Londres – Nesta terça-feira, os cientistas responsáveis pelo Doomsday Clock revelam a nova hora do chamado Relógio do Apocalipse, uma representação visual dos riscos de extinção da humanidade e do planeta causados pela possibilidade de um conflito nuclear, pela crise ambiental e por tecnologias disruptivas como guerras biológicas e cibernéticas.
O relógio fica na Universidade de Chicago, nos EUA. A meia-noite representa o fim do mundo, enquanto os segundos que faltam para chegar a ela indicam a distância hipotética do apocalipse. Em 2022, o relógio permaneceu marcando 100 segundos para a meia-noite, posição mais próxima em que já esteve.
Segundo a organização responsável pelo Relógio do Apocalipse, o projeto tem como objetivo alertar o o público sobre o perigo de destruição do mundo com tecnologias criadas pelo próprio ser humano.
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Relógio do Apocalipse nasceu há 75 anos
O relógio do fim do mundo existe desde 1947, e a hora já foi ajustada 24 vezes.
Ela é definida por um painel de cientistas de várias disciplinas do conhecimento humano, que produzem o relatório Bulletin of Atomic Scientists (Boletim de Cientistas Nucleares).
O vídeo mostra a história da iniciativa que se tornou uma das mais eficientes campanhas de comunicação já criadas, pelo impacto global que alcança e simplicidade para transmitir ideias complexas.
Quando o relógio foi criado, o maior perigo para a humanidade eram as armas nucleares, em um momento em que os Estados Unidos e a União Soviética estavam caminhando para uma corrida armamentista nuclear.
Um dos autores do primeiro boletim foi o cientista Albert Einstein, que trabalhava no Projeto Manhattan, responsável pela criação da bomba atômica.
Os riscos foram se ampliando. Em 2027, as mudanças climáticas entraram para a lista de preocupações que contribuem para a determinação do tempo que falta para o fim do mundo.
No ano passado, quando os ponteiros continuaram marcando 100 segundos para a meia-noite, ainda não havia a guerra da Ucrânia e Vladimir Putin ameaçando usar a bomba atômica.
E a desinformação entrou na pauta dos cientistas, que apontaram a invasão do Capitólio antes da posse do presidente Joe Biden e as fake news sobre o coronavírus como riscos para a sociedade causados pelo uso da tecnologia.
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As horas que o relógio já marcou
Até recentemente, o horário mais próximo da meia-noite era dois minutos – primeiro em 1953, quando os EUA e a União Soviética testaram armas termonucleares, e depois em 2018.
Naquele ano, os cientistas citaram “um colapso na ordem internacional” das potências nucleares, bem como a contínua falta de ação sobre a mudança climática.
Em 2020, os cientistas avançaram o ponteiro para 100 segundos para a meia-noite – o mais próximo que já esteve – onde permaneceu em 2021 e 2022.
No ano passado, a hora foi marcada antes do início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em fevereiro.
Mas os cientistas já estavam acompanhando a tensão na região, apontada como risco potencial para o futuro do planeta e como um dos fatores para a determinação da hora atual.
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