Londres – Com a volta de Diana ao noticiário por causa da quinta temporada da série The Crown, o instituto de pesquisas YouGov resolveu incluir o nome da princesa em sua pesquisa trimestral que mede a popularidade dos integrantes da família real, e o resultado foi uma surpresa: meio quarto de século após a morte, ela continua reinando soberana entre os britânicos.
O resultado é revelado em um momento de crise de imagem família real, provocada com o documentário Harry & Meghan, da Netflix, em que o filho mais novo da princesa ataca a monarquia e a manipulação da mídia que marcou a vida da então princesa de Gales.
Segundo a pesquisa, feita antes da série ir ao ar, o legado de Diana continua forte, e ela ainda é mais popular que seu ex-marido agora rei, e do que a própria instituição da monarquia.
Na terça-feira (6), a baixa popularidade de Charles foi mais uma vez exposta, quando um homem atirou um ovo no rei durante uma visita à cidade de Luton, perto de Londres.
É uma área com diversidade étnica, e o ato vem logo em seguida ao episódio de racismo no Palácio de Buckingham na semana passada, que culminou com o desligamento de uma das mais fiéis acompanhantes da rainha Elizabeth e agora da rainha consorte Camilla.
Enquanto o rei recebia um ovo (que não o atingiu), Harry e Meghan recebiam nesta terça-feira (6) em Nova York um prêmio de direitos humanos da Fundação Robert F.Kennedy.
O motivo não poderia ser mais desconfortável para a realeza: a coragem de desafiar o racismo e a opressão na família real.
Camilla x Diana
Apesar de ter reconquistado a admiração de parte dos britânicos depois do casamento com Charles e sua conduta discreta desde então, Camilla ainda está longe da popularidade da ex.
Sete em cada dez britânicos (72%) têm uma visão positiva da princesa Diana, incluindo 34% que têm uma opinião “muito positiva”. Já a rainha consorte é admirada por 52%, incluindo os apenas 14% que dizem admirá-la muito.
Em contraste, dois terços (67%) têm uma visão positiva do rei Charles e 60% têm uma opinião favorável da instituição da monarquia em geral.
Apenas um quarto (25%) tem uma visão “muito” positiva de Charles, e apenas 20% dizem o mesmo da monarquia.
As entrevistas foram feitas entre os dias 8 e 10 de novembro, logo após o lançamento da nova temporada da série The Crown da Netflix, criticada pelos apoiadores da monarquia e até por atores amigos do Palácio de Buckingham.
Os críticos, que incluem o ex-primeiro-ministro John Major, negaram a veracidade de vários trechos do programa e queriam que a Netflix colocasse um aviso de que se tratava de ficção.
A passagem mais constrangedora é uma visita do então príncipe de Gales ao primeiro-ministro em que ele teria falado abertamente sobre a necessidade de abdicação da mãe como forma de modernizar a monarquia.
Diana, que morreu em um acidente de carro em Paris em 1987, é retratada em The Crown como a sofredora que penou nas mãos de um marido insensível e que a traiu durante todo o casamento. Isso pode ter influenciado a opinião positiva detectada pela pesquisa.
Um dos episódios mostra a explosiva entrevista dada pela princesa de Gales ao programa Panorama, da BBC, em que se referiu abertamente ao relacionamento do ex-marido com Camilla Parker-Bowles, a atual rainha consorte.
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Apesar das reclamações, todos os lances em torno da entrevista ao Panorama – Diana foi enganada pelo jornalista Martin Bashir, que a convenceu a falar usando documentos falsificados sugerindo que ela estivesse sendo vigiada – foram amplamente documentados pela imprensa e a série os retrata com fidelidade ao que foi noticiado na época.
Meio século depois da morte, princesa Diana é admirada por jovens
Embora as avaliações da princesa Diana sejam extremamente positivas entre todas as faixas etárias, segundo destaca o YouGov, aqueles com 65 anos ou mais têm maior probabilidade de ter uma visão negativa dela (26%). A taxa cai para 13% entre pessoas entre 25 e 49 anos e 9% entre os que têm de 18 a 25 anos.
Aqueles com idades entre 25 e 49 anos são os mais propensos a ter uma opinião positiva sobre a princesa Diana, com 79%. Uma parte deles tem a memória da morte da princesa, que comoveu o país.
E também foram impactados por cenas de seus últimos meses de vida, em que se engajou fortemente em causas sociais.
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A aprovação do Rei Charles só é maior do que a de Diana nas faixas de maior idade, particularmente entre os com mais de 65 anos.
O filho mais velho de Diana segue como mais popular
Em uma comparação que não inclui a rainha Elizabeth nem o príncipe Philip, ambos falecidos, o príncipe William continua a ser o membro mais popular da família real, com 81% dos entrevistados expressando uma opinião positiva sobre ele (incluindo 45% com uma visão “muito positiva”).
Kate, agora com o título de princesa de Gales que foi de Diana, não fica muito atrás, com 75%. Em ambos os casos, esses números estão praticamente inalterados em relação à pesquisa anterior no final de setembro.
Embora os índices de Charles tenham subido após sua ascensão a rei, agora ficaram estáveis, com pouca diferença entre a nova pesquisa e a de setembro.
Por outro lado, a popularidade do príncipe Harry caiu ligeiramente mais uma vez, depois de um aumento de 15 pontos após a morte de sua avó, a rainha Elizabeth.
Apenas quatro em cada dez (39%) têm uma visão favorável do duque de Sussex, uma queda de seis pontos desde setembro. O número de pessoas com opinião desfavorável aumentou na mesma proporção nesse período, para 52%.
Meghan, a duquesa de Sussex continua a ser menos popular do que seu marido, com apenas 28% gostando dela, número inalterado desde setembro.
Mais uma vez, segundo a pesquisa do YouGov, ninguém consegue se igualar em impopularidade ao príncipe Andrew.
Apenas 6% têm uma opinião positiva sobre Andrew, enquanto 85% têm uma opinião impopular (incluindo 67% que têm uma visão “muito negativa” dele).
As impressões sobre os Sussex podem mudar depois da exibição do documentário Harry & Meghan, que aborda temas sensíveis para uma parcela significativa da população britânica: elitismo e racismo. Mas se depender da imprensa britânica, será para pior.
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