Londres – Todos os canais de notícias britânicos suspenderam a programação e estão acompanhando ao vivo na tarde desta quinta-feira as notícias sobre o estado da saúde da rainha Elizabeth, 96 anos, que desde a noite de ontem parece ter se agravado. Alguns âncoras e comentaristas trajam terno e gravata pretos. 

A monarca, que completou 70 anos no trono em fevereiro, está em seu castelo de Balmoral, na Escócia, onde passa o verão. A mídia correu para o local, com uma multidão de jornalistas diante do castelo. 

A impressão de gravidade da situação foi acentuada pela notícia de que o príncipe Charles, herdeiro do trono, e os irmãos Anne, Edward e Andrew já estão em Balmoral, assim como o príncipe William.

Kate Middleton ficou em Windsor, porque era o primeiro dia de escola dos filhos.

O príncipe Harry, que está no Reino Unido com a mulher Meghan Markle, está caminho. 

A última aparição pública da rainha foi no encontro com a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, há dois dias. A imagem de fragilidade assustou os britânicos e foi comentada nas redes sociais e na mídia, destacando a mancha escura em sua mão.

Na quarta-feira, o Palácio de Buckingham divulgou a notícia de que a rainha Elizabeth não participaria da reunião do Privy Council, que seria online, aumentando a ansiedade do país. 

Hoje, a conta da Família Real no Twitter informou que “médicos estavam preocupados com a saúde de Sua Majestade”, recomendando que ela permanecesse sob supervisão médica e afirmando que ela estava “confortável”,  sem mais detalhes sobre o que exatamente isso significava, em linha com o padrão de comunicação sucinto da monarquia: “Never complain, never explains” (nunca reclame, nunca explique)

Na Câmara dos Comuns, os rumores sobre a saúde da rainha Elizabeth começaram a circular durante um debate sobre a crise de custo de vida. A primeira indicação de que algo estava errado veio quando o chanceler do ducado de Lancaster Nadhim Zahawi sentou-se ao lado da primeira- ministra Liz Truss e começou a falar com ela enquanto o líder trabalhista discursava.

Ela deixou o local em seguida. E o chefe da casa, Lindsay Hoyle, fez uma declaração solene:

“Sei que falo em nome de toda a Câmara quando digo que enviamos nossos melhores votos a Sua Majestade a Rainha e que ela e a família real estão em nossos pensamentos e orações neste momento”.

Elizabeth II teve covid em fevereiro deste ano e se disse cansada e exausta na época, mas parecia estar se recuperando bem, tendo comparecido a eventos como uma feira de jardinagem, em maio. 

O uso de roupas pretas pelos apresentadores de TV é um sinal preocupante. Esse foi o código de vestimenta usado, por exemplo, durante o período do funeral do marido da Rainha, o príncipe Philipp, no ano passado.

Comentaristas e historiadores que analisam a família real dizem que não lembram de os familiares terem sido chamados para ficar perto da rainha em outras situações em que ela parecia adoentada, o que reforçou as preocupações sobre a saúde de Elizabeth II. 

Contando com a atual primeira-ministra Liz Truss, Elizabeth II deu posse a 15 chefes de governo do Reino Unido desde que ascendeu ao trono, em 1952.

Ao completar 70 anos no trono, em um frio domingo de fevereiro, ela publicou um vídeo nas redes sociais em que aparecia trabalhando, sinalizando disposição de continuar ativa como chefe de Estado.