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Entrevista | Katie King, CEO AI In Business: ‘IA simplifica processos de RP e aumenta eficácia’

Katie King, CEO AI in Businee, fala sobre uso da IA em relações públicas

Kate King, CEO AI in Business / Reprodução

Londres – “Demorou um pouco, mas finalmente estamos testemunhando um aumento no interesse pelo uso da inteligência artificial (IA) em relações públicas”, avalia a consultora britânica Katie King.

Palestrante e autora do livro Using Artificial Intelligence in Marketing, King é CEO da AI In Business, consultoria especializada em apoiar corporações no desenvolvimento de políticas e no treinamento para a adoção da inteligência artificial.

Em entrevista ao MediaTalks, ela avaliou o motivo de o setor não ter despertado antes para a nova tecnologia e falou sobre o impacto da IA generativa sobre os compromissos da agenda ESG com base em seu trabalho de consultoria para diversas empresas.

Uso da IA em relações públicas

Apesar das vantagens, Katie King acha que dizer que qualquer líder ou profissional está “totalmente ciente” das oportunidades e riscos da inteligência artificial é uma “afirmação ousada”.

Ferramentas acessíveis e viáveis

“Embora as preocupações relacionadas à inteligência artificial (IA) não sejam novas, o desenvolvimento significativo de ferramentas em tempos recentes tornou-a mais acessível, eficaz e viável financeiramente para ser explorada pelos profissionais de relações públicas.

Produtos como ChatGPT, Bard e DALL-E diminuíram a barreira de entrada e possibilitaram que os profissionais de relações públicas experimentassem a inteligência artificial sem nenhum risco ou investimento”.

O exemplo de outras disciplinas

“A integração bem-sucedida da IA em áreas como marketing, atendimento ao cliente e vendas serviu como um exemplo convincente dos benefícios potenciais e inspirou os profissionais de relações públicas a considerarem as vantagens de adotar as ferramentas de inteligência artificial”.

Aumento de decisões baseadas em dados

“A consolidação das plataformas de mídia social levou a um aumento na tomada de decisões apoiadas em dados.

À medida que as tarefas de relações públicas se tornam mais complexas e baseadas no uso intensivo de dados, a IA oferece soluções que podem simplificar processos, melhorar o direcionamento e aumentar a eficácia.

A enorme quantidade de dados capturados pode ser aproveitada em segmentação, entendimento das necessidades dos públicos e gerenciamento de reputação.”

O valor da IA na escuta social e prevenção de crises

“Acompanhar todas as conversas nas redes é uma tarefa quase impossível sem o uso da IA. Ela assume essa missão, monitorando discussões em tempo real em todas as plataformas onde elas acontecem.

O monitoramento com auxílio da inteligência artificial é capaz de fornecer informações valiosas sobre dados demográficos, necessidades, motivações, percepções, tendências e sentimentos do público.

Esses insights podem até sinalizar crises de reputação antes que elas tenham a chance de se agravar. Na era digital, onde boas e más notícias se espalham como fogo, é crucial ter controle sobre o que está sendo dito sobre sua marca”.

Quem está mais avançado no uso da IA?

“Os setores bancário e financeiro usam inteligência artificial há muitos anos e algumas das empresas proibiram o uso do ChatGPT entre suas equipes para não se exporem aos riscos da má utilização.

Dada a própria natureza do desenvolvimento da IA, a indústria de tecnologia tem estado na vanguarda da adoção de soluções baseadas nela.

Os profissionais de tecnologia também estão entre os que mais falam sobre os riscos da IA. É por isso que vemos tantas figuras proeminentes do setor defendendo a regulamentação”.

RPs trocados por máquinas?

“Embora as ferramentas generativas de IA sejam definitivamente úteis, muitas vezes é fácil identificar o conteúdo que foi elaborado com o auxílio dela.

Antes de ficar com muito medo de perder o emprego, é importante entender exatamente o que essa tecnologia pode e não pode fazer”.

Impacto da inteligência artificial nos pilares ESG

A consultora Katie King analisou as sensibilidades potenciais da adoção da inteligência artificial nos três pilares ESG, que devem estar no radar dos líderes empresariais e profissionais de comunicação responsáveis pela gestão da imagem de suas companhias.

Empregos

“No momento, a perda de empregos parece ser a principal preocupação de muitos. Embora seja verdade que alguns empregos serão perdidos para a automação, a realidade é que a IA irá remodelar mais do que substituir.

À medida que vemos a inteligência artificial se tornar mais avançada e adotada por mais empresas, é importante lembrar que essa é uma tecnologia especializada. Por mais impressionante que seja, ainda não consegue fazer tudo o que somos capazes de fazer.

Ainda assim, acredito que continuaremos a ter muito debate e alarmismo em torno do tema no futuro próximo. A questão dos empregos pode ser muito prejudicial para as empresas obterem o suporte necessário para que os projetos de IA sejam bem-sucedidos. Por isso, essa percepção é a mais preocupante no momento para as corporações”.

Impacto ambiental

“Embora o consumo de energia da IA seja um tópico de discussão, essa tecnologia também está sendo explorada para ajudar a melhorar a sustentabilidade e fazer melhor uso dos recursos naturais.

Creio que com o tempo, os impactos positivos que ela gera nessa área vão superar os negativos”.

Governança

“Governança e regulamentação estão no topo da agenda de muitas organizações e governos. Estamos muito perto da primeira lei da União Europeia sobre o uso da IA.

Assim que ela entrar em vigor, outros reguladores terão um modelo a partir do qual se basear. Acredito que isso criará um efeito dominó, levando a uma regulamentação generalizada”.


Este artigo faz parte do Especial ‘Os desafios da ESG na era da Inteligência Artificial

Leia aqui a edição completa. 

 

 

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