Londres – Parecia brincadeira, mas o próprio Elon Musk confirmou neste domingo que os jornalistas que escreverem para a área de imprensa do Twitter receberão uma resposta automática com um emoji de cocô. 

Não é fake news. O MediaTalks entrou em contato para conferir, e também foi agraciado com sua parcela de excremento, que está sendo fartamente distribuído para toda a imprensa.

Desde que comprou o Twitter, em outubro, o bilionário fez cortes severos e extinguiu vários departamentos. Musk também entrou em rota de colisão com a mídia tradicional, fazendo ataques seguidos a jornalistas que criticam seus atos, chegando a suspender alguns deles.

A resposta é automática, curta e grossa: sem palavras, só com o emoji de cocô sorridente, a zombar da solicitação ao Twitter. 

Emoji de cocô Twitter

A decisão de distribuir montes de fezes para a imprensa foi tomada pelo próprio dono da companhia, Elon Musk, que tuitou a novidade neste domingo.

Críticos dizem que a inspiração para a iniciativa pode ter vindo do que o próprio Musk está fazendo com a companhia.

Em novembro, logo na primeira semana como novo dono do Twitter, ele demitiu praticamente todo o Departamento de Comunicação, que até então nunca praticara um atendimento à imprensa tão, digamos, escatológico.

O método heterodoxo de se recusar a atender a imprensa adotado por Elon Musk chega no momento em que os problemas na plataforma se avolumam. Há  relatórios demonstrando aumento do discurso de ódio depois da volta de figuras anteriormente banidas, além de falhas técnicas. 

O número de problemas que afetam o Twitter mais que dobrou sob o comando de Elon Musk. 

De acordo com a ThousandEyes, empresa de monitoramento de desempenho na internet do grupo Cisco, o Twitter registrou 208 ocorrências de mau desempenho no período de dezembro ao final de fevereiro. O número é mais que o dobro do que as 100 registradas no mesmo período do ano anterior.

O monitoramento aponta quando um site não é capaz de concluir funções em um período de tempo considerado normal. 

No dia 6 de março aconteceu mais um episódio, com usuários passando mais de uma hora sem conseguir acessar o serviço. Segundo a ThousandEyes, o problema era interno do Twitter. 

A equipe de suporte do Twitter informou que o problema foi resultado de “uma mudança interna que teve algumas consequências não intencionais”.

No dia em que a pane ocorreu, Elon Musk tuitou culpando a estrutura da plataforma que adquiriu por US$ 44 bilhões, sem se referir ao corte de pessoal em áreas técnicas e de engenharia. 

“Esta plataforma é tão frágil (suspiro). Será corrigido em breve.”

Algo cheira mal nos procedimentos da companhia. Com a novidade do emoji de cocô para jornalistas, problemas como esses não terão nem resposta a partir de agora.