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Rússia bloqueia acesso a banco de imagens Shutterstock por ‘materiais destrutivos’

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Londres –  Em mais um ato de censura do governo de Vladimir Putin a empresas de mídia internacionais, o órgão regulador de telecomunicações da Rússia bloqueou nesta quarta-feira (1) o site do banco de imagens americano Shutterstock.

O motivo alegado pelo Roskomnadzor foi o oferecimento de “materiais destrutivos” aos usuários, com destaque para conteúdo apontado como incentivo ao suicídio e ao uso de drogas.

O comunicado não especifica os conteúdos que levaram à decisão de suspender o acesso na Rússia. 

Não é a primeira vez que a Rússia bloqueia o Shutterstock, que fornece fotos, vídeos e ilustrações para serem usadas pela imprensa, em projetos comerciais ou por pessoas físicas, com aplicações que vão de trabalhos escolares a blogs.

Com sede em Nova York, o banco tem mais de 600 milhões de imagens e 45 milhões de clipes de vídeo. 

Em 2019, antes da guerra com a Ucrânia mas já em um ambiente de censura praticada pelo governo Putin contra jornalistas e veículos de mídia locais e internacionais, o Shutterstock havia sido suspenso. 

Censura do governo Putin por ofensa a símbolos

Na ocasião, o bloqueio foi devido à presença de imagens que “ofendiam os símbolos do Estado russo”.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão regulador, a lei sobre insultar símbolos e instituições estatais define o procedimento para restringir o acesso a informações “que ofendam a dignidade humana e a moralidade pública e expressem claro desrespeito pela sociedade, o estado, símbolos oficiais do estado da Federação Russa, a Constituição da Federação Russa ou organismos que exercem o poder estatal na Federação Russa”. 

O Shuterstock só teve o acesso liberado depois de remover o conteúdo. 

Na nota em que anunciou o novo bloqueio, o órgão regulador informou que o acesso ao banco será desbloqueado após a remoção das “informações proibidas”.

Desde o início da guerra, há um ano, a Rússia governada por Vladimir Putin adotou medidas de censura ontra imprensa, redes sociais e plataformas de compartilhamento de conteúdo. Um dos principais alvos foi a enciclopédia online Wikipédia, multada e bloqueada. 

Jornalistas que se manifestam sobre a guerra também continuam sendo vítimas de prisões e condenações.

A mais recente foi Yulia Starostina, multada por um tribunal de Moscou nesta semana em 50 mil rublos (R$ 3,5 mil), por “desacreditar” o exército. 

A jornalista vinha coletando ajuda humanitária por meio das redes sociais e levando a centros de acomodação para refugiados ucranianos na Rússia.

Em dezembro, ela deu uma entrevista ao canal independente Dozhd TV mostrando uma tatuagem anti-guerra. Starostina afirmou que se sentia responsável e acreditava ser necessário fazer algo.

Depois da multa, ela suspendeu a assistência aos refugiados, segundo o site russo The Moscow Times. 

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