Londres – Olena Zelenska, a mulher do presidente da Ucrânia que tem rodado o mundo para conquistar apoio de líderes políticos e celebridades ao país invadido pela Rússia e virou peça-chave na diplomacia ucraniana, entrou para a lista das 100 personalidades mais influentes do mundo em 2023, divulgada pela revista americana Time nesta quinta-feira (13).

Embora Volodymyr Zelensky esteja na linha de frente da batalha da comunicação, com aparições diárias na imprensa e falando em grandes eventos globais, ele ficou de fora, assim como o presidente Vladimir Putin, cuja influência nos destinos do mundo devido à guerra é significativa. 

O presidente Lula é uma das sete personalidades da América Latina listadas, por sua potencial contribuição para a solução da crise climática. 

Olena Zelenska e outros influentes relacionados à guerra na Ucrânia 

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi responsável por outros nomes na lista de pessoas mais influentes em 2023. 

Uma delas é o jornalista americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, que está preso na Rússia há duas semanas. Filho de pais russos, ele tem passagens pelo Washington Post, New York Times e jornais russos. 

Ele foi acusado de espionagem quando fazia uma reportagem na região dos Montes Urais, e sua prisão ganhou o status de “injusta” por parte do governo dos EUA, o que abre caminho para interferência diplomática no caso. 

A advogada especializada em direitos humanos ucraniana Oleksandra Matviichuk é outra que faz parte da lista dos 100 mais influentes da Time. 

A relação é dividida em grupos: artistas, inovadores, “titãs”, lideranças, ícones e pioneiros, cada uma com pessoas de diferentes áreas de atividade, como política, ativismo, esportes, cultura e mídia.

Não há uma classificação por ordem de importância, formando um ranking, mas os blocos de cada categoria são abertos com uma pessoa em destaque.

Olena Zelenska 100 pessoas mais influentes revista Time

Na categoria líderes, a escolhida foi Olena Zelenska, em posição visualmente superior à do presidente Lula. Ela virou peça-chave na diplomacia da Ucrânia, recebendo personalidades e falando em parlamentos em vários países. 

Em dezembro, o governo da Ucrânia anunciou a criação de uma fundação beneficente com o seu nome, para apoiar cuidados médicos, educação e ajuda humanitária no país a partir de doações recebidas de outros países, apresentada na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. 

O perfil da ucraniana foi escrito por Jill Biden, primeira-dama dos EUA, que já se encontrou com Zelenska pessoalmente e narra o encontro em primeira pessoa. 

A primeira-dama da Ucrânia já se envolveu em controvérsias em seu trabalho de buscar apoio para a Ucrânia. Em julho de 2022, ela foi criticada por um ensaio fotográfico para a revista Vogue, com looks elegantes em locais destruídos pela guerra. 

Olena Zelenska se justificou dizendo que estava aproveitando cada oportunidade para falar ao mundo sobre a guerra na Ucrânia. 

Jill Biden não parece ter se impressionado com a história da Vogue, pois não economizou elogio à ucraniana, chamando-a de “orgulho da nação” e farol de esperança”: 

Uma redatora que trabalhava nos bastidores, ela nunca pediu holofotes. Mãe de dois filhos, ela nunca pediu para se tornar o coração de uma nação em guerra.

Olena Zelenska não esperava se tornar uma guerreira para o povo da Ucrânia, mas respondeu a esse chamado com coragem altruísta.

Conheci a primeira-dama no último Dia das Mães em uma pequena cidade perto da periferia de seu país, apenas alguns meses após o início da guerra de agressão não provocada da Rússia .

Instintivamente, nós nos abraçamos – duas mães, duas nações, se unindo pela paz. Na tensão de seu sorriso, pude ver o peso que ela carregava: o sono perdido com o ruído das bombas caindo, as histórias de atrocidades que ela jamais esqueceria.

Em seus olhos, no entanto, havia a determinação feroz e a dignidade que definiram seu povo.

Ela poderia pegar sua família e fugir. Que mãe a culparia? No entanto, ela fica. Ela fica porque a liberdade e a democracia merecem defensores.

Ela fica para mostrar ao mundo que o coração e a esperança podem fazer até o maior tirano parecer pequeno. Ela fica pelos filhos – pelo futuro deles e pelo futuro de todos os ucranianos.

Olena Zelenska é mãe. Protetora. O orgulho de sua nação. Um farol de esperança para as pessoas que ela ama.”

 O perfil do presidente Lula foi escrito por outro americano, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, enfatizando seu potencial de influência nos rumos da crise ambiental.