Londres – Dona do submarino Titan, que implodiu em uma expedição aos destroços do navio Titanic em junho deixando cinco mortos, a empresa OceanGate sumiu discretamente das redes sociais e da internet menos de um mês após a tragédia. 

Todas as contas de mídia social – LinkedIn, Twitter, Instagram e Facebook – foram fechadas, sem menagens ou aviso prévio a seguidores ou à imprensa. Há apenas a informação de que a conta não existe. 

O site da empresa exibe agora uma tela negra, com a frase “A OceanGate Expeditions suspendeu todas as operações de exploração e comerciais”. 

No entanto, a busca no Google ainda apresenta links para páginas de notícias, brochuras, expedições e um agora macabro “Titanic como nunca visto antes”, todos levando à tela negra de início. 

Na semana passada, a suspensão das atividades foi anunciada em um comunicado publicado discretamente no site, que ainda estava no ar.

O canal no YouTube não foi removido, mas todos os vídeos foram retirados, exceto um que anunciou um programa de exploração do oceano voltado para jovens, com imagens de uma visita de estudantes ao submarino. 

Visita de jovens ao Titan, submarino da OceanGate que implodiu matando todos os ocupantes
Reprodução YouTube

Com a saída das redes e bloqueio do site, os interessados em saber mais sobre a empresa só têm agora a alternativa do verbete na Wikipédia, sob o qual a empresa não tem controle, e que relata as informações sobre o acidente. 

Há também um fórum na plataforma Reddit, onde usuários continuam postando sobre o acidente, mas nada é oficial por parte da OceanGate. 

OceanGate manteve informações sobre segurança do Titan no ar 

O fechamento abrupto de todas as contas e bloqueio do site é uma medida extrema, mostrando que a empresa quer desaparecer das vistas do público enquanto enfrenta ameaças de processos judiciais movidos pelas vítimas. 

Logo após a tragédia, a OceanGate foi criticada por manter o site com o conteúdo original, incluindo informações sobre a segurança do Titan e oferta de reservas para viagens futuras. 

Outro incidente de má gestão de comunicação foi a publicação de um anúncio de vaga para piloto, exibido durante vários dias no site e em uma plataforma de empregos e removido apenas no dia seguinte à notícia de que os destroços haviam sido encontrados. 

No entanto, assim como ocorre com outras empresas em crise de imagem, uma alternativa seria manter o site no ar com informações básicas e comunicados oficiais sobre o ocorrido. 

Como foi a tragédia do Titan 

A expedição da OceanGate que acabou em tragédia havia partido do Canadá e estava em seu terceiro dia, quando o Titan foi lançado ao mar e perdeu contato com o navio base uma hora e meia depois.

O drama dos possíveis sobreviventes com reserva de oxigênio limitada a poucos dias tomou conta de mídia global. 

Em 22 de junho, a Guarda Costeira anunciou que os destroços tinham sido encontrados. Dias depois restos mortais de ocupantes começaram a ser também resgatados. 

Entre os mortos estava Stockton Rush, um dos fundadores da empresa. 

Depois do acidente, surgiram denúncias de que o submarino não era seguro e que já tinha apresentado problemas no passado, além de pessoas que vieram a público relatar processos judiciais movidos para reaver pagamento por viagens não realizadas. 

Embora os passageiros tenham assinado declarações aceitando os riscos da expedição, essas notícias podem complicar a situação da empresa, confirmando que havia riscos conhecidos e não informados.