A decisão da Meta de banir conteúdo de empresas jornalísticas em suas plataformas Facebook e Instagram no Canadá em resposta a uma nova lei obrigando o pagamento pelo uso do material produzido pela mídia está sendo fortemente criticada durante os incêndios florestais que afetam várias cidades do país. 

Grandes grupos de imprensa, como a rede CBC, e pequenos veículos locais de uma das cidades sob riscos, Yellowknife, não conseguem postar informações sobre a situação e os planos de evacuação.

O porta-voz da Meta, David Troya-Alvarez, argumentou com a CBC que o público das regiões afetadas pode usar as redes sociais da empresa para se conectar às suas comunidades e acessar informações confiáveis, incluindo conteúdo de agências oficiais do governo, serviços de emergência e organizações não governamentais”. 

A empresa disse também que ativou uma função conhecida como Verificação de Segurança, que permite ao usuário clicar em um botão para atualizar seu status e avisar seus amigos e familiares que está a salvo dos incêndios florestais.

Sem notícias sobre os incêndios no Canadá

Mas se o usuário tentar compartilhar uma notícia de um meio de comunicação confiável, resultado de apuração e checagem de jornalistas profissionais, os seguidores verão uma mensagem dizendo que o conteúdo não está disponível no país. 

Para contornar o bloqueio, os moradores estão encontrando uma forma alternativa:  o compartilhamento de capturas de tela dos veículos de comunicação.

Mesmo assim, há relatos de que parte desse conteúdo também está sendo bloqueado nas redes da Meta. 

Diante das críticas, o governo canadense voltou a criticar a posição da empresa americana de mídia social, dizendo que está “profundamente desapontado” com a continuação da política “irresponsável e irracional” da Meta de bloquear notícias em suas plataformas.

A briga acontece porque o  Canadá seguiu os passos de outros países como Austrália, Itália e França, regulamentando a compensação financeira de empresas jornalísticas pela circulação de seu conteúdo nas plataformas, mesmo que postado por usuários e não por elas próprias. 

No entanto, a Meta e o Google alegam que a lei canadense é impossível de ser cumprida, diferentemente da de outros países, onde acabou havendo acordo com organizações de mídia.

Por isso, as duas Big Techs atingidas pela legislação (Meta e Google) resolveram encarar o governo e proibir as notícias em suas plataformas.