Londres – A brasileira Anelise Borges, correspondente da rede de TV Euronews no Afeganistão, foi indicada ao Emmy Internacional por sua cobertura in loco da crise desencadeada com o retorno do Talibã ao poder do país asiático.

O trabalho de Anelise foi reconhecido na categoria Notícias pela Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas, a mais importante de um dos principais prêmios da televisão mundial.

Além do veículo europeu, a TV Globo também foi nomeada por sua cobertura do caso Prevent Senior, revelado durante a CPI da Pandemia do Senado. Na categoria Notícias e Atualidades, o programa “Domingo Espetacular”, da TV Record, foi indicado por um especial sobre Parkinson.

Brasileira chegou ao Afeganistão dias após queda de Cabul

Quando os membros do Talibã tomaram o controle da capital afegã Cabul em agosto de 2021, milhares de pessoas tentaram desesperadamente sair do país.

Imagens de um avião americano lotado de refugiados rodaram o mundo nas horas que sucederam a queda do governo, evidenciando o temor dos afegãos em voltar ao regime opressor do grupo fundamentalista.

Enquanto uma massa de pessoas deixava o Afeganistão, a gaúcha Anelise Borges seguiu o movimento contrário e desembarcou no país para cobrir os primeiros dias da nova vida com o Talibã no poder para a Euronews.

Em entrevista ao “Fantástico” na época, a jornalista contou que deixou o Brasil há mais de 15 anos para trabalhar na Europa e, nos últimos oito, se dedica a reportar em áreas de conflito.

A cobertura “A crise no Afeganistão” foi uma das quatro indicadas na categoria Notícias do Emmy Internacional. Na nomeação, a academia destacou os feitos da brasileira:

“A Euronews enviou Anelise Borges para Cabul no meio da caótica retirada das tropas dos EUA. Armada apenas com um iPhone, ela conseguiu entrevistas com o Talibã, documentou os medos dos afegãos e o sentimento nascente de resistência de cidadãos comuns, principalmente mulheres, contra seus novos governantes.”

“À medida que o mundo se recupera da covid-19 e dos conflitos em todo o planeta, o acesso a notícias confiáveis ​​é mais importante do que nunca”, disse o presidente da academia do Emmy Internacional, Bruce Paisner.

“Saudamos os jornalistas de todo o mundo que assumem grandes riscos todos os dias para levar histórias vitais para o público da televisão”, acrescentou.

Nas redes sociais, Anelise celebrou indicação. “Sou imensamente grata por ter tido a oportunidade e uma plataforma para contar essa história importante. Para mim, o trabalho já é uma enorme vitória. Todos os dias.”

 

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Outros indicados ao prêmio na categoria Notícias foram a Al Jazeera English pela cobertura da volta do Talibã ao poder do Afeganistão e a britânica ITV News, que ficou no meio da multidão que invadiu o Capitólio dos EUA.

O “Jornal Nacional”, da TV Globo, foi o quarto nomeado por mostrar como o convênio de saúde Prevent Senior usou pacientes idosos diagnosticados com covid-19 como cobaias de tratamentos sem comprovação científica.

Na categoria Notícias e Atualidades, a TV Record foi indicada por uma reportagem especial mostrando um novo tratamento para a doença de Parkinson no “Domingo Espetacular”.

A BBC também foi nomeada pelo programa “African Eye”, que contou a história do Black Axe — um dos grupos criminosos mais temidos da Nigéria e do mundo.

A categoria indicou ainda uma coprodução da The Economist e Hardcash Productions para a ITV, “Fearless: the women fighting Putin”, que acompanha três políticas russas durante as eleições no país.

A emissora alemã NDR-Fernsehen fecha a categoria concorrendo com um especial sobre um terrorista que passou 14 anos preso em Guantánamo e, agora livre, busca o perdão.

Os vencedores do Emmy Internacional serão escolhidos por um júri composto por representantes da mídia e do entretenimento e anunciados em uma cerimônia em Nova York no dia 28 de setembro.