Londres – “Em nenhum outro campo a bússola ética é mais relevante do que na inteligência artificial”, diz a mexicana Gabriela Ramos, Diretora-Geral adjunta de Ciências Sociais e Humanas da Unesco.
Ela assina a apresentação de um documento publicado em 2019 estabelecendo padrões recomendados para evitar os efeitos colaterais da IA.
Entre eles estão questões sociais, como a reprodução de preconceitos do mundo real capazes de alimentar divisões e ameaçar os direitos humanos.
Essa preocupação está no radar do Chartered Institute of Public Relations (CIPR) do Reino Unido desde 2020, ano em que o órgão normativo publicou seu Guia de Ética da IA em RP, bem antes de o ChatGPT ser lançado.
A introdução cita Steve Jobs, fundador da Apple: “os computadores não cometem erros, os humanos o fazem”.
Na época havia apenas 130 ferramentas de IA para a atividade. Hoje são quase 6 mil, segundo um levantamento feito pelo CIPR e publicado em maio deste ano.
Mas as ameaças detectadas na época em que o guia foi criado não são tão diferentes das atuais, razão pela qual o CIPR manteve o guia como referência.
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Princípios para uso da inteligência artificial com ética
O documento ressalta que regulamentação não é suficiente, recomendando uma estrutura ética para definir “a coisa certa a fazer” baseada nos seguintes princípios:
Princípios orientadores: Interesse público; obediência às leis, diversidade e costumes locais; liberdade de expressão; liberdade de reunião; liberdade de imprensa; honestidade e comunicação baseada em fatos; integridade e transparência; privacidade.
Princípios de prática profissional: Compromisso com aprendizagem e formação; não admitir conflito de interesses; defesa e valorização da profissão; respeito e justiça no trato com o público; expertise no uso da IA; boa conduta profissional.
O guia lembra que os profissionais de comunicação oferecem aconselhamento estratégico a colegas e líderes, e por isso têm responsabilidades de guardiões éticos perante a sociedade, ajudando as organizações a tomarem decisões acertadas.
- Leia o guia completo de ética no uso de inteligência artificial em relações públicas aqui.
Este artigo faz parte do Especial ‘Os desafios da ESG na era da Inteligência Artificial‘
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