espaço para uma grande história de cada vez.
O que acontece é que há quatro ou cinco anos, as pessoas estavam falando sobre imigrantes, depois sobre Greta Thunberg e a crise climática, depois sobre o coronavírus (…) depois sobre a invasão da Ucrânia.
Com a revolução digital, a atenção ao público é muito curta e muito intensa.”
Martin Armstrong é jornalista de dados da empresa global de pesquisas Statista
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