Londres – Ao lançar seu livro de memórias Spare, o príncipe Harry alcançou seu mais baixo nível de popularidade entre os britânicos desde 2011, segundo a mais nova pesquisa do instituto YouGov, divulgada nesta segunda-feira (9). 

Apenas 26% dos entrevistados ainda têm uma visão positiva do filho mais novo do rei Charles, que já figurou entre os mais admirados da monarquia depois da rainha Elizabeth. O instituto é o principal do país, e único a fazer um acompanhamento regular da popularidade de figuras públicas, incluindo integrantes da monarquia. 

Mas Harry não é a única vítima. O irmão William e a monarquia também estão perdendo admiração entre os britânicos. 

O índice líquido de opinião positiva sobre a instituição, que era de 44 pontos em setembro (diferença entre os que se declaram favoráveis e desfavoráveis) passou agora para 19 pontos. A reprovação subiu de 24 para 35 pontos percentuais. A taxa dos que não sabem é estável, variando de 9% para 10%. 

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Verdade ou não, as revelações do irmão Harry mostram um outro lado do sempre sorridente William, herdeiro do trono britânico, intolerante e agressivo como nunca se viu em público. 

O número de pessoas com uma visão positiva do atual príncipe de Gales caiu oito pontos, de 77% em dezembro para 69% na semana passada. Ao mesmo tempo, o número dos que têm uma visão negativa subiu de 15% para 20%.

As entrevistas foram feitas entre os dias 5 e 6 de janeiro, já refletindo as revelações feitas por Harry no livro e em trechos de entrevistas para promover Spare, veiculadas no fim de semana no Reino Unido e nos EUA. 

O príncipe relatou uma agressão que teria sofrido do príncipe William, o uso de drogas, o pedido dos dois irmãos para que o rei não se casasse com a atual rainha consorte e a conta de membros do Talibã assassinados quando ele serviu no Afeganistão, 25.

A informação provocou reação do Talibã, colocando em risco a segurança de Harry e de sua família, que agora pode virar alvo de represálias.

E gerou enorme controvérsia no Reino Unido, com comandantes militares condenando as declarações de Harry por ter exposto o que é considerado segredo militar. 

O YouGov salienta que embora as  revelações explosivas tenham gerado a cobertura da mídia pretendida antes do lançamento do livro, acabaram levando a uma antipatia do público.

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Harry despencou sete pontos percentuais em admiração desde o início de dezembro, quando 59% dos entrevistados tinham uma visão negativa sobre ele. O príncipe perdeu os pontos que havia conquistado durante o ano de 2022 até a morte da rainha Elizabeth, em setembro. 

A enquete mais recente antes da que foi divulgada nesta segunda-feira havia sido feita pelo YouGov após os primeiros capítulos da série da Netflix, em que o casal falou abertamente de suas dificuldades na relação com a família real.

E atacou a imprensa pela invasão e por supostamente aceitar notícias negativas sobre eles sugeridas pelos assessores do Palácio de Buckingham em troca de preservar a imagem de outros integrantes da monarquia. 

Mesmo os britânicos mais jovens, que geralmente tendiam a ter opiniões favoráveis ​​sobre o príncipe Harry e Meghan Markle, agora estão divididos, com 41% tendo uma impressão positiva e 41% negativa a respeito do filho mais novo do rei. 

Na pesquisa de dezembro, segundo o YouGov, havia uma vantagem de 20 pontos nessa faixa etária, com 49% de opinião positiva e 29% negativa.

O YouGov constatou que as atitudes em relação ao rei Charles, Kate Middleton e Meghan Markle permanecem inalteradas desde a pesquisa de dezembro.

O livro será vendido em livrarias a partir de meia-noite desta segunda-feira, mas muitas lojas independentes disseram que não vão ter a obra da Penguin Books em estoque, porque seus leitores não têm interesse.

Outro motivo é a venda por livrarias online, com valores menores do que os praticados em lojas físicas. E o esvaziamento do interesse, uma vez que as entrevistas e reportagens sobre o livro – na Espanha ele chegou a ser vendido por algumas horas na semana passada e depois retirado das lojas – já tornaram públicas as passagens mais controversas.