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Diversity Pledge Institute anuncia (mais uma) tentativa de mapear diversidade na mídia dos EUA

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Fotos: Pixabay

Londres – O Diversity Pledge Institute (DPI), organização que faz parte da Escola de Jornalismo e Comunicação da Universidade Estadual do Arizona (EUA), anunciou uma nova iniciativa destinada a melhorar a diversidade no jornalismo americano, que apesar de todos os esforços e de movimentos inclusivos no país continua dominado por pessoas da elite branca.

O projeto consiste em uma pesquisa que irá além da quantificação, procurando entender como as redações abordam e entendem diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade. 

“Nosso objetivo é mudar fundamentalmente a forma como o jornalismo conceitua e aplica os conceitos de Diversidade, Equidade e Inclusão nas redações”, diz Gaby Martinez-Stevenson, diretora de pesquisas do DPI.

Diversidade no jornalismo atual e futuro

A diversidade do jornalismo nos EUA tem sido medida por várias organizações, que registram alguns avanços. Mas os estudos mostram que ainda há muito a fazer, na opinião dos jornalistas. 

A começar pelo mapeamento da situação.

Em abril, o Nieman Lab revelou que a pesquisa de diversidade da News Leaders Association, realizada desde 1978, definhara devido à baixa participação das redações.

Por isso, a coordenadora do projeto, a jornalista e acadêmica Meredith Clark, jogou a toalha. 

A meta de Clarks era alcançar pelo menos 1,5 mil respostas para produzir um relatório estatisticamente sólido, mas apenas 303 responderam.

Este é o desafio do Diversity Pledge, que tenta uma abordagem diferente. 

O piloto começou em 10 de setembro e irá até 7 de outubro, envolvendo gestores e jornalistas de empresas de mídia tradicionais, nativas digitais e de organizações de imprensa sem fins lucrativos. 

A organização firmou também um acordo com a Journalism Education Association (JEA) para expandir o alcance da iniciativa e atingir profissionais em formação. 

“Sabemos que questões como diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (DEIA) não aparecem em um passe de mágica no nível profissional, tornando-se necessário explorar essas questões mais cedo nas carreiras jornalísticas ”, disse Larry Graham, fundador e diretor-executivo do Diverse Pledge Institute.

O instituto e a JEA adaptaram a pesquisa com questões voltadas para para alunos, professores e funcionários envolvidos em programas de jornalismo do ensino médio.

Ao final do piloto da pesquisa, redações e escolas participantes receberão os dados levantados sem a identificação dos respondentes, bem como uma avaliação que poderá ser usada para orientar as discussões internas e ajudar na criação de programas de inclusão.

“A falta de diversidade na indústria de notícias é evidente para qualquer pessoa que tenha passado algum tempo nas redações”, disse Graham.

Ele salienta que sem dados para quantificar o problema, é difícil medir o impacto das iniciativas da DE&I. 

“Os resultados da pesquisa beneficiarão a indústria do jornalismo, estabelecendo linguagem e compreensão comuns da DEIA.

E ajudarão no desenvolvimento de ferramentas e estratégias para eliminar as barreiras à diversificação das redações que possam ir além das boas intenções, gerando mudanças significativas.”

O Diversity Pledge Institute  é uma organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisa, análise e educação relacionada à diversidade no jornalismo.

O projeto foi fundado e é dirigido pelo jornalista Larry Graham, que fez carreira em jornalismo esportivo e passou a se dedicar a projetos de inclusão na mídia. 

A julgar pelo que disse Meredith Clark ao desistir da pesquisa da News Leaders Association, ele vai ter um trabalho árduo pela frente. 

Ela caracterizou as razões para a não participação de jornalistas e redações como variando de “negligência benigna à resistência passiva agressiva à hostilidade total”.

A jornalista e acadêmica relatou também respostas absurdas que recebeu quando enviou os questionários sobre diversidade: 

 “Não estamos participando de seus exercícios de diversidade politicamente corretos, seus “snow flakes”.

‘Bem, o que devo fazer, verificar as pernas de todos que trabalham para mim?”

Entre as ações para contornar a resistência de participar de pesquisas de diversidade Clarks enumera a obrigatoriedade por parte de entidades de classe da indústria, e que a participação se torne um requisito para empresas jornalísticas inscreverem trabalhos em prêmios.

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