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Huw Edwards, âncora do funeral de Elizabeth II na BBC, é o apresentador no centro do escândalo das fotos

Huw Eduards, âncora da BBC

Huw Edwards mostra o ponto da transmissão dos festejos de aniversário do Rei Charles (reprodução Twitter Huw Edwards)

Londres – Cinco dias após denúncia de que um apresentador da BBC teria pago para receber fotos de uma pessoa menor de idade, o nome do âncora foi revelado: Huw Edwards, um dos mais populares e bem pagos profissionais da rede. 

O nome de Edwards, escalado para ancorar a cerimônia fúnebre da rainha Elizabeth II e outros grandes eventos nacionais, já circulava nas redes sociais como o mais provável suspeito no caso, depois que outras estrelas se manifestaram dizendo não terem nada a ver com as denúncias e ele permaneceu em silêncio, além de fora do ar 

A mulher do apresentador, Vicky Flind, disse em um comunicado que ele está sob sério abalo emocional e hospitalizado, sem previsão de aparecer em público, e pediu privacidade para a família. 

“À luz das recentes reportagens sobre o ‘Apresentador da BBC’, estou fazendo esta declaração em nome de meu marido Huw Edwards, depois de cinco dias extremamente difíceis para nossa família. Estou fazendo isso principalmente por preocupação por seu bem-estar mental e para proteger nossos filhos.

Huw está sofrendo de sérios problemas de saúde mental. Como bem documentado, ele foi tratado para depressão grave nos últimos anos.

“Os acontecimentos dos últimos dias pioraram muito as coisas, ele sofreu outro episódio grave e agora está internado em um hospital, onde permanecerá no futuro próximo”.

A história das fotos foi revelada pelo jornal The Sun, mas está envolta em contradições. Ele teria pago pelas fotos durante três anos, e a mãe acusa o apresentador de ter financiado o vício em crack da suposta vítima.

No entanto, não há confirmação, pelo menos pública, de que as fotos teriam sido enviadas quando a pessoa era menor de idade, nem as circunstâncias em que isso teria ocorrido. 

O advogado da suposta vítima negou as acusações feitas pela mãe, afirmando que não houve nada ilegal. E a polícia não abriu uma investigação formal depois de um encontro nesta segunda-feira com a BBC para tomar conhecimento dos fatos. 

Em nota, a polícia disse hoje que não abrirá inquérito, após os detetives terem avaliado a situação, por não haver indício de crime. 

Vicky Flind disse ainda que, uma vez que seu marido estivesse “bem o suficiente para fazê-lo”, ele responderá às acusações, sobre as quais ela diz que ele foi informado pela primeira vez na última quinta-feira, antes de a matéria do tabloide ser publicada. 

A BBC chegou a informar que Edwards havia pedido demissão na tarde de hoje, mas em seguida disse que o jornalista continuava empregado.

Huw Edwards, uma estrela da BBC

Edwards, 61 anos, é um dos locutores de notícias mais importantes da corporação e atualmente recebe um salário anual de £ 435 mil (R$ 2,7 milhões). Ele ancora o noticiário noturno, BBC News at Ten. 

No relatório anual apresentado esta semana, subiu do sexto para o quarto lugar entre os mais bem pagos, com um aumento de £ 25 mil por conta dos especiais extras de notícias que ele liderou no ano passado, incluindo o funeral da rainha Elizabeth II .

Após a história se tornar pública, a BBC suspendeu Edwards e disse que “leva qualquer alegação a sério” e tem “processos internos robustos para lidar proativamente com tais alegações”.

A rede vem sendo questionada por sua condução do caso, já que tomou conhecimento dos fatos em maio e o apresentador continuou no ar, assim como o jornal The Sun, que deixou de incluir nas primeiras reportagens a posição da pessoa jovem envolvida na denúncia e detalhes importantes da história. 

Um deles é que em abril, a mãe havia levado o caso à polícia, mas não houve abertura de inquérito por ausência de evidências de que os atos fossem crime. 

A idade para consentimento sexual no Reino Unido é 16 anos. Mas para envio de fotos é 18. O advogado da pessoa que teria feito os envios diz que nada ocorreu fora da lei, como também concluiu a polícia até o momento. 

O caso se tornou uma obsessão nacional e um problema político, já que a BBC é uma emissora pública, financiada por uma taxa paga pelos contribuintes para assistir aos canais. 

Mesmo que não tenha havido um crime, a reputação da rede foi seriamente abalada. 

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