Londres – O centro de Londres parou para ver o cortejo com o caixão da rainha Elizabeth passar, escoltado pelos filhos e pelos príncipes William e Harry, que deixaram as discórdias de lado para homenagear a avó, que morreu há cinco dias aos 96 anos.
Milhares de pessoas estão desde ontem nas ruas para garantir um bom lugar e ver o cortejo passar. As ruas foram sinalizadas para indicar os locais da passagem, e algumas estações de metrô foram fechadas.
Os voos do aeroporto de Heathrow serão atrasados para que não perturbem a procissão, segundo comunicado do aeroporto, um dos principais da Europa.
A previsão é de interromper voos entre 13h50 e 15h40 de quarta-feira para “garantir silêncio sobre o centro de Londres enquanto a procissão cerimonial se move do Palácio de Buckingham para Westminster Hall”.
As filas são enormes para chegar aos locais onde a passagem do cortejo poderá ser vista, embora todas as emissoras de TV estejam transmitindo ao vivo.
Mas muitos querem ver pessoalmente a despedida de uma figura que marcou a história do país, tendo passado 70 anos no trono.
A despedida da #rainhaelizabeth
parou #Londres, com filas enormes para ver o cortejo fúnebre passar. O caixão com o corpo sai do #paláciodebuckingham às 14h22 em ponto, para chegar a #Westminster exatamente às 15h (horário local), honrando a #pontualidadeBritânica. pic.twitter.com/iToZXgy7jm— MediaTalks by J&Cia (@_MediaTalks) September 14, 2022
Alguns aproveitaram para faturar, como um homem vendendo flores para os que querem prestar homenagens à monarca.
As autoridades ficaram apavoradas com a quantidade de objetos deixados nos parques e diante dos palácios, e estão pedindo ao público para depositar flores sem embalagens, para facilitar a compostagem,
O caixão vai ficar quatro dias no Palácio de Westminster, e a previsão é de que as filas alcancem 10 milhas.
O último membro da família real a ter seu velório acompanhado pelo público foi a rainha-mãe em 2002, quando mais de 200 mil pessoas ficaram na fila para ver seu caixão.
Um esquema gigante de segurança e de apoio foi montado para organizar, à moda inglesa. Os que chegarem ao fim da fila receberão uma pulseirinha numerada e colorida, podendo sair para descansar, se alimentar ou usar o banheiro sem perder o lugar.
Os organizadores informaram que mais de 1 mil pessoas trabalharão em cada turno, incluindo policiais, agentes de segurança e voluntários de grupos como Cruz Vermelha, Exército da Salvação e até tradutores de linguagem de sinais.
Um total de 500 banheiros químicos estão à disposição dos que devem dormir na fila para ver por alguns segundos o caixão de Elizabeth II.
Desde a última quinta-feira, quando a morte da rainha foi anunciada, entrou em ação o plano chamado Operação London Bridge, desenhado há mais de 30 anos e com seus detalhes definidos pela própria Elizabeth II.
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Ela morreu no castelo de Balmoral, na Escócia, de causa não revelada, um dos muitos segredos em torno da monarquia, que pratica em sua comunicação o lema “nunca explique, nunca reclame”.
No dia seguinte o novo monarca fez seu primeiro pronunciamento à nação, e no sábado foi proclamado rei Charles III, em uma cerimônia televisionada pela primeira vez na história.
Na segunda-feira o caixão com o corpo da rainha deixou Balmoral, passou em cortejo por várias cidades escocesas e chegou ao Palácio de Holyrood, sede do parlamento escocês, onde atraiu uma multidão silenciosa, passando rapidamente diante da urna fechada e coberta com o estandarte vermelho e amarelo de Elizabeth II.
A polícia reprimiu protestos anti-monarquia e chegou a prender manifestantes em Edimburgo, Oxford e Londres.
Na noite de ontem o caixão chegou a Londres. O enterro será no dia 19 de setembro, feriado nacional.
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