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Londres faz filas para ver cortejo de Elizabeth II passar; voos são atrasados para garantir silêncio

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Foto: Aldo De Luca / MediaTalks

Londres – O centro de Londres parou para ver o cortejo com o caixão da rainha Elizabeth passar, escoltado pelos filhos e pelos príncipes William e Harry, que deixaram as discórdias de lado para homenagear a avó, que morreu há cinco dias aos 96 anos.

Milhares de pessoas estão desde ontem nas ruas para garantir um bom lugar e ver o cortejo passar. As ruas foram sinalizadas para indicar os locais da passagem, e algumas estações de metrô foram fechadas. 

Cortejo rainha Elizabeth Londres
Ruas do centro de Londres foram sinalizadas para indicar locais por onde o cortejo da rainha Eilzabeth vai passar (Foto: Aldo De Luca)

Os voos do aeroporto de Heathrow serão atrasados ​​para que não perturbem a procissão, segundo comunicado do aeroporto, um dos principais da Europa. 

A previsão é de interromper voos entre 13h50 e 15h40 de quarta-feira para “garantir silêncio sobre o centro de Londres enquanto a procissão cerimonial se move do Palácio de Buckingham para Westminster Hall”.

As filas são enormes para chegar aos locais onde a passagem do cortejo poderá ser vista, embora todas as emissoras de TV estejam transmitindo ao vivo.

Mas muitos querem ver pessoalmente a despedida de uma figura que marcou a história do país, tendo passado 70 anos no trono. 

Alguns aproveitaram para faturar, como um homem vendendo flores para os que querem prestar homenagens à monarca.

Foto: Aldo De Luca / MediaTalks

As autoridades ficaram apavoradas com a quantidade de objetos deixados nos parques e diante dos palácios, e estão pedindo ao público para depositar flores sem embalagens, para facilitar a compostagem, 

O caixão vai ficar quatro dias no Palácio de Westminster, e a previsão é de que as filas alcancem 10 milhas.

O último membro da família real a ter seu velório acompanhado pelo público foi a rainha-mãe em 2002, quando mais de 200 mil pessoas ficaram na fila para ver seu caixão.

Um esquema gigante de segurança e de apoio foi montado para organizar, à moda inglesa. Os que chegarem ao fim da fila receberão uma pulseirinha numerada e colorida, podendo sair para descansar, se alimentar ou usar o banheiro sem perder o lugar. 

Os organizadores informaram que mais de 1 mil pessoas trabalharão em cada turno, incluindo policiais, agentes de segurança e voluntários de grupos como Cruz Vermelha, Exército da Salvação e até tradutores de linguagem de sinais.

Um total de 500 banheiros químicos estão à disposição dos que devem dormir na fila para ver por alguns segundos o caixão de Elizabeth II. 

Desde a última quinta-feira, quando a morte da rainha foi anunciada, entrou em ação o plano chamado Operação London Bridge, desenhado há mais de 30 anos e com seus detalhes definidos pela própria Elizabeth II. 

Ela morreu no castelo de Balmoral, na Escócia, de causa não revelada, um dos muitos segredos em torno da monarquia, que pratica em sua comunicação o lema “nunca explique, nunca reclame”. 

No dia seguinte o novo monarca fez seu primeiro pronunciamento à nação, e no sábado foi proclamado rei Charles III, em uma cerimônia televisionada pela primeira vez na história. 

Na segunda-feira o caixão com o corpo da rainha deixou Balmoral, passou em cortejo por várias cidades escocesas e chegou ao Palácio de Holyrood, sede do parlamento escocês, onde atraiu uma multidão silenciosa, passando rapidamente diante da urna fechada e coberta com o estandarte vermelho e amarelo de Elizabeth II. 

A polícia reprimiu protestos anti-monarquia e chegou a prender manifestantes em Edimburgo, Oxford e Londres.  

Na noite de ontem o caixão chegou a Londres. O enterro será no dia 19 de setembro, feriado nacional. 

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